Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Aguardem boas novas sobre o lançamento do Livro :
Cariricaturas em verso e prosa !

Por Socorro Moreira




O descartável foi incinerado.
A essência é busca infinda,
no caminho do infinito
Meu presente é um sufôco
louco por suspiros...
Risos e lágrimas molham a minha estrada
Hoje é dia de estio ...
Nem lago , nem rio
Tudo foi pro mar, fugiu com o vento,
ou está dentro de mim?
Queria que o futuro esperasse
a minha esperança acordar!


Marylin Monroe, nome artístico de Norma Jean Baker (nascida Norma Jean Mortenson; Los Angeles, 1 de junho de 1926 — Los Angeles, 5 de agosto de 1962) foi uma atriz americana.

É uma das mais famosas estrelas de cinema de todos os tempos, um símbolo de sensualidade e um ícone de popularidade no século XX.

Murilo Rubião



Murilo Eugênio Rubião (Carmo de Minas, 1º de junho de 1916 — Belo Horizonte, 16 de setembro de 1991) foi um jornalista e escritor brasileiro.
Eugênio Murilo Rubião nasceu em Carmo de Minas. Fez seus primeiros estudos em Conceição do Rio Verde e conclui-os depois em Belo Horizonte. Ingressou na Faculdade de Direito, formando-se em 1942. O jornalismo sempre o seduziu, tornou-se redator da Folha de Minas e diretor da Rádio Inconfidência. Em 1947, lançou seu primeiro livro de contos, O ex-mágico, que não teve maior repercussão na época. A partir de então, ingressou no mundo da política, sempre como assessor. Em 1951, ocupou a função de chefe de gabinete do governador Juscelino Kubitschek. Entre 1956 e 1961, exerceu o cargo de adido cultural do Brasil na Espanha. Em 1966 foi designado para organizar o suplemento literário do jornal O Estado de Minas Gerais, que se tornou um dos melhores órgãos de imprensa cultural já surgidos no país. A publicação de O pirotécnico Zacarias, em 1974, deu súbita fama a Murilo Rubião. Nos anos subsequentes, a sua exígua obra passou a ser vista como a mais significativa manifestação da literatura fantástica no Brasil.

Quando Murilo Rubião estreou com O ex-mágico, um crítico apontou a semelhança dos contos que compunham o livro e certas obras de Franz Kafka, especificamente A metamorfose. Embora o autor mineiro não conhecesse, na ocasião, o autor tcheco, havia de fato alguns traços comuns que permitiriam incluí-los numa mesma família estética, a da literatura fantástica.

Entende-se por literatura fantástica (ou realismo fantástico) aquelas narrativas em que ocorrem fatos inconcebíveis, inexplicáveis, surreais e que produzem uma grande sensação de estranhamento nas pessoas. Normalmente, esta atmosfera de irrealidade tem uma dimensão alegórica, ou seja, por meio do absurdo e do inverossímil, ela alude à realidade concreta da existência, cabendo ao leitor escolher um sentido realista para eventos aparentemente sobrenaturais.

Todos os contos de Murilo Rubião trazem esta perspectiva que invalida a lógica e a racionalidade. Mas o absurdo das situações é apenas um artifício do escritor para questionar a realidade. Alguns de seus mais conhecidos contos apresentam – sob a forma de fantasias surrealistas – uma visão desencantada do homem. O ex-mágico é uma sátira à burocracia e à mesmice do cotidiano. Alfredo uma fábula sobre a não aceitação das diferenças entre os seres. Os dragões um minitratado sobre a corrupção humana. A noiva da casa azul uma reflexão sobre a passagem do tempo e o caráter vão de todos os amores. O pirotécnico Zacarias uma narrativa de humor negro a respeito da vacuidade e da fugacidade da existência. O convidado um aterradora alegoria da solidão dos seres e, talvez, da morte. Assim, de cada relato pode-se extrair um ou mais significados ocultos, o que indica a natureza aberta e polissêmica da obra de Murilo Rubião.

Um crítico viu nestes contos, especialmente a partir dos livros O pirotécnico Zacarias e O convidado a criação de um “mundo denso e fantasmagórico em que espectros alienados vivem num universo agoniante. Nele, o homem acaba sendo condenado à esterilidade pela própria incapacidade de modificar o mundo sem saída no qual convive.” (Jorge Schwartz). De fato, a exemplo do que ocorre na obra de Franz Kafka, o absurdo das histórias de Murilo Rubião é apenas uma metáfora do absurdo da condição humana. Apesar do ceticismo do autor, é grande literatura.

Murilo Rubião é o “pai espiritual” de autores como José J. Veiga e Moacyr Scliar.
De forma paradoxal, a linguagem usada para relatar estes acontecimentos surpreendentes é simples e clara.


Wikipédia

yves Saint laurent


Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent (Oran, 1 de Agosto de 1936 — Paris, 1 de Junho de 2008), foi um estilista francês e um dos nomes mais importantes da alta-costura do século XX.

Nascido na Argélia, então possessão francesa, St. Laurent era filho do presidente de uma companhia de seguros e seu gosto pela moda lhe foi despertado pela mãe. Aos 17 anos, deixou a casa dos pais para trabalhar com o estilista Christian Dior, de quem herdou o controle criativo da casa Dior após a morte de seu mentor em 1957, com apenas 21 anos de idade, e assumiu o desafio de salvar o negócio da ruína financeira.

Pouco depois de conseguir sucesso no objetivo, St. Laurent foi convocado para o exército francês, durante a Guerra de Independência da Argélia. Após 20 dias, o estresse de ser maltratado e ridicularizado pelos colegas soldados levaram-no a ser internado num hospital mental francês,onde ele foi submetido a tratamento psiquiátrico, incluindo terapia por eletrochoques, devido a um esgotamento nervoso.


Wikipédia

Matando as saudades de Lupeu ...




Um só riso. Sorriso de luz, e solidão no sol. Amar, enlouquecer, adoecer. Estourando bombas de um são João imaginário. Desesperados esperando, esperados. Os mortos são calmos, estão calmos. O condenado é o vivo. A paisagem que assusta. O morador intergaláctico. O olho é nunca, o olho é jamais. Um bandolim que rasga a noite silenciosa, como um vinte e um no dado. A catedral em um pesadelo, uma manchete de jornal banhada em sangue árabe, mouro, cearense. O piano dói no coração amassado. Cidades que nunca vi enquadradas, em quadros antigos sem valor. O cinema mudo, a luz não acenderá sozinha. E não há mais medos ou dedos nos interruptores. Você é o quase nada que amarga na boca, como um ácido de tamarindo. Eu como os passos passados pra vomitar o presente. Um Noel ensandecido que odeia chaminés. Na tarde silenciosa o mel do mar é um canto miúdo de um passarinho. Meus dedos são peixes. O rio corre. Eu olho sempre o mesmo rio. Durmo, acordo, e uma mecha de cabelo salta do baú e cai na minha memória estragada. Domingo é sempre dolorido, como uma ferida no joelho. Uma flor me faz falta, na janela do mundo. Um copo de boa bebida que me cure o coração machucado. Rir. Um tanto de risos.

A noite de 31 de Maio, na Praça da Sé - por Socorro Moreira

Acabei de chegar da celebração litúrgica da coroação de Nossa Senhora, fechando angelicalmente o mês de Maio.
Amanhã começa o mês do Coração de Jesus, e assim a Igreja continua o seu chamamento initerrupto.
Sempre muito lindo e bem prestigiado, o espetáculo desta noite.
Sei que uma das mais fortes contribuintes à realização do evento deve-se à família Cabral, mas depois, vendo o grupo no desmanchamento do altar, compreendi a importância do trabalho coletivo, e o envolvimento de muitos.
Observei a placa de fundação da nossa igreja da Sé : 1852... Como é que passou desapercebida para mim , por tantos anos?
O relógio da Matriz , que escuto da minha casa, acaba de tocar nove badaladas. Tenham todos uma noite feliz, com sonhos amorosos e sonos plácidos !

