Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

RECIFE E SUAS PONTES UNINDO CRATENSES


Entrevista com STELA SIEBRA DE BRITO em Recife.


- Como vê o Cariri atualmente?

Só consigo ver o Cariri de uma forma afetiva, do jeito que meu avô materno, José Augusto Siebra, o saudou no soneto escrito na primeira metade do século passado e que aqui transcrevo:
Hino ao Cariri

No Cariri tudo é belo
Tudo é galas e primores
É belo no sítio ameno
Ver-se flores multicores.

É belo o cantar das águas
Que vem de encontro à pedreira
A brisa a gemer nas folhas
Da majestosa mangueira.

Soluça a patativa
Na folha da bananeira
A juriti tão saudosa
Chamando a companheira.

Vê-se a beleza que tem
Os grandes canaviais
O canto dos passarinhos
Na fronde dos laranjais.

Ouve-se o rumor nas folhas
Do coqueiro pelo vento
Fitar os círios eternos
Que habitam no firmamento.

Que primavera meu Deus
Desponta no mês de abril
Maio, um altar a Maria
Coberto de flores mil.

Eu como sou filho desta
Terra cheia de delícias,
Quero viver no seu seio
Gozando suas carícias

É sempre assim, de um jeito bucólico e romântico que sinto e vejo o Cariri.

- Que lembranças marcaram sua vida no Crato e em Recife?

Do Crato tenho muitas lembranças definidas, sejam alegres ou tristes. Mas, é claro que elejo as alegres. Primeiro, a inesquecível Festa de Nossa Senhora da Penha, onde o sagrado e o profano se irmanavam e formavam um leque de novenas e orações, atrações e tentações. Depois de nove dias de novenas, o ápice da festa sagrada era a procissão de encerramento: as janelas das casas enfeitadas com bordados e flores, a multidão acompanhando a Padroeira no andor, lindamente decorado. Depois de passar por muitas ruas da cidade, abençoando a todos, a Nossa Senhora da Penha era coroada.
O aspecto profano da festa era tentador para crianças e adultos: carrosséis, leilões, barracas de comidas, músicas na amplificadora, muita gente na praça, muitos sonhos e desejos. Lembro que a vontade que eu tinha era rodar todo dia na roda gigante. Existia coisa mais fascinante do que aquela roda gigante do Parque Maia? O girar da roda era como a construção e realização de sonhos para mim. E o pior era que, como na minha casa os filhos eram muitos e o dinheiro curto, não dava pra rodar todo dia. Só nos domingos, que se resumiam em dois. Dois dias para construir e realizar sonhos, mas valeu a pena. Outra lembrança é da feira do Crato, pra mim inesquecível. Ainda hoje adoro uma feira, gosto da mistura de mercadorias oferecidas em bancas, espalhadas no chão: a feira das roupas, das frutas, a feira da rapadura, a feira dos cavalos, a feira das galinhas, das miudezas, a feira das bonecas... Ah, aquelas bonecas de pano, de vestido de papel crepom azul e cabelos de algodão pintado de amarelo, são inesquecíveis! Tinha também umas pequeninhas, que eram como se fossem as filhas das maiores. Tá tudo aqui guardadinho, com muito carinho, no meu acervo pessoal de memórias afetivas.
Do Recife e Olinda, cidades irmãs que nos acolheram há mais de trinta anos, a lembrança mais forte é a do primeiro impacto e encantamento, que foi com o carnaval, em fevereiro de 1970. Eu nunca tinha visto aquilo, muito menos vivenciado. O Carnaval era de todos e pra todos. O frevo na rua, o povo na rua. E eu caí na folia e nunca mais larguei.

3. Como se vê hoje?

Sou uma mulher madura, que não dispensa a gargalhada. Gosto de ver as coisas de um jeito bem humorado

- Quais os planos para o futuro?

Me aguardem...


