Um só riso. Sorriso de luz, e solidão no sol. Amar, enlouquecer, adoecer. Estourando bombas de um são João imaginário. Desesperados esperando, esperados. Os mortos são calmos, estão calmos. O condenado é o vivo. A paisagem que assusta. O morador intergaláctico. O olho é nunca, o olho é jamais. Um bandolim que rasga a noite silenciosa, como um vinte e um no dado. A catedral em um pesadelo, uma manchete de jornal banhada em sangue árabe, mouro, cearense. O piano dói no coração amassado. Cidades que nunca vi enquadradas, em quadros antigos sem valor. O cinema mudo, a luz não acenderá sozinha. E não há mais medos ou dedos nos interruptores. Você é o quase nada que amarga na boca, como um ácido de tamarindo. Eu como os passos passados pra vomitar o presente. Um Noel ensandecido que odeia chaminés. Na tarde silenciosa o mel do mar é um canto miúdo de um passarinho. Meus dedos são peixes. O rio corre. Eu olho sempre o mesmo rio. Durmo, acordo, e uma mecha de cabelo salta do baú e cai na minha memória estragada. Domingo é sempre dolorido, como uma ferida no joelho. Uma flor me faz falta, na janela do mundo. Um copo de boa bebida que me cure o coração machucado. Rir. Um tanto de risos.
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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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segunda-feira, 31 de maio de 2010
Matando as saudades de Lupeu ...
Um só riso. Sorriso de luz, e solidão no sol. Amar, enlouquecer, adoecer. Estourando bombas de um são João imaginário. Desesperados esperando, esperados. Os mortos são calmos, estão calmos. O condenado é o vivo. A paisagem que assusta. O morador intergaláctico. O olho é nunca, o olho é jamais. Um bandolim que rasga a noite silenciosa, como um vinte e um no dado. A catedral em um pesadelo, uma manchete de jornal banhada em sangue árabe, mouro, cearense. O piano dói no coração amassado. Cidades que nunca vi enquadradas, em quadros antigos sem valor. O cinema mudo, a luz não acenderá sozinha. E não há mais medos ou dedos nos interruptores. Você é o quase nada que amarga na boca, como um ácido de tamarindo. Eu como os passos passados pra vomitar o presente. Um Noel ensandecido que odeia chaminés. Na tarde silenciosa o mel do mar é um canto miúdo de um passarinho. Meus dedos são peixes. O rio corre. Eu olho sempre o mesmo rio. Durmo, acordo, e uma mecha de cabelo salta do baú e cai na minha memória estragada. Domingo é sempre dolorido, como uma ferida no joelho. Uma flor me faz falta, na janela do mundo. Um copo de boa bebida que me cure o coração machucado. Rir. Um tanto de risos.
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Um comentário:
Quando ouvia Normando falar no Lupeu, sentia uma sonoridade mágica em sua voz.
Como é importante essa virtuosidade no tratamento das relações de querência e amizade.
Socorro, Geraldo Urano, Salatiel, Lupeu, Bola, Carlos Rafael,Nico, Jackie,Fernando e quantos e quantos outros grandes mestres e divas, que flutuavam em um mundo, onde o ser humano era a estrela maior.
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