A GLÂNDULA TIMO E AS TÉCNICAS DE CURA DA MEDICINA HOLÍSTICA TRADICIONAL (PARTE I)


Desde 1988 venho me questionando sobre a relação entre o Amor metafísico (que vivenciei uma única - e inesquecível! - vez) e o Amor físico (que experimentei centenas de vezes!). E já se passaram mais de 20 anos da minha experiência mística e holística com o Amor Cósmico e de lá para cá sempre me indaguei sobre aquele fenômeno maravilhoso e misterioso que se manifestou no centro do meu peito em 1988. Eu sabia desde o primeiro dia da experiência que tive, que havia pelo menos dois planos de experiência/vivência acontecendo simultaneamente: o físico e o metafísico. E que o plano metafísico (dos chacras) era a raiz da energia humana – o nosso lado transcendente. E o plano físico era o meio, o caminho de realização física e material – o nosso lado imanente. Mas, o que me intrigava era saber qual parte do plano físico estava de fato ligado ao plano metafísico do chacra cardíaco. Hoje, após todos esses longos anos de incertezas e questionamentos tenho que admitir que a resposta está nas glândulas, principalmente a glândula TIMO. Ela tem um papel vital no processo de regulação do humor; no processo imunológico e; no processo de refinamento das emoções entre tantas outras funções.

Gostaria de sugerir um desafio acadêmico aos médicos e pesquisadores em geral que possuem mentes abertas: pesquisem a relação entre a glândula timo, o chacra cardíaco e o sistema imunológico. Acredito que nessa relação estão as respostas para várias doenças tais como a AIDs, o Câncer, etc. Essa hipótese está baseada numa vivência mística que tive em 1988. Eu vivenciei em meu peito o fenômeno da interligação dos planos energéticos sutil (dos chacras) e concreto (glândulas timo, pineal e outras). Assim, parto de uma experiência íntima para a formulação de uma hipótese e não o caminho contrário (da hipótese para o teste ou experiência) que é muito comum nos processos de pesquisa científica. Sugiro aos médicos e todas as pessoas (pesquisadoras ou não) ligadas às áreas de saúde que estudem o conteúdo do livro MEDICINA VIBRACIONAL: A MEDICINA DO FUTURO do médico-pesquisador Dr. Richard Gerber. Nesse livro vocês encontrarão subsídios técnicos e científicos para buscarem uma conexão entre a TIMO, o CHACRA e o SISTEMA IMUNOLÓGICO.

A ciência precisa alargar seus horizontes como já vem fazendo muito bem nos campos de conhecimento da genética, física quântica e a astrofísica. Mas, mesmo assim precisamos urgentemente de hipóteses metafísicas para descortinarmos um mundo de fenômenos sutis responsáveis por boa parte das doenças crônicas. Sinto intuitivamente que quando os cientistas decidirem testar a hipótese da causalidade descendente (do plano metafísico para o plano físico, ou do plano qualitativo para o plano quantitativo) daremos um passo gigantesco fenomenal para explicarmos uma série de doenças de origem ainda desconhecida. A ciência moderna ainda não sabe penetrar no mundo essencial qualitativo das energias sutis das emoções humanas. Essa crítica foi realizada em minha monografia de dissertação de mestrado defendida em 1992 na COPPE/UFRJ. Em outras palavras, as energias descobertas pela ciência ainda são insuficientes para identificarem um conjunto de fenômenos causadores de anomalias no campo energético do sistema complexo e multidimensional da consciência e das transformações que ocorrem na relação entre psique e corpo físico.

Uma coisa eu descobri e constatei em minhas experiências íntimas (vivências): a forma como vemos um objeto (seja ele físico ou metafísico) afeta o objeto observado (essa tese é também uma afirmativa da física quântica moderna). Isso implica dizer que o universo guarda segredos no próprio modo e ato de se observar um fato ou fenômeno. Ou seja, não existe neutralidade no campo científico e nem no campo do senso comum. O tempo todo estamos afetando o mundo e somos afetados pelos outros a nossa volta. Existe uma fronteira invisível entre o que nos é desconhecido e o que já é conhecido. A transição de um lado para o outro acontece em planos da percepção em que estamos agindo ou construindo – de um modo geral estamos inconscientes na ocasião da transição. As doenças, enquanto fenômenos naturais são também criadas pela forma como nos conduzimos na relação que temos com as multidimensionalidades das energias que circulam entre o homem e a natureza. Somos seres extremamentes sensíveis, plurais e abertos para o cosmos. Nesse contexto, todos os fenômenos nos afetam (direta ou indiretamente) sem que tenhamos sensibilidade para vermos as suas origens no nascimento deles. Por exemplo, as explosões solares (muito comuns na superfície do sol) afetam os sistemas de radar dos pássaros, baleias, seres humanos, celulares, satélites etc.




Então a nossa realidade nos guarda o maior mistério que é a essência ou qualidade dos fenômenos. O essencial é invisível porque não se mede quantitativamente. As doenças são visíveis pelos seus efeitos, o princípio delas é desconhecido na sua origem. Nesse sentido, precisamos adotar uma nova abordagem científica que seja compatível com o objeto ou fenômeno observado. Pois, só vemos o que nos é compatível com o nosso nível de consciência. O comum é o centro da curva normal (na área da estatística), os extremos são incompreensíveis e invisíveis para o nosso olhar viciado.

Eu vou revelar aqui uma descoberta que fiz em 1988: o que chamamos de impressões digitais são na verdade centros de energia (chacras (ou chakras) menores), verdadeiros receptores ou antenas captadoras de energias sutis cósmicas. Pergunto, então: quantos dos meus leitores alcançarão essa verdade vivenciada por mim em 1988?

O Amor tão falado por Jesus Cristo está situado no centro do peito e tem uma relação direta com a glândula TIMO. Por isso, que alguns autores e pesquisadores afirmam que a falta de amor no mundo é a maior desgraça que afeta a paz e a saúde humana em todos os tempos. Ou seja, quando esse chacra principal não está funcionando bem a glândula timo também não está em sua potencialidade nos resguardando na sua relação com o sistema imunológico. E ai ficamos vulneráveis - sem defesa!

Bernardo Melgaço da Silva
Prof. e Pesquisador do Núcleo de Estudos Sobre Ciência, Espiritualidade e Filosofia – NECEF/URCA (Universidade Regional do Cariri)
HTTP://bernardomelgaco.blogspot.com

Pelas águas da morte suplico meu pai Abrahão - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Meu pai Abrahão! Tenho todos os vícios que a fé sofreu nas lutas genocidas contra o povo judeu. Até o chamo de pai, patriarca do meu povo. Acomodo-me, temo o meu fim, acho que um pedaço de terra é maior que a fé em Deus. Não me vejo como um comum filho de tua estirpe, mas como uma vítima raivosa de ódios ancestrais. Vejo meu amanhã como a Revolta de Bar Kokhba, todo o chão em que pisam os israelenses sendo arrasado pelas forças do império romano. Estou com o Deus de Israel como o ar para os meus pulmões.

Mas hoje meu pai, acordei de um sono imenso. De um sonho que outro pesadelo engendrara, fortalecera e apenas fez crescer com o tempo. Teus filhos, os filhos de Israel, desceram sobre barcos com ajuda humanitária e os seqüestrou na plenitude das águas internacionais. Fizeram mortos, geraram contra nós o mesmo ódio que tínhamos com a tortura, a morte e o genocídio do nosso povo.

E o premier de Israel, o seu ministro da Defesa, como o Rabi Akiva deu a este ato o caráter de Mashiach. Abriu as portas de Israel para a destruição de sua fé, sua longa espera, de sua resistência em Massada, seu último suspiro em Betar. Temo, meu pai, que neste dia tudo se justificará contra teu próprio povo, conduzido ao suicídio por judeus que se tornaram apenas farsa dos teus símbolos.