O Cantor do jazz- Primeiro filme falado- (fragmentos)

Escrito por Regina Brett , 90 anos, Cleaveland , Ohio - Colaboração de Ismênia Maia

"Para celebrar o envelhecer, uma vez eu escrevi
45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais
requisitada que eu já escrevi. Meu taxímetro
chegou aos 90 em agosto, então, aqui está a
coluna, mais uma vez:

1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, apenas dê o próximo
pequeno passo.
3. A vida é muito curta para perdermos tempo
odiando alguém.
4. Seu trabalho não vai cuidar de você quando
você adoecer. Seus amigos e seus pais vão.
Mantenha contato.
5. Pague suas faturas de cartão de crédito todo mês.
6. Você não tem que vencer todo argumento.
Concorde para discordar..
7. Chore com alguém. É mais curador do que chorar
sozinho.
8. Está tudo bem em ficar bravo com Deus. Ele
agüenta.
9. Poupe para a aposentadoria, começando com seu
primeiro salário.
10. Quando se trata de chocolate, resistência é
em vão.
11. Sele a paz com seu passado, para que ele não
estrague seu presente.
12. Está tudo bem em seus filhos te verem chorar.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você
não tem idéia do que se trata a jornada deles.
14. Se um relacionamento tem que ser um segredo,
você não deveria estar nele.
15 Tudo pode mudar num piscar de olhos; mas não
se preocupe, Deus nunca pisca.
16. Respire bem fundo. Isso acalma a mente.
17. Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e
prazeroso.
18. O que não te mata, realmente te torna mais
forte.
19. Nunca é tarde demais para se ter uma infância
feliz. Mas a segunda só depende de você e mais
ninguém.
20. Quando se trata de ir atrás do que você ama
na vida, não aceite "não" como resposta.
21. Acenda velas, coloque os lençóis bonitos, use
a lingerie elegante. Não guarde para uma ocasião
especial. Hoje é especial.
22. Se prepare bastante; depois, se deixe levar
pela maré...
23. Seja excêntrico agora, não espere ficar velho
para usar roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém é responsável pela sua felicidade,
além de você.
26. Encare cada "chamado" desastre com essas
palavras: Em cinco anos, vai importar?
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todos.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da
sua conta.
30.. O tempo cura quase tudo. Dê tempo.
31. Indepedentemente de a situação ser boa ou
ruim, irá mudar.
32. Não se leve tão a sério. Ninguém mais leva...
33. Acredite em milagres.
34. Deus te ama por causa de quem Ele é, não pelo
que vc fez ou deixou de fazer.
35. Não faça auditoria de sua vida. Apareça e
faça o melhor dela agora.
36. Envelhecer é melhor do que morrer jovem.
37. Seus filhos só têm uma infância.
38. Tudo o que realmente importa, no final, é que
você amou.
39. Vá para a rua todo dia. Milagres estão
esperando em todos os lugares.

40. Se todos jogássemos nossos problemas em uma
pilha e víssemos os de todo mundo, pegaríamos os
nossos de volta.
41. Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o
que precisa.
42. O melhor está por vir.
43. Não importa como vc se sinta, levante, se
vista e apareça.
44. Produza.
45. A vida não vem embrulhada em um laço, mas
ainda é um presente "

Tributo a Bette Davis



Zé Kéti - "Se alguém perguntar por mim ..."