Amanhã quando aquele filme de Polanski, chamado O Pianista, mostrar a brutalidade animal de soldados alemães apenas apontando pistolas para a cabeça de indefesos judeus, não há como se indignar. Israel fez igual. Quando a Lista de Schindler vier à tona, outro filho de Israel o filmará e a brutalidade amanhece e dorme na nossa própria tribo.

Tudo que fizemos com sacrifício de nossa própria memória do sofrimento do Nazifascismo para que a humanidade aprendesse o bom caminho, políticos de Israel em poucas horas desfaz. A ironia não é que os inimigos de Israel destruam Israel, mas que o povo de Israel se desapega ao próprio solo milenar.

Nossas almas estão dentro da bruma de arrivistas da própria riqueza material. Vieram da Europa oriental ao final dos regimes socialistas e hoje fazem de Israel o mercado do seu rápido progresso pessoal. São aqueles judeus viciados nas artimanhas do mundo ariano e abandonando o valor semítico, desejam um retorno atabalhoado às terras da Europa e de seu mais fiel descendente: os Estados Unidos da América.

Já não vêm mais a Israel. Lá vivem e tornaram teu solo apenas num parque temático para uma religiosidade de apenas visitação. São por eles e pela defesa deles, com seus lobbies guerreiros que Israel mais uma vez pede a morte. Agora a morte desgraçada com o sangue dos nossos primos bíblicos.

Brasil - Ronald de Carvalho

Nesta hora de sol puro
Palmas paradas
Pedras polidas
Claridades
Faíscas
Cintilações

Eu ouço o canto enorme do Brasil!

Eu ouço o tropel dos cavalos de Iguaçu correndo na ponta
das rochas nuas, empinando-se no ar molhado, batendo
com as patas de água na manhã de bolhas e pingos verdes;

Eu ouço a tua grave melodia, a tua bárbara e grave melodia,
Amazonas, melodia da tua onda lenta de óleo espesso que
se avoluma e se avoluma, lambe o barro das barrancas, morde
raízes, puxa ilhas e empurra o oceano mole como um touro
picado de farpas, varas, galhos e folhagens;

Eu ouço a terra que estala no ventre quente do Nordeste,
a terra que ferve na planta do pé de bronze do cangaceiro,
a terra que se esboroa e rola em surdas bolas pelas
estradas de Juazeiro, e quebra-se em crostas secas,
esturricadas no Crato chato;

Eu ouço o chiar das caatingas — trilos, pios, pipios, trinos,
assobios, zumbidos, bicos que picam, bordões que ressoam
retesos, tímpanos que vibram, límpidos papos que estufam,
asas que zinem, rezinem, cris-cris, cicios, cismas, cismas
longas, langues — caatingas debaixo do céu!

Eu ouço os arroios que riem, pulando na garupa dos dourados
gulosos, mexendo com os bagres no limo da luras e das locas;

Eu ouço as moendas espremendo canas, o gluglu do mel
escorrendo nas tachas, o tinir da tigelinhas nas serigueiras;
E machados que disparam caminhos,
E serras que toram troncos,
E matilhas de “Corta Vento”, “Rompe-Ferro”, “Faíscas”
e “Tubarões” acuando suçuaranas e maçarocas,
E mangues borbulhando na luz,
E caititus tatalando as queixadas para os jacarés que
dormem no tejuco morno dos igapós...

Eu ouço todo o Brasil cantando, zumbindo, gritando, vociferando!
Redes que balançam,
Sereias que apitam,
Usinas que rangem, martelam, arfam, estridulam, ululam e roncam,
Tubos que explodem,
Guindastes que giram,
Rodas que batem,
Trilhos que trepidam.
Rumor de coxilhas e planaltos, campainhas, relinchos
aboiados e mugidos,
Repiques de sinos, estouros de foguetes, Ouro Preto,
Bahia, Congonhas, Sabará,
Vaias de Bolsas empinando números como papagaios,
Tumulto de ruas que saracoteiam sob arranha-céus,
Vozes de todas as raças que a maresia dos portos joga no sertão!

Nesta hora de sol puro eu ouço o Brasil.

Todas as tuas conversas, pátria morena, correm pelo ar...
A conversa dos fazendeiros nos cafezais,
A conversa dos mineiros nas galerias de ouro,
A conversa dos operários nos fornos de aço,
A conversa dos garimpeiros, peneirando as bateias,
A conversa dos coronéis nas varandas das roças...
Mas o que eu ouço, antes de tudo, nesta hora de sol puro
Palmas paradas
Pedras polidas
Claridades
Brilhos
Faíscas
Cintilações
É o canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus berços,
onde dorme, com a boca escorrendo leite,
moreno, confiante, o hemem de amanhã!

Ronald de Carvalho
Do livro: "Toda a América", Ed. Pimenta de Melo & Cia., 1926, RJ

Pedro Honório

Por Zé Nilton


Outro dia recebi a agradável visita de dois amigos. O prof. Bernardo Melgaço chegou bem cedinho ao meu rancho. Quando olhei pro caminho, distante, lá vinha Pedro Honório.
A manhã daquele domingo resultou num duelo de titãs. O prof. Melgaço e Pedro Honório. Aquele cabeça; este cabaça. O primeiro, dono de uma mente brilhante armazenada de resultados do conhecimento sobre os homens e o mundo. O segundo, igualmente. A diferença entre os dois está na forma de apreensão da realidade. Cada um, de per si, se serviram do velho padrão dual de acesso ao conhecimento. Melgaço, intelectual orgânico, falou através dos ditames adquiridos pelos mecanismos (nem sempre, ele professa) racionais da ciência; Honório, intelectual orgânico (viva o relativismo do conceito em Gramsci) pela observação direta (senso comum).
Naquele domingo comeu-se um suculento mungunzá, prato preferido do carnívoro Pedro Honório, sem descurar do peixe cozido para o vegetariano Melgaço.
Eu, da cozinha, olhava os olhares dos dois fixados um para o outro. Seu Pedro descia um respeitoso olhar de cima para baixo sobre o prof. Bernardo. Este fitava o rosto de seu Pedro como a contar as rugas de sua vivência. Cada um esperou o mote do outro, respeitosamente.
Quebrou-se o silencio.
- Seu Pedro, disse Melgaço, o Zé Nilton tem me falado do Sr. Disse-me que o Sr. é poeta, contador de histórias, músico, mateiro, uma espécie de capitão do mato, e filósofo, o que me diz ?
- Homi, não é nada disso. A não ser do mato, outra coisa num sou. De quando em vez, dou as minha espiadas nas coisas da vida...
- O que o Sr. vê olhando o mundo ?
- Dr., olhando pro mundo redondo, vejo as composição do universo, tudo perfeito e girando
de um jeito que não se acaba nunca. Eu tenho feito previsão, lendo o “anuário prepeto” ,de coisa que eu digo pros daqui, e eles num acredita. Só acredita quando acontece, e tem acontecido muito...

- Fale-me do que o Sr. já adivinhou.

- Nunca perdo um ano de inverno. Começo em oitubro, nas primeira madrugada. Olho pra barra do nascente, pro vermei do poente, pra localização da estrela Dalva, e aí num tem perigo preu num dizer como vai ser o inverno.

Nesta altura, o prof. Melgaço perguntou a Pedro Honório o que ele lhe diria sobre a vida. Coincidiu também com o meu afastamento dos dois. Permaneci um tempão ocupado entre a cozinha e a frente da casa, atendendo a vizinhos, sem deixar, de vez em quando, de mexer as panelas e ouvir a peleja.
Numa das vezes que acorri ao fogão, o prof. Melgaço discorria sobre a teoria das cordas, um dos novos paradigmas dos inícios. Notei um Pedro Honório boquiaberto. Noutra, seu Pedro perguntava a Melgaço: você sabe por que a vida é um buraco?

Já na mesa, entre mungunzá e peixe cozido eu reparava para as duas figuras. E pensava comigo: os dois estão corretos ou são apenas concepções diferentes sobre as coisas do mundo?