Zé Kéti (José Flores de Jesus) nasceu no Rio de Janeiro RJ em 06 de Outubro de 1921. Neto do flautista e pianista João Dionísio Santana, companheiro do compositor Índio e de Pixinguinha, e filho de um marinheiro tocador de cavaquinho, Josué Vale de Jesus, desde criança interessou-se por música. Aos 13 e 14 anos, quando morava no subúrbio de Piedade, foi levado por Geraldo Cunha, compositor do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira e parceiro de Carlos Cachaça, para assistir a ensaios daquela escola, seu primeiro contato com a música dos morros. Mais tarde, mudou-se para o subúrbio de Bento Ribeiro e foi levado para o G.R.E.S. da Portela pelo compositor, e depois presidente da escola, Armando Santos. Começou a desfilar em sua ala dos compositores e a compor, sem mostrar suas músicas a ninguém, só o fazendo mais tarde, aos 18 anos, quando já freqüentava as rodas boêmias do Café Nice, levado por Luís Soberano. Afastou-se dos meios musicais entre 1940 e 1943, quando serviu como soldado na Policia Militar. Por essa época, compôs sua primeira marcha carnavalesca, Se o feio doesse. Teve sua primeira composição gravada, Tio Sam no samba (com Felisberto Martins), pelos Vocalistas Tropicais, em 1946. No mesmo ano, Ciro Monteiro gravou para o Carnaval, com Raul de Barros (trombone), Gilberto (ritmo) e Odete Amaral (coro), Vivo bem (com Ari Monteiro). Em 1952, Linda Batista lançou em disco Amor passageiro, sucesso no Carnaval desse ano. Seu êxito seguinte foi Leviana, lançado como samba de terreiro na Portela e mais tarde gravado por Jamelão. Antes de 1954, afastou-se da Portela por acusações que punham em duvida a autoria de suas músicas, transferindo-se então para a União do Vaz Lobo. Aí lançou A voz do morro, gravada em 1955 por Jorge Goulart, com grande sucesso. Em 1955, A voz do morro e Leviana foram incluídas no filme Rio, 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos. Retornou a Portela e, em 1960, participou das atividades musicais do restaurante Zicartola, atuando como apresentador dos velhos compositores, ainda então desconhecidos do público, como Cartola e Nelson Cavaquinho, e dos novos, como Paulinho da Viola e Elton Medeiros. Em 1961 lançou, na quadra de ensaios da Portela, o samba Velha guarda da Portela, obtendo sucesso. Nesse ano ainda, o cantor Germano Matias gravou com êxito o samba Malvadeza Durão. Em 1962, o compositor, aproveitando o sucesso do samba A voz do morro, idealizou um conjunto homônimo que começou a ensaiar com a participação de Nelson Cavaquinho, Cartola, Elton Medeiros e Jair do Cavaquinho. Em 1964, ao lado de Nara Leão e João do Vale, encenou o show Opinião, em que lançou alguns sambas de sucesso, como Opinião, Acender as velas e Diz que fui por aí (com Hortênsio Rocha). Por essa época, Nara Leão gravou em seu primeiro disco solo (Nara) o samba Diz que fui por aí. Em seu disco Opinião de Nara, ela incluiu duas outras composições suas, Opinião e Acender as velas. Também em 1964, Germano Matias lançou Nega Diná e O assalto e, no ano seguinte, o compositor recebeu convite da Musidisc para gravar seus sambas numa fita a ser entregue aos cantores da gravadora, para escolha de repertório. Lá compareceu, levando outros sambistas até então desconhecidos, como Paulinho da Viola, Nescarzinho do Salgueiro, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, Oscar Bigode e Zé Cruz, que fizeram o acompanhamento e apresentaram seus sambas. A gravadora resolveu lançar então o LP Roda de samba, com o conjunto de sambistas denominado A Voz do Morro, concretizando antigo plano seu. Esse mesmo conjunto, com Nelson Sargento, gravou mais dois LPs, um pela Musidisc (1965) e outro pela RGE (1966). O compositor teve ainda dois sambas, em parceria com Elton Medeiros – Mascarada e Samba original – gravados no LP Na madrugada, interpretado por Paulinho da Viola e Elton Medeiros, lançado pela RGE em 1966. Para o Carnaval de 1967, compôs a marcha-rancho Mascara negra (com Hildebrando Pereira Matos), embora a primeira parte tenha sido atribuída ao irmão deste, Deusdedith Pereira Matos. Foi um dos maiores êxitos de sua carreira. Tem-se apresentado em shows de televisão e em boates. No cinema, em 1957 teve seus sambas Malvadeza Durão e Foi ela incluídos no filme Rio, zona norte, de Nelson Pereira dos Santos. Em 1958, sua música A flor do lodo foi incluída no filme Grande momento, de Roberto Santos. Seus sambas também seriam incluídos nos filmes Boca de ouro (1962), de Nelson Pereira dos Santos. A falecida (1965), de Leon Hirszman, e A grande cidade (1966), de Carlos Diegues. Nas décadas de 1970 e 1980, morou em São Paulo SP. Em 1990, de volta ao Rio de Janeiro, participou de uma remontagem do show Opinião. Em 30 de dezembro de 1994, durante show de Paulinho da Viola com a Velha Guarda da Portela, no Leme, Rio de Janeiro, subiu ao palco a convite e cantou varias músicas. Em 1996, aos 75 anos de idade e mais de 200 músicas compostas, gravou o primeiro CD da série Rio Arte Musical, produzido por Henrique Cazes, com quatro músicas inéditas e vários antigos sucessos. Ainda em 1996, em junho, o cantor Zé Renato (ex-Boca Livre) lançou o CD Natural do Rio de Janeiro, com 14 músicas suas. Em outubro desse mesmo ano, subiu ao palco junto com a cantora Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela (Jair do Cavaquinho, Monarco, Casquinha e Argemiro) e interpretou com enorme sucesso alguns clássicos do samba, como A voz do morro e O mundo é um moinho (Cartola), entre outros. Em 1997 completou 60 anos de carreira e foi homenageado com o show Na Casa do Noca, na Gávea, Rio de Janeiro. Ainda em 1997, recebeu da Portela um troféu em reconhecimento por seu trabalho e participou da gravação do disco Casa da Mãe Joana. A Editora Globo lançou, em 1997, o fascículo com CD Zé Kéti na coleção MPB Compositores, n.º 32.

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha



Altemar Dutra - O nosso Seresteiro

Altemar Dutra foi um dos principais nomes da música brasileira durante muitos anos. Seus românticos boleros reinaram nas paradas durante os anos 60 e 70. Ele foi o principal intérprete de uma lendária dupla de compositores: Jair Amorin e Evaldo Gouveia. Altemar compõe o quadro dos artistas brasileiros que se consagraram no exterior. Somente na América Latina foram mais de 500 mil discos vendidos. Nos EUA o brasileiro se tornou o cantor estrangeiro de maior sucesso, conquistando a imensa comunidade latina residente no país. Altemar faleceu em Nova Iorque com apenas 43 anos de idade.

Na cidade maravilhosa Altemar cantou em boates e chegou a fugir do juizado de menores para não ter sua carreira interrompida. Na noite carioca ele conheceu nomes importantes do meio artístico e estreitou o contato com Jair, que o levou para uma apresentação na Rádio Mundial no programa Boleros Dentro da Noite. Após conseguir contrato com a boate ‘O Cangaceiro’, Altemar travou amizade com os integrantes do Trio Iraquitã. Em 63 Joazinho, um componente do trio, fez a ponte para Altemar Dutra assinar um contrato com a Odeon. Era o início de uma grande trajetória musical.

O primeiro LP foi gravado pela Tiger entre o final dos anos 50 e início da década de 60. Mas o primeiro êxito expressivo veio com o álbum de 1963, na Odeon, e trouxe composições da dupla Jair-Evaldo. “Tudo de mim” foi a primeira alavanca da carreira de Altemar Dutra.

"De que é feito afinal
Esse seu coração
E que espécie de amor
Voce deseja dar
Se me humilho demais
Me abaixo até o chão
Ainda fico a dever
Sem lhe contentar O que mais quer você
Se tudo já lhe dei Se o que resta de mim
Sorrindo lhe entreguei
Se do pranto do olhar
Nem mesmo tenho mais
Uma gota sequer
Para chorar
Só minha vida
Eu não lhe dou
Como lhe dar
Se morto estou"

Nos anos seguintes a dupla de compositores experimentava uma enorme produtividade e Altemar se tornou o grande intérprete deles. Durante todo o restante da década de 60, Altemar Dutra reinou absoluto nas paradas de sucesso, emplacando hit atrás de hit.

No ano seguinte ao lançamento do primeiro trabalho, Altemar registra o maior sucesso de sua carreira. A música “Sentimental Demais” conquistou inúmeros fãs e o sucesso rendeu um carinhoso apelido: O Trovador. A grande capacidade vocal e as belas interpretações fizeram de Altemar um sucesso nacional e internacional. As versões em espanhol de suas músicas venderam mais de 500 mil cópias na América Latina. Devido ao enorme sucesso nesse mercado Altemar Dutra gravou um disco em parceria com o cantor chileno Lutcho Gatica, considerado “El rey del bolero”.

No início dos anos 70, Altemar conquistou o público latino residente nos Estados Unidos. Ele lançou inúmeros discos e reinou nas paradas durante os anos 60 e 70. Altemar Dutra é o principal ícone do bolero brasileiro. Dois anos antes de sua morte, o trovador emplacou outro grande sucesso. “Eu nunca mais vou te esquecer” é de autoria de Moacir Franco e estourou em 1981. Altemar Dutra foi casado com a também cantora de boleros Marta Mendonça e teve dois filhos: Deusa Dutra e Altemar Dutra Jr, ambos profundos conhecedores da obra do pai. Altemar faleceu em 1983 vítima de derrame cerebral durante um show em Nova Iorque.
Após sua morte, diversos discos foram relançados ou compilados em coletâneas de sucesso. Nomes importantes da MPB gravaram canções imortalizadas pela interpretação única de Altemar Dutra. Tânia Alves, Fafá de Belém, Agnaldo Rayol e Moacyr Franco são apenas alguns exemplos.