Que o prof., Bernardo Melgaço tenha rápida e pronta recuperação; e que Pedro Honório, aos quase noventa anos, continue firme e forte, e me visitando, para saborear o meu (seu) mungunzá.





Por Zé Nilton


Outro dia recebi a agradável visita de dois amigos. O prof. Bernardo Melgaço chegou bem cedinho ao meu rancho. Quando olhei pro caminho, distante, lá vinha Pedro Honório.
A manhã daquele domingo resultou num duelo de titãs. O prof. Melgaço e Pedro Honório. Aquele cabeça; este cabaça. O primeiro, dono de uma mente brilhante armazenada de resultados do conhecimento sobre os homens e o mundo. O segundo, igualmente. A diferença entre os dois está na forma de apreensão da realidade. Cada um, de per si, se serviram do velho padrão dual de acesso ao conhecimento. Melgaço, intelectual orgânico, falou através dos ditames adquiridos pelos mecanismos (nem sempre, ele professa) racionais da ciência; Honório, intelectual orgânico (viva o relativismo do conceito em Gramsci) pela observação direta (senso comum).
Naquele domingo comeu-se um suculento mungunzá, prato preferido do carnívoro Pedro Honório, sem descurar do peixe cozido para o vegetariano Melgaço.
Eu, da cozinha, olhava os olhares dos dois fixados um para o outro. Seu Pedro descia um respeitoso olhar de cima para baixo sobre o prof. Bernardo. Este fitava o rosto de seu Pedro como a contar as rugas de sua vivência. Cada um esperou o mote do outro, respeitosamente.
Quebrou-se o silencio.
- Seu Pedro, disse Melgaço, o Zé Nilton tem me falado do Sr. Disse-me que o Sr. é poeta, contador de histórias, músico, mateiro, uma espécie de capitão do mato, e filósofo, o que me diz ?
- Homi, não é nada disso. A não ser do mato, outra coisa num sou. De quando em vez, dou as minha espiadas nas coisas da vida...
- O que o Sr. vê olhando o mundo ?
- Dr., olhando pro mundo redondo, vejo as composição do universo, tudo perfeito e girando
de um jeito que não se acaba nunca. Eu tenho feito previsão, lendo o “anuário prepeto” ,de coisa que eu digo pros daqui, e eles num acredita. Só acredita quando acontece, e tem acontecido muito...

- Fale-me do que o Sr. já adivinhou.

- Nunca perdo um ano de inverno. Começo em oitubro, nas primeira madrugada. Olho pra barra do nascente, pro vermei do poente, pra localização da estrela Dalva, e aí num tem perigo preu num dizer como vai ser o inverno.

Nesta altura, o prof. Melgaço perguntou a Pedro Honório o que ele lhe diria sobre a vida. Coincidiu também com o meu afastamento dos dois. Permaneci um tempão ocupado entre a cozinha e a frente da casa, atendendo a vizinhos, sem deixar, de vez em quando, de mexer as panelas e ouvir a peleja.
Numa das vezes que acorri ao fogão, o prof. Melgaço discorria sobre a teoria das cordas, um dos novos paradigmas dos inícios. Notei um Pedro Honório boquiaberto. Noutra, seu Pedro perguntava a Melgaço: você sabe por que a vida é um buraco?

Já na mesa, entre mungunzá e peixe cozido eu reparava para as duas figuras. E pensava comigo: os dois estão corretos ou são apenas concepções diferentes sobre as coisas do mundo?

Que o prof., Bernardo Melgaço tenha rápida e pronta recuperação; e que Pedro Honório, aos quase noventa anos, continue firme e forte, e me visitando, para saborear o meu (seu) mungunzá.

Pensamento para o Dia 31/05/2010


“As necessidades egoístas da pessoa devem ser sacrificadas. Deve haver esforço constante para fazer o bem aos outros. O desejo de uma pessoa deve ser estabelecer a prosperidade no mundo. Com tais sentimentos no coração, deve-se meditar no Senhor. Esse é o caminho correto. Se os grandes homens e as autoridades estiverem, assim, empenhados no serviço à humanidade e na promoção do bem-estar do mundo, os ladrões da paixão, ódio, orgulho, ciúme, inveja e vaidade não invadirão as mentes das pessoas comuns; valores como Ação Correta, Compaixão, Verdade, Amor, Conhecimento e Sabedoria estarão seguros contra danos. Os seis inimigos internos chamados Arishadvarga só podem ser arrancados pelos ensinamentos de grandes almas, pelo amor de Deus, pelo conhecimento do Senhor e pela companhia dos santos e dos grandes.”
Sathya Sai Baba

Finalmente algumas fotos do Bruno Pedrosa - por José do Vale Pinheiro Feitosa






O Joaquim Pinheiro com o privilégio de irmão cobrou-me ilustrações fotográficas do Bruno Pedrosa naquela postagem da entrevista com ele. Na verdade fotos foram tiradas com a finalidade de ilustrar a entrevista. Aconteceu que não estava em casa quando postei a matéria. Teria que esperar até hoje para fazer a postagem, pois o cabo que descarrega a máquina digital não estava comigo.


Hoje estou postando algumas imagens. Eu nem penteei os cabelos para estar na mesma imagem do distinto caririense. Mas fica do modo que ficou mesmo.

E tem outra notícia: se a Claude, a Edilma e a Socorro derem uma mãozinha o Bruno poderá ir ao lançamento do Livro do Cariricaturas. Naquela mesma data ele estará de férias em Saint Tropez, mas o Crato e sua gente são muito mais charmosos. Eu já disse para ele que convidasse a esposa que eu preparia algum caldo de peixe em substituição ao mar, só que em Paracuru.








A poesia de Geraldo Urano


Não tente rasgar o meu sexo. Ele é a lâmina de uma bela espada. Você pode se cortar. Vista a minha camisa. Eu olho pros olhos azuis da Guanabara e os olhos azuis da Guanabara estão fixos no Cristo Redentor. Aqui na minha cidade, o Crato, também tem um Cristo Redentor. O Rio de dia é o verão carioca, de noite é o Luar do Sertão. Meu sorriso é a branca lua-cheia. Venceu o leão da tribo de Judá. Adoro bredo de estudante, também açucenas. O lírio e a rosa vicejam além do sol poente.

O tempo foi quebrado. Uma nova porta se abriu entre o corpo e o céu.
Seus filhos serão os meus filhos. Eu mesmo serei você na hora de parí-los. Serão pérolas genéticas de Deus. Personalidades que refletirão o ouro espiritual.
Salve Pai Seta Branca e Mãe Yara! Salve Santa Clara! Salve Deus! Salve você! Salve, salve!
Demônios e gurus não me apavoram. Sou mulher e gosto de abrir as minhas pernas para todos.

Molho os meus lábios na sua terra chuvosa. Meu fio dental quer e eu vou assim rebolando.
Ligo meu rádio negro e falo com a Alemanha. Minha língua goza dentro da minha boca.

O rastro da galinha - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Quando as crianças vão para Hotéis Fazenda como ao zoológico: com a distância necessária “conhecerem” vacas e bois, cavalos, éguas, jumentos e mulas. Examinarem o estranho andar das galinhas e dos galos, sentirem o arrastar estranho da asa dos perus ou o rosnar “focinheiro” dos porcos.

Quando a modernidade se tornou “pós”, as ideologias feneceram, os objetos do desejo são design, a felicidade é a lambida numa iguaria rara, cara por que rara e porque é cara é gostosa. Quando a morte é negócio e a vida círculo de exploração comercial.

Quando as ruas foram tomadas por carros lustrosos, enormes e pequenos, silenciosos e barulhentos, um modelo para cada fantasia, tantas as marcas, mais que todos os continentes do planeta.

Quando o estilo de vida se tornou franchising, o “bem estar” em corredores refrigerados, iluminados e com tantas vitrines que tonteiam, tantos tontos que se esbarram, tantas barras a separar aquilo que se pode e o que não se pode.