Wikipédia


São Bruno - Para o meu sobrinho Bruno Moreira


No dia 6 de outubro celebramos o santo fundador da Ordem dos Cartuxos, considerada a mais rígida de todas as Ordens da Igreja, e que atravessou a história sem reformas. Filho de família nobre de Colônia, Alemanha, nasceu em 1035. Quando alcançou idade foi chamado pelo Senhor ao sacerdócio, e se deixou seduzir. Amigo e admirado pelo Arcebispo de Reims, Bruno, inteligente e piedoso, começou a dar aulas na escola da Catedral desse local, até que – já cinqüentenário e cônego – amadureceu a inspiração de servir a uma Ordem religiosa.

Após curto estágio num mosteiro beneditino, retirou-se a uma região chamada Cartuxa com a aprovação e bênção de um bispo, o qual lhe ofereceu um lugar. Assim, São Bruno começou sua obra com o coração abrasado de amor por Jesus e pelo Reino de Deus. Com os companheiros observava absoluto silêncio a fim do aprofundar-se na oração e meditação das coisas divinas, ofícios litúrgicos comunitários, obediência aos superiores, trabalhos agrícolas, transcrição de manuscritos e livros piedosos.

Quando um dos discípulos de São Bruno tornou-se Papa, o quis como assessor. Por obediência ao Vigário de Cristo, ele aceitou o convite. Porém, recusou ser bispo e – após pedir com insistência a Urbano II – conseguiu voltar à vida religiosa. Juntamente com amigos de Roma fundou, no sul da Itália, o mosteiro de Santa Maria da Torre. Faleceu em 1101, neste mesmo mosteiro.

As suas últimas palavras foram: “Eu creio nos Santos Sacramentos da Igreja Católica. Em particular, creio que o pão e o vinho consagrados, na Santa Missa, são o Corpo e Sangue verdadeiros de Jesus Cristo”.

São Bruno, rogai por nós!

Google
* Bruno é a figura mais piedosa da família Moreira. Ele se diz Missionário de Cristo.

RUÍNAS DE SÃO MIGUEL

A triste notícia da morte de Mercedez Sosa, fez-me lembrar a região da Missões, onde a vi pela primeira vez, num festival da canção. Grandes festivais naquela época. Lembrava-me destas ruínas há vinte e poucos anos atrás, em junho último tive a sorte de ser convidado para um casamento nas próprias ruínas, não pensei duas vezes, momento ideal para rever essa maravilha da humanidade.
O Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo é um conjunto de ruínas da antiga redução de São Miguel Arcanjo, e um dos principais vestígios do período da Missões Jesuítas dos Guarani em todo o mundo, localizado no pequeno município de São Miguel das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul.
É considerado Patrimônio Mundial pela Unesco, juntamente com as ruínas do lado argentino de San Ignacio Miní, Santa Ana, Nossa Senhora de Loreto e Santa Maria Mayor, desde 1983.

A construção foi edificada no século XVIII, entre 1735 e 1745. O lugar é visitado por turistas de todo mundo, especialmente Argentina, Paraguai, Uruguai e países da Europa. O sítio faz parte de todo roteiro internacional Iguassu-Missões.







Lembro quando estive a primeira vez, me impressionou o tamanho de algumas esculturas talhadas na madeira, maior que o natural e ocas, diz a Lenda o Santo do "Pau-oco", entrava-se nas esculturas para fingir ser o santo que falava. Na verdade eram usadas para vigiar a Igreja, um ótimo esconderijo.


Hoje a estrutura do sítio é bem cuidada, o museu bem organizado, tudo de fácil acesso, não como há quase 30 anos atrás, vale a pena visitar.

Desafio para Jayro Starkey - Trava-Línguas em inglês: Woodchuck


This is a famous tongue-twister that I first heard when I was teenager.

It’s short, so you can practice it over and over again until it rolls off your tongue easily, impressing all those who are within listening distance.
.
It’s called the woodchuck tongue-twister and if you had to translate it to Portuguese, it would be something like, Quanta madeira um picapau iria picar se um picapau pudesse picar madeira. Something like that. Except that a woodchuck isn’t a picapau, but instead a kind of marmot. You can search for “woodchuck” on Google images and see for yourself.
.
Can you keep up with a native speaker at full speed.

.
The tongue-twister is:

.
=>How much wood, would a woodchuck chuck?
............................If a woodchuck could chuck wood?<=
.
Explicando:

.(Em resumo: este é um conhecido trava-língua em inglês e em destaque aparece o seu significado em Português. Tudo isto é apenas uma brincadeira, pois sabemos de antemão que Jayro é um expert em fluência e dicção na língua inglesa).
.

As Histórias dos Outros: III - Locutores – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Já vai longe a fase de ouro do rádio, onde os locutores tinham uma bela voz, leitura corretíssima, dicção e entonação perfeitas. Cresci escutando as rádios do Rio e São Paulo e invejava as vozes de Oduvaldo Cozzi, Jorge Cury, Carlos Frias, Luis Jatobá, Heron Domingues, César de Alencar e tantos outros. Às vezes me surpreendia sonhando ser um locutor famoso. Em fevereiro de 1967, eu estive perto desse sonho. Enquanto aguardava o resultado do vestibular, ouvi um anúncio na Rádio Cultura da Bahia, que aquela emissora estava realizando testes para novos locutores. Não pensei duas vezes: fiz minha inscrição e na mesma hora, o diretor da rádio me mandou fazer uma redação. Meio nervoso e suando muito, passei quase uma hora para escrever sobre o massacre que era o vestibular para os estudantes. Apavorei-me com uma velha máquina remington, cujas teclas saltavam algumas letras, quando tocadas com mais força, obrigando-me a reiniciar o trabalho várias vezes. Para minha surpresa, fui aprovado no teste de redação, devendo comparecer no dia seguinte para o exame de locução. Acontece que entre um dia e outro, o resultado do vestibular saiu e eu já me sentindo engenheiro, desisti de ser locutor, trocando um sonho por outro maior, assim pensava então. Ainda hoje, eu acredito firmemente que a radiofonia baiana nada perdeu com essa minha decisão.

Sonhos de locutores são muitos. O jornalista cratense Osvaldo Alves de Sousa, em seu livro “Tipos e Ditos Populares do Crato de ontem e de hoje”, à página 80, nos revela duas histórias de jovens que sonhavam em ser locutores da Rádio Araripe do Crato.

Segundo Osvaldo, o saudoso Elói Teles era muito assediado pelo soldado Saraiva que desejava ser locutor. Para se ver livre, Eloi disse ao militar que se ele conseguisse dois milhões de cruzeiros de patrocínio, teria a grande chance de ser locutor. Naquela época, essa era uma tarefa tida como impossível até para os mais experientes publicitários. Para surpresa do “Seu Elóia”, menos de oito dias depois, o soldado Saraiva chegou com os contratos de publicidades perfazendo o total da quantia estipulada. Imediatamente “Seu Elóia” marcou a estréia do policial para cinco horas da tarde daquele mesmo dia, um domingo, num programa cujo título era “Sambão e Zebrão”, que misturava diversos tipos de sambas com os resultados do futebol. Ao iniciar o programa, eis que chega a notícia da morte do papa Paulo VI. E o nosso Saraiva manda ao ar essa pérola de noticia: “Atenção Crato! Alô Brasiiiil! Deu zebra no Vaticano! Acaba de morrer agorinha mesmo o Papa Dom Paulo Meia Dúzia!”
Ao ser indagado se Elói ouvira o “furo” que o Saraiva tinha dado, assim respondeu o então diretor daquela emissora: “Furo uma ova! Aquilo foi um arrombamento! (1)

Mazim era um funcionário da Radio Araripe que também sonhava ser locutor. Era continuo e depois controlista. De tanto insistir para ser promovido a locutor, o gerente da rádio autorizou que ele entrasse no ar sempre que estivesse na rua e acontecesse alguma notícia, algum fato de interessasse da população. Nesse mesmo dia, ao se aproximar de sua residência, Mazim avistou uma grande multidão na frente da sua casa e das vizinhas. Ao se inteirar do que ocorrera, anotou tudo numa cadernetinha e correu para um telefone público. “Tenho uma notícia importante e urgente, por favor, me bota aí no ar agora mesmo!” Disse Mazim para o locutor do horário. Ao ser atendido, mandou brasa: “Senhoras e senhores, acaba de ocorrer um suicídio aqui no bairro do Seminário. O pedreiro José Antonio da Silva acaba de dar um tiro no peito, pondo fim à sua própria vida. Esta foi sua terceira tentativa. Antes ele cortou os pulsos, mas atendido às pressas no Hospital São Francisco se recuperou. Meses depois ele ingeriu dezenas de caixas de comprimidos de melhoral, mas os médicos fizeram uma lavagem estomacal e salvaram sua vida. Agora, senhoras e senhores, Zé Antonio morreu mesmo, realizando seu grande sonho! Um tiro no peito, foi êxito total!”(2)