Quando a música de todos os gostos, tanto acervo que nem tempo há para se ouvi-las, tantos versos maiores que as notas musicais, o painel do meu carro mostra uma, duas, três, dezenas, centenas, milhares, como no jogo do bicho das FMs.

Quando nada mais há de resquício de qualquer tempo histórico já realizado, eis que em plena Rua Mario Ribeiro, aquele rio de carros que vem da auto-estrada Lagoa-Barra e desemboca na Borges de Medeiro, quase esquina da Raul Machado. Paramos no tempo engarrafado.

Ao olhar para o lado, enquanto o engarrafamento nos barra. Vemos o quê? Uma galinha, coberta de penas, com seu andar balançante, um pé e outro, o pescoço se movendo para frente e para trás. Uma galinha bicando o chão do canteiro de flores que separa as pistas da avenida.

Uma galinha, aquele animal arcaico na metade de fluxo e contra fluxos da louca marcha da humanidade. Uma galinha que nos desperta proteção. Será atropela! Chama um vendedor de sinal para segurá-la! Ao menos um almoço acontece para quem necessita.

Não havia ninguém, nem um guarda de trânsito. A galinha ciscava, bicava, e dava outro passo em busca da vida. O trânsito andou e fomos. A galinha ficou, se ainda vive neste momento nem sei. Como chegou ali, talvez do abrigo de algum tratador do Jóquei Clube. Talvez, quem sabe.

A galinha ficou como um samba canção: ficou prá matar a saudade....

Por Heládio Teles Duarte - Festa de Barbalha



Parabéns, Barbalha !

Dia Mundial sem Tabaco

No Dia Mundial sem Tabaco, comemorado nesta segunda-feira (31), o Ministério da Saúde em parceria com as Secretarias Estaduais de Saúde realizam uma grande campanha de combate ao tabagismo, cujo tema "Tabaco e Gênero" será focado especificamente no tabagismo feminino.

O objetivo central da campanha é chamar a atenção do mundo sobre a epidemia e às doenças e mortes que estão relacionadas a ela, além de mobilizar os profissionais da saúde para que fortaleçam a sua participação social no controle do tabagismo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o fumo é uma das principais causas de morte evitável hoje no planeta. Cerca de cinco milhões de pessoas morrem por ano devido ao tabagismo e caso as estimativas de aumento do consumo de produtos como cigarros, charutos e cachimbos se confirmem, esse número aumentará para mais de 8 milhões de mortes anuais por volta de 2030, dos quais 2,5 milhões serão do sexo feminino.

Um terço da população mundial adulta, cerca de 1,3 bilhão de pessoas, fuma. Nos países em desenvolvimento, os fumantes somam 48% dos homens e 7% das mulheres, enquanto nos desenvolvidos, a participação do sexo feminino triplica, num total de 42% de homens e 24% de mulheres fumantes. No Brasil, os dados do Ministério da Saúde mostram que 18,8% da população são fumantes, sendo que do total da população brasileira, 22,7% dos fumantes são homens e 16% são mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 40% das mortes de mulheres com menos de 65 anos são causadas pelo consumo de tabaco.

A preocupação do tabagismo para jovens também é grande. A OMS estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta. O cigarro é a segunda droga mais consumida pelos jovens brasileiros e, anualmente, 200 mil morrem por causa doenças associadas ao tabaco, como câncer do pulmão e doenças cardiovasculares. "Apesar de o Tabagismo ser uma doença cada vez mais divulgada no mundo todo, assim como os malefícios provocados por ela, os jovens de hoje ainda procuram o cigarro. O início do tabagismo acontece até os 19 anos de idade (90% dos casos) e é mais frequente de 10 a 15 anos de idade", diz a psicóloga Silvia Cury.

Campanha aborda a saúde da mulher

O tema escolhido para a campanha deste ano, "Gênero e tabaco com ênfase no marketing para mulheres", aborta como a indústria de tabaco busca estratégias de marketing para aumentar a comercialização de seus produtos entre o sexo feminino.

Na última pesquisa do Ministério da Saúde realizada em parceria com o IBGE, em 2008, revela que, embora o número de fumantes venha caindo, a redução de prevalência entre as mulheres foi menor do que entre os homens. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, em algumas regiões do país, as jovens estão experimentando cigarros com maior frequência do que meninos, e o marketing desses produtos contribui muito para esse dado.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade. Uma vez abandonado o cigarro, o risco da doença cardíaca começa a decair após um ano, reduz-se à metade e, após dez anos, atinge o mesmo nível de quem nunca fumou.

Os efeitos do tabagismo possuem algumas peculiaridades no organismo das mulheres. Estudos realizados pela Universidade de Missouri (EUA) comprovaram que a fertilidade é menor em mulheres que fumam. Além disso, o fumo pode antecipar a menopausa e aumentar as chances de osteoporose nas mulheres nessa fase.

A aceleração do metabolismo e o consequente emagrecimento, provocado pelo cigarro, geralmente constitui uma barreira para mulheres deixarem o vício. Porém, esse mito de que fumar emagrece foi derrubado pelos pesquisadores da Universidade de Navarro, na Espanha. Muito pelo contrário, os cientistas analisaram o índice de massa corporal e os níveis de atividades físicas de mais de 7,5 mil pessoas e chegaram a conclusão de que aqueles que fumavam ou que eram ex-fumantes engordaram muito mais num período de quatro anos, em comparação aos não-fumantes.

Perigos ocultos do tabagismo
Além dos riscos aumentados de câncer de pulmão, de boca e de diabetes, o tabagismo pode causar muitos outros problemas menos conhecidos. Cientistas do Brain Research Center, da Índia, descobriram uma ligação direta existente entre tabagismo e danos cerebrais. Um composto do cigarro, chamado NNK, desencadearia uma resposta exagerada do cérebro a partir de células imunes no sistema nervoso central, fazendo com que os glóbulos brancos, que normalmente eliminam células danificadas, passem a atacar células saudáveis, resultando em graves danos neurológicos.
Sem contar que a nicotina faz com que o organismo dos fumantes produza menos colágeno, substância responsável pelas fibras elásticas da pele, fazendo com que a aparência fique mais comprometida, com flacidez e rugas precoces.
O tabagismo não é prejudicial apenas para quem fuma. Dados da Universidade de York, no Reino Unido, mostraram que mulheres que fumam na gravidez têm maior risco de ter um filho hiperativo e com problemas de atenção na escola. Outro estudo, feito pela Universidade de Brock, no Canadá, mostrou que a fumaça do cigarro dos outros está por trás de 40% dos casos de sinusite crônica nos Estados Unidos.

“Pintando no pedaço” – Por: José Nilton Mariano Saraiva

Aportamos no “Cariricaturas” atendendo honroso convite formulado e subscrito conjuntamente por Socorro Moreira e Claude Bloc, após indicação do Zé Flávio Vieira. Um desafio e tanto.
Garantida a liberdade de expressão para postar, comentar, transcrever matérias, opinar e por aí vai, aceitamos o desafio.
Incontestavelmente, uma baita responsabilidade para um mero aprendiz, transitar num espaço onde a qualquer momento ou ao dobrar de uma esquina poderemos esbarrar em “monstros-literários” da estirpe de uma Claude, Zé Flávio, Socorro, Zé do Vale, Zé Carlos Esmeraldo, Emerson Monteiro, Salatiel, dentre outros.
Não há “agenda” pré-estabelecida, condicionamentos de qualquer ordem e/ou regras a serem obedecidas. O nosso vôo prenuncia-se livre, em céu de brigadeiro. Evidentemente que ancorado na transparência e responsabilidade.
Portanto, esperando corresponder à expectativa, estamos “pintando no pedaço”.
Para começar, a reprodução de um interessante artigo sobre a “arte” da política (e onde o nosso CRATO é citado). Veja abaixo.