Mazim obteve também êxito total na sua tentativa de se tornar locutor e hoje aposentado é o conhecido radialista Luzimar Rodrigues Leite.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

NOTAS: 1 e 2: Adaptados de “Tipos e Ditos Populares do Crato de Ontem e de Hoje” de Osvaldo Alves de Sousa,páginas 80 e 81-Editora Moderna, Crato – CE, 2000

Feminilidade ... - Para Walda Arraes de Farias


Walda foi minha colega no Primário, Ginásio e Pedagógico. Uma figura elegante, amiga, extremamente delicada e linda.
Eu achava que ela sabia tudo que o bom senso ordenava, e que a sensibilidade percebia.
Entre muitas das minhas interrogações, um dia perguntei-lhe :
Walda o que é feminilidade ?
Ela respondeu-me sem pestanejar : "É Dona Ruth"!
Socorro Moreira
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Bisaflor conta Histórias - Por : Stela Siebra Brito

Hoje Bisaflor vai contar uma história muito bonita, pois a ocasião é mesmo muito especial. Convidada por Almina, Bisaflor encheu-se de amores por uma bisneta da amiga: Isabela, neta de Joaquim. Colocou a menina no colo, chamou todas as outras crianças pra juntinho dela, disse que os adultos também deviam se aprochegar, pois a história de hoje é muito comprida, mas é muito bonita. É um conto narrado pelos irmãos Grimm.
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O PÁSSARO DE OURO
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Era uma vez um rei que tinha um belo jardim onde havia uma macieira que dava maçãs de ouro. Quando as maçãs ficaram maduras, foram contadas, mas o que se observava era que ao amanhecer faltava uma maçã. Isso foi comunicado ao rei e ele ordenou que fosse montada guarda debaixo da árvore, todas as noites. Na primeira noite o rei, que tinha três filhos, mandou o mais velho deles para o jardim. Mas, quando deu meia noite, o príncipe não resistiu ao sono, e, na manhã seguinte, tornou a faltar uma maçã. Na noite seguinte, o rei mandou o segundo filho montar guarda, que também não resistiu ao sono e dormiu por volta da meia noite e, na manhã seguinte, faltava mais uma maçã. Então, chegou a vez do filho mais novo, que, apesar de não merecer muita confiança do rei, seu pai, insistiu e foi autorizado a montar guarda debaixo da macieira.
O jovem príncipe não se deixou vencer pelo sono e quando o relógio bateu doze horas, algo zuniu pelo ar e ele viu, à luz da lua, um pássaro cujas penas brilhavam como ouro puro. O pássaro pousou na árvore e acabava de tirar uma fruta quando o rapaz disparou uma flecha nele, acertando sua plumagem. O pássaro fugiu, mas uma das suas penas de ouro caiu no chão.
Na manhã seguinte, com todo seu Conselho reunido, admirando a pena de ouro e avaliando que uma pena daquela valia mais que todo o reino inteiro, o rei cobiçava ter todo o pássaro em suas mãos. Assim, mandou que o filho mais velho fosse pelo mundo procurar o pássaro de ouro.
O príncipe pôs-se a caminho, confiante na sua própria inteligência, achando que encontraria o pássaro de ouro. Depois de andar um pouco, ele avistou, à beira de uma floresta, uma raposa sentada. Apontou a espingarda para ela, mas a raposa gritou: - “Não me mates, eu te darei em troca um bom conselho. Estás no caminho do pássaro de ouro, chegarás hoje à noite a uma aldeia onde há duas estalagens, uma em frente da outra. Uma está toda iluminada e cheia de alegria. Mas não entres nela, mas sim, na outra, embora ela te pareça pior”.
“Como pode um bicho tolo desses dar-me conselho sensato?” – pensou o filho do rei, e apertou o gatilho, mas errou a pontaria, e a raposa esticou o rabo e fugiu para a floresta. Então ele continuou seu caminho e ao anoitecer chegou à aldeia que tinha as duas estalagens. Numa delas havia música e danças, mas a outra tinha aspecto pobre e miserável. “Eu serei tolo”, pensou ele, “se entrar na estalagem indigente em vez da outra, bonita”. Pensando assim, o príncipe dirigiu-se para a estalagem alegre e, no meio dos ruídos e das festas, ficou morando, esquecido do pássaro, do pai e de todos os bons ensinamentos.