José Nilton Mariano Saraiva

Post-Scriptum: Nesta oportunidade, independentemente das diferenças filosófico-conceituais, fazemos questão de externar publicamente nossa gratidão ao “blogdocrato” pelo valioso espaço nos disponibilizado até dias atrás.

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Eleições: o dom de iludir (Fernanda Torres)

O que leva alguém a se candidatar à Presidência da República ? A ser tão bisbilhotado, ofendido, pesquisado e aviltado ? Que papel grandioso é esse cujo ensaio, estréia e temporada custam o fígado do próprio intérprete ? A política é um palco letal, o “coliseu romano” da atualidade. Um lugar de ódios milenares, mágoas irreparáveis, conciliações imperdoáveis e, também, do temível ridículo. Eu seria incapaz de atuar sob tamanha pressão. Não se trata apenas de dar conta de Rei Lear; tem que voar no jatinho, fazer a carreata, comer dobradinha, andar de mula e enfrentar a tempestade do CRATO ao pampa gritando “uiva vento!”, pelos palanques. Tem que ter sangue de barata, paciência de Jó, cara de pau e vontade de elefante.
Outro dia me mandaram um link na internet onde a Dilma Rousseff se embananava toda para responder a uma simples questão: “Que livro a senhora está lendo?” Qualquer um que cultive o prazer de ler sabe que um ser humano que está em plena campanha presidencial não tem cabeça nem tempo para se dedicar à leitura. Talvez a “Arte da Guerra”, de Sun Tzu, entre um programa do Ratinho e outro, seja o único exemplar que resista ao tranco, por seu conteúdo bélico de auto-ajuda milenar. Mas admitir que não está lendo porcaria nenhuma é encarar as manchetes do dia seguinte afirmando que fulano, ou fulana de tal, é um energúmeno, um(a) ignorante não afeito às letras. Por isso Dilma se contorce, tentando se lembrar do último livro que leu, o que só consegue com a ajuda dos assessores. A duras penas acerta o título e a mais duras ainda arrisca um resumo dele. A pergunta corriqueira, quem diria, a colocou em um mato sem cachorro. Se a tivessem argüido a respeito da política de juros, da dívida pública ou até mesmo de um espinhoso tema como o aborto, ela estaria apta a responder. Bastou uma perguntinha pessoal para que Dilma se afastasse brechtianamente da ciranda da candidata e caísse em si mesma, perdendo o fio do personagem.
O candidato é um ator em eterno teste. Uma condição vexatória e terrivelmente desconfortável.
José Serra escolheu o perfil do conciliador boa-praça e se manteve bem no personagem até que perdeu a paciência na rádio CBN diante da prensa de Míriam Leitão. Míriam, aliás, tem sido dos ossos mais duros de roer para os que estão na corrida presidencial. Serra soltou um desabafo irritado a respeito do que pensava da relação entre a Presidência e o Banco Central. Depois, teve que remar forte para recuperar a imagem que passou semanas construindo, justificando de forma sincera que o horário matutino lhe havia puxado o tapete. Qualquer razão idiota - como pular da cama cedo, pode colocar tudo a perder; da mesma forma que um celular que toca no meio de um espetáculo pode fazer Macbeth desencarnar de vez da alma de um ator. A verdade e a franqueza são armas de destruição em massa na política; é necessário saber ocultá-las com desenvoltura e, muitíssimas vezes, mentir com convicção.
Marina Silva não titubeia, ela é a terceira via, pode dizer o que pensa. Apesar de ter sido ministra, ela não passa pelo comprometimento político dos dois outros adversários, pertencentes a partidos que já ocuparam o Planalto e fizeram alianças muitas vezes incompreensíveis para poder governar. Marina está dentro e fora do jogo, uma posição importante e confortável.
Glorinha Beautmüller, fonoaudióloga e preparadora vocal de inúmeros atores e políticos, é uma figura lendária, dona de intuição aguçada, métodos nada ortodoxos e técnica que visa ancorar a palavra ao corpo e aos sentidos do palestrante. Profissional ímpar, ela já botou de quatro modelos com ambições a atriz, para que perdessem a pose enquanto recitavam um texto, e aconselhou com veemência que Cláudia Jimenez “falasse pela vagina” na sua estréia no teatro profissional como uma das prostitutas de “A Ópera do Malandro”. Ao que Claudia, com seu talento e humor de sempre, respondeu aplicada: “Eu estou tentando, Glorinha, estou tentando!”.
Uma vez, a maga foi chamada às pressas a Brasília para atender um político repentinamente afônico e necessitado de discursar. Segura, não pestanejou no diagnóstico: “Meu filho, você está rouco desse jeito porque você mente demais!”.
Hoje, o político ideal deve reunir o carisma de Sílvio Santos, a classe de Paulo Autran, a astúcia de Alexandre (o Grande), a retórica de Ruy Barbosa, o empreendedorismo de Antônio Ermírio, a responsabilidade do doutor Paulo Niemeyer, o desapego de Buda, a razão de Confúcio, a bondade de Cristo e ainda sair vivo da arena quando soltarem os leões famintos atrás da sua carne.
Essa pessoa não existe. O político, portanto, tem que ter o dom de iludir.

Postagem: José Nilton Mariano Saraiva

HONRA AO MÉRITO ARTÍSTICO E CULTURAL - Por Edilma Rocha

Comemorando o primeiro ano de vida raiofônica do programa CARIRI ENCANTADO, a OCA - Oficinas de Cultura, Artes & Produtos Derivados e a revista virtual CARIRICULT, na pessoa de Luiz Carlos Salatiel, promove A CELEBRAÇÃO DO ENCANTAMENTO.

Festa realizada nos salões do Crato Tenis Clube na noite do dia 29 de maio, com apresentações artistas, exposições e entrega de diplomas de honra ao mérito aos artistas do Cariri nas categorias, música, literatura, cinema, fotografia, artes plásticas, dança, teatro, blogs, ongs e até os nomes em memórias, tornando o encontro, o mais expressivo e cultural do Cariri nos últimos anos.

Público centrado no evento, transmitido ao vivo pela Rádio Educadora , sob o comando de Luiz Carlos Salatiel e Carlos Rafael Dias, a partir das 19:00hs se estendendo até meia noite.

Foi um encontro de grande importância na quantidade de presenças registradas. Uma noite de descontração informal e reencontro entre conterrâneos. Lembrou os antigos salões, resgatando a arte e a cultura do Cariri hoje.

Parabéns pela idéia empreendedora de Salatiel que se dedicou e se desdobrou para tornar este momento único na cidade do Crato, com êxito absoluto. Fica aqui a minha admiração pelo seu trabalho e esperando para um próximo ano outro encontro deste porte abraçando os artistas que queiram nas suas categorias apresentar os seus trabalhos numa grande exposição e apresentação artística.

Os meus sinceros agradecimentos por incluir no meu currículo artístico mais um diploma de honra ao mérito.


Edilma Rocha

Torta de soja e purê de inhame - Sugestão par o seu almoço de hoje- por Socorro Moreira


Cozinha experimental !

Domingo é o dia da preguiça culinária. As secretárias estão de folga, e os restaurantes lotam.
Fui ao ao mais p´roximo e fiz uma quentinha para o Victor. Naquela diversidade toda, descobri que não queria nada daquilo.
Abri o armário da despensa buscando ingredientes diferentes , que me surpreendessem com um novo paladar. Estava com vontade de comer algo, nunca provado, e resolvi inventar !
Cortei um inhame em pedacinhos pequenos e iguais, e cozinhei-o na água com uma pitada de sal, até quase se desmanchar.Fiz o purê , adicionando duas colheres de leite me pó e uma colher de manteiga da terra. Ficou ótimo !
E a soja texturizada ?
250 gr aferventada . Múltiplas lavadas , e escorridas. Temperei com 2 colheres de shoyo, uma colher de pasta de alho, uma cebola grande picada, uma xícara de farinha de aveia, um vidro de requeijão, dois ovos inteiros, e 2 colheres de azeite de oliva . Preparada e amaciada , joguei a mistura num pirex , untado com azeite, e cobri de queijo parmesão ralado. Assou por 30 minutos, até ficar levemente dourada e crocante.
Uma delícia ! Prometo um gosto inusitado e excelente !
Victor atribuiu nota 9,5 !
Gabriella e Lourenço apreciaram !
Senti falta para compor o cardápio de um arroz integral com brócolis e uma salada de acelga, rúcula e tomates cereja. Mas, depois de rapar o tacho, a fome de todos estava morta !

Retalho do Passado

Pedro Esmeraldo
No decorrer da década de 1970, precisamente no dia 27 de março de 1977, recebi telefonema do Dr. Assis Leite dizendo que era preciso ir imediamente à Fortaleza para fazer teste de português, matemática e conhecimentos gerais, a fim de ingressar no emprego efetivado na Petrobrás Distribuidora em Fortaleza.

Imediatamente, dei um pulinho até a rodoviária, tentado conseguir passagem de ida, pois a hora já estava avançada e seria uma sorte se por acaso conseguisse passagem nessas circunstâncias, e prevalecesse o direito de procurar, pelo menos uma vaga no último lugar da fila, o que por certo conseguiria com êxito um lugar na parte traseira do ultimo ônibus que partia desta cidade à capital.

Na volta, tive mais sorte com a passagem, pois tranquilamente o primeiro número devido ter mais atividade e procurei o primeiro lugar da fila, visto que procurei na hora exata, isto é, às 06:00horas da manhã, durante a volta à noite. Não houve nenhum obstáculo, visto que a BR estava totalmente recuperada e não havia subterfúgio, visto que toda a população andava tranquila sem ameaça de assaltos como há nos tempos atuais. Todas as estradas eram pavimentadas com asfalto e que causavam calma no meio do trânsito e o povo era mais obediente à sinalização com segurança.

Cheguei em Fortaleza por volta das 06:00 horas da manhã; rumei em direção da casa de meu irmão onde saboreei um apetitoso café, antes de ir à direção da Petrobrás.

Lá, enfrentei uma saraivada de teste de: Português, Matemática e Conhecimentos Gerais pois, tive de observar as dificuldades a fim de raciocinar com calma até conseguir decifrar quase todas as questões de matemática e português com êxito. Graças a Deus, dominei muito bem as matérias e saí feliz em minhas predileções. Na volta ao Crato, à noite, tornou-me mais fácil, já que minha mente estava arejada porque consegui chegar a bom termos, onde conquistei o que mais almejava que era o emprego.

Quando assumi a cadeira do ônibus de volta, senti-me enfadado, visto que ao meu lado, apareceu uma moça espevitada, fazendo firula com esnobismo, exprimindo palavras desagradáveis, mostrando que era habilidosa, dizendo que era cratense, do bairro da caixa d'água e que ainda morava em Brasília onde aprendeu a conviver com coisas sérias e mostrava ser dotada de grande saber. Não suportando as tolices dessa moça irreverente, deixei que ela esnobasse à vontade sem nem sequer olhar para ela; já que se tornou uma moça aborrecida, quando falava tolices.

Como estava enfadado devido a canseira do dia, caí num sono profundo; até quando, lá pelas tantas, ouvi uns gritos ensurdecedores, empurrando com forças os meus braços dizendo: Feche as pernas!

Olhei pra ela um pouco enraivecido, bem sério, respondi: Feche você que não tem o que quebrar.

A moça se calou e fechou a cara pra mim e saiu de mansinho, indo trocar o seu lugar com outra pessoa no banco traseiro. Ai então, não me contive, passei a observar a moça com olhar de desdém parecendo que ela deveria permanecer calada e nunca querer esnobar com apresentação ruidosa, dizendo palavras fúteis, bisbilhotando na frente da gente, pensando que todos eram tolos e nada sabiam de nada. Bem feito! Quem manda ser bisbilhoteiras com tagarelice em terra dos outros. Até que em fim, permaneci tranquilo não ouvindo mais as bisbilhotices dessa moça

Crato - CE, 27 de maio de 2010.

Cobertura fotográfica da Celebração do Encantamento

O Blog do Crato está disponibilizando a cobertura fotográfica completa da festa Celebração do Encantamento, ocorrida neste último sábado 29, em comemoração ao primeiro aniversário do programa radiofônico Cariri Encantado. O programa é apresentado por Luiz Carlos Salatiel na Rádio Educadora do Cariri AM. Por sua vez a festa foi trasmitida ao vivo direto do Salão Nobre do Crato Tênis Clube e contou com grande participação de público. Na ocasião aconteceram diversas apresentações dos artistas da região e foi prestada homenagem de reconhecimento a cerca de quinhentas personalidades ligadas ao fazer artístico e cultural do Cariri cearense.

As fotos são de Dihelson Mendonça e podem ser vistas AQUI.

A gente não furta...Puxa ! - por Socorro Moreira


Conversávamos no dia de ontem, eu e Zélia ( minha irmã) sobre as pequenas heranças artísticas e patológicas das famílias, incluindo a nossa.
O falar cedo e explicado x o não falar , e falar enrolado foi o primeiro ponto de análise, compreensão e riso.
Minha mãe , l0go ilustrou a conversa , confessando que aos nove anos , ainda possuía um dialeto próprio, intraduzível. Foi quando chorou um dia e uma noite , querendo da mãe sua " pôa, pôa". Anoiteceu, e de candieiro na mão , vovó Bibia , ainda procurava incansável, o tal objeto,pra agradar a filha.
Abriu por fim um velho baú, e saiu tirando peça por peça...Quase no final, quando puxou uma combinaçãozinha de cetim , a minha mãe gritou feliz : achei minha pôa, pôa !!! Vestiu, e foi dormir tranquila.
Melhor foi quando ganhou dois periquitos pra cantar um bendito. Cantava desafinado, e tão engraçado, que valia uma sessão de terapia do riso. Alguns dos nossos, repetiu na infância essa dificuldade, que modernamente , com ajuda dos fonaudiólogos, foi-se resolvendo.
Pior são as consequências patológicas : aneurismas, diabetes, pedras na vesícula e rins, alergias, depressão, etc,etc.
Meu pai mesclou o nosso conteúdo genético ( já herdado também) de todas as artes, e alguns vícios. Mas, acho que é desse jeito que a nossa cultura se reproduz , e se alicerça.
Zélia e Verônica tão por aí, como exímias artesãs !
E todos os dias , descubro algo diferente sobre a minha mãe : um namorado do passado, uma aptidão que começou a se desenvolver, e não seguiu adiante... Como o dom de tocar bandolim e violino. Disse-me que sabia ler com facilidade em pentagramas, mas cantava desafinado...E chegava a juntar gente pra ouvi-la, quando nas aulas de canto, solfejava. As pessoas riam, (magando) , e ela não perdia o rebolado, achando sempre que estava arrasando !
Olhando a fotografia dos meus pais, no dia do seu noivado,, acho em mim alguns dos seus traços. Numa crescente projeção me vejo agora, e por mais 10, 20 anos, se eu chegar até lá...!
Tenho o suor dos Lima, no bigode; o espírito teimoso e personal dos Moreira, e o caminhado miudinho de Chico Nunes, além de outros trejeitos.
Em síntese, "somos todos irmãos por parte de Adão e Eva..." Sendo assim não dá pra criticar , algum defeito, num cidadão comum.
Vamos trocando de espelhos !

31 de Maio- Festa de Coroação de Nossa Semhora, na Igreja da Sé

Todos os anos , após um planejamento e preparação de muitos meses, essa festa acontece com deslumbramento, graças às qualidades artísticas e espirito piedoso da nossa querida Bernadete Cabral.
Hoje, lá na praça, é noite de festa ! Não percam !

Colaboração de Altina Siebra



VIVER DESPENTEADA

"Hoje aprendi que é preciso deixar que a vida te despenteie,
por isso decidi aproveitar a vida com mais intensidade. ..
O mundo é louco, definitivamente louco...O que é gostoso, engorda. O que é lindo, custa caro.O sol que ilumina o teu rosto enruga.E o que é realmente bom dessa vida, despenteia...
- Fazer amor, despenteia.
- Rir às gargalhadas, despenteia.
- Viajar, voar, correr, entrar no mar, despenteia.
- Tirar a roupa, despenteia.
- Beijar à pessoa amada, despenteia.
- Brincar, despenteia.
- Cantar até ficar sem ar, despenteia.
- Dançar até duvidar se foi boa idéia colocar aqueles saltos gigantes essa noite, deixa seu cabelo irreconhecível...

Então, como sempre, cada vez que nos vejamos eu vou estar com o cabelo bagunçado... mas pode ter certeza que estarei passando pelo momento mais feliz da minha vida. É a lei da vida: sempre vai estar mais despenteada a mulher que decide ir no primeiro carrinho da montanha russa, que aquela que decide não subir.
Pode ser que me sinta tentada a ser uma mulher impecável,
toda arrumada por dentro e por fora. O aviso de páginas amarelas deste mundo exige boa presença:arrume o cabelo, coloque, tire, compre, corra, emagreça,coma coisas saudáveis, caminhe direito, fique séria...e talvez deveria seguir as instruções, mas quando vão me dar a ordem de ser feliz?
Por acaso não se dão conta que para ficar bonita eu tenha que me sentir bonita... A pessoa mais bonita que posso ser!

O único, o que realmente importa é que ao me olhar no espelho, veja amulher que devo ser.Por isso, minha recomendação a todas as mulheres:

Entregue-se, coma coisas gostosas, beije, abrace, dance, apaixone-se, relaxe, viaje, pule, durma tarde, acorde cedo, corra,
voe, cante, arrume-se para ficar linda, arrume-se para ficar confortável!Admire a paisagem, aproveite,e acima de tudo, deixa a vida te despentear!

O pior que pode acontecer é que, rindo frente ao espelho, você precise se pentear de novo!! "


Saiu no Diário do Nordeste - Artista plástico é destaque internacional

Bruno Pedroza - Foto: Antonio Vicelmo


Bruno Pedroza, natural de Lavras da Mangabeira, famoso na Europa, retorna ao Crato para rever a família

Crato Ele saiu de casa, na zona rural de Lavras da Mangabeira, com seis anos de idade e o nome de Raimundo Pedroza, ou melhor dizendo, Raimundinho. Hoje, Raimundinho é conhecido internacionalmente como Bruno Pedroza, um dos mais conhecidos artistas plásticos da Europa. O menino desengonçado, que nasceu e cresceu na bagaceira do engenho de seu avô, ouvindo histórias de mitos e lendas populares, intercaladas de informações sobre grandes artistas cearenses, entre os quais o pintor José dos Reis Carvalho e Vicente Leite, se transferiu para a cidade do Crato, onde encontrou um espaço aberto para sua vocação nas artes.

Na capital da cultura caririense, ele alimentou seus sonhos e utopias. Participou de eventos artísticos, estudou no Seminário São José. Inquieto, morou em Fortaleza, transferindo-se depois para o Rio de Janeiro, onde cursou a Escola de Belas Artes. Estudou arqueologia, filosofia e terminou como monge beneditino. Passou cinco anos no anonimato dentro de um convento. "Foi o momento mais rico de minha vida", afirma Bruno Pedroza. Deixou o mosteiro para se dedicar à arte.

Na década de 70, já famoso, Bruno resolve pagar uma velha dívida para com a cidade do Crato. Com o apoio de outros artistas, entre os quais Sinhá D´ Amora, Celita Vaccanie, além do então secretário de Cultura do Crato, João Teófilo Pierre, Bruno fundou o "Museu de Arte Vicente Leite", que conta com obras de artistas renomados: Sansão Pereira, Sérvulo Esmeraldo, Pedro Américo, Henrique Bernadeli, José dos Reis Carvalho, dentre outros.

Casou-se com a descendente de italiano, Elinor Perlingeiro Garnero, que apostou no talento do marido. Com o apoio financeiro do fundador da Rede Globo, Roberto Marinho, passou um ano na Itália. São 21 anos de Europa. Inicialmente morou em Cuneo, na região do Piemonte, onde nasceu seu sogro, o tenor Giovanni Garnero. Em 1991 se transferiu para Bassano del Grappa, cidade medieval vizinha a Veneza. Em 1994, iniciou o trabalho com esculturas em cristal de Murano, que o levou a estar presente no Corning Museum de Nova Iorque, no Museu de Arte en Vidrio de Alcorcón (MAVA) em Madri, e no Ebeltoftmuseet na Dinamarca. Vende seus trabalhos para todos os países da Europa, além de Estados Unidos e Japão.

Mais uma vez, o artista Bruno Pedroza está de volta ao Cariri. Veio rever a família, os amigos e o seu pai, que se encontra doente. Em companhia da filha Teresa, Bruno cumpre também um roteiro saudosista, revendo o riacho dos Machados, em Lavras da Mangabeira, onde viveu sua infância. Na entrevista, Bruno não se cansa de ressaltar a importância da figura de seu pai, Manoel André Pinheiro Pedroza, um vaqueiro do Vale do Machado, que sempre apoiou a sua opção de vida.

AMPLIAÇÃO


Pedroza doará novas peças ao Museu do Crato

Crato Na sua estada no Cariri, ele reviu o Museu de Artes do Crato, que passa por reformas. Em companhia do diretor do Museu, George Macário de Brito, e do arquiteto Waldemar Arraes de Farias, Bruno Pedroza esteve com o prefeito Samuel Araripe a quem prometeu a ampliação do acervo do museu com a doação de novas peças. "Agora, com mais experiência, eu tenho condições de montar um museu que seja uma referência para o Nordeste, capaz de concorrer com os melhores museus do Brasil", garante ele.

Ao assumir este compromisso, Bruno diz que é cratense de coração. "Foi aqui que estudei desde o primeiro ano até o fim da escola média, foi no Crato que descobri minha vontade de ser artista e onde estruturei minha personalidade cultural", diz ele, ressaltando que "voltar ao Crato é uma emoção que me acompanha até hoje, porque é um retorno ao período feliz da minha segunda infância e adolescência vividas no Bairro Pimenta, estudando no Grupo Escolar Teodorico Teles de Quental e no Seminário São José".

"Quando cresci um pouco mais e descobri que ser artista era meu projeto de vida, procurei me informar sobre arte e senti a falta que faz não ter um espaço onde um adolescente procure informação sobre arte. Volto para fortalecer o acervo do Museu de Artes daqui".

Fique por dentro


Museu Vicente Leite

O Museu de Arte Vicente Leite possui um acervo de nomes importantes na história da arte vivida nos anos 50, 60 e 70, no Rio de Janeiro, berço das artes no Brasil. Era a época do entrosamento entre mestres, alunos, pais, filhos, amigos e conterrâneos. Uma geração laureada de medalhas, menções honrosas e prêmios de viagens ao Brasil e ao exterior. O Museu foi fundado em 1972, na gestão do prefeito José Miguel Soares, pelo idealizador Bruno Pedrosa e Sinhá D´Amora. Seu nome deu-se em homenagem ao artista cratense de grande talento, Vicente Leite. A pintora Sinhá D´Amora e a escultora Celita Vaccani foram as primeiras benfeitoras do museu, doando com desprendimento trabalhos belíssimos. O local conta com obras de artistas renomados como: Sansão Pereira, Sérvulo Esmeraldo, Pedro Américo, Henrique Bernadeli, José dos Reis Carvalho etc. As obras que compõem o acervo foram adquiridas por meio do idealizador Bruno Pedrosa e Sinhá D´Amora, que obtiveram total apoio de artistas colecionadores, amigos e autoridades de quem solicitaram trabalho, cooperação e ajuda financeira para a concretização do museu.

Antônio Vicelmo
Repórter


http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=792993