Quando passou um bom tempo e o filho mais velho não voltava para casa, o segundo pôs-se a caminho, à procura do pássaro de ouro. Como o mais velho, ele encontrou-se com a raposa, mas não ouviu seu bom conselho, e quando chegou à aldeia, escolheu a alegre estalagem onde se encontrava o seu irmão mais velho. Ficaram os dois vivendo por lá, em meio à alegria que ali reinava.
Novamente o tempo passou. O príncipe mais novo quis partir, o rei não queria deixar, achava que seu caçula não tinha determinação, se os dois mais velhos não conseguiram encontrar o pássaro de ouro, imagine ele... O jovem insistiu e o pai permitiu que ele partisse. Quando o príncipe mais novo chegou à beira da floresta, encontrou a raposa que suplicou por sua vida em troca de um bom conselho. O moço foi benevolente e disse-lhe: - Sossega, raposinha, eu não te farei mal”, ao que a raposa respondeu: -“Pois não te arrependerás, e para que chegues mais depressa, monta na minha cauda”.
E nem bem ele montou, a raposa disparou a correr, zunindo por sobre paus e pedras, até o vento silvar nos seus cabelos. E quando chegaram na aldeia, o rapaz desmontou, seguiu o bom conselho e entrou, sem olhar para trás, na estalagem simples, onde pernoitou tranquilamente. Quando de manhã ele chegou ao campo, a raposa já estava lá e lhe disse:
- Eu vou dizer-te o que deves fazer daqui em diante. Caminha sempre em frente até chegares a um castelo, diante do qual está um grande grupo de soldados deitados. Mas não te importes com eles, pois estarão todos dormindo e roncando. Passa por entre eles e entra diretamente no castelo, atravessando todos os compartimentos. Por fim chegarás a um quarto, onde está um pássaro de ouro dentro de gaiola de madeira. Ao seu lado está uma gaiola suntuosa de ouro puro, mas toma cuidado, não tires o pássaro da gaiola simples para colocá-lo na rica, pois poderás te dar muito mal.
Com essas palavras a raposa esticou de novo o seu rabo e o príncipe montou nele, e lá se foram eles, zunindo sobre paus e pedras, até o vento silvar nos seus cabelos.
Quando o príncipe chegou no castelo, encontrou tudo tal qual a raposa alertara. Foi até o quarto onde estava o pássaro numa gaiola de madeira, tendo ao lado a gaiola de ouro. E as três maçãs de ouro estavam ali, espalhadas pelo chão. Aí ele pensou que era ridículo deixar o belo pássaro naquela gaiola de madeira; abriu a portinhola, agarrou-o e o colocou na gaiola de ouro. No mesmo instante o pássaro de ouro soltou um grito estridente. Os soldados acordaram, invadiram o quarto e levaram o moço pra prisão. Na manhã seguinte ele foi levado a julgamento e condenado à morte. O rei disse, porém, que lhe pouparia da morte se ele trouxesse o cavalo de ouro que corre mais depressa que o vento, e que ainda ganharia, como recompensa, o pássaro de ouro.
O príncipe pôs-se a caminho, mas ia suspirando tristemente, pois onde poderia encontrar aquele cavalo de ouro? Então, ele vê de repente, a sua velha amiga raposa, sentada na estrada.
- Estás vendo? - disse a raposa, - isso aconteceu porque não escutaste as minhas palavras. Mas, anima-te, eu cuidarei de ti e te direi como poderás chegar até o cavalo de ouro. Deves andar reto em frente, e chegarás a um castelo, onde o cavalo está numa cocheira. Diante da cocheira estarão os cavalariços dormindo e roncando, e poderás retirar o cavalo, tranquilamente. Mas presta atenção: coloca nele a velha sela de couro e madeira, e de modo algum a sela de ouro, pendurada ao seu lado, senão de darás muito mal.
E a raposa esticou o rabo, o príncipe montou nele, e lá foram eles zunindo sobre paus e pedras até o vento silvar nos seus cabelos. Tudo aconteceu conforme a raposa dissera, mas na hora de colocar a sela, o príncipe pensou: “Um animal tão belo fica desfigurado se eu não lhe puser a sela nova que lhe cabe”. Mas nem bem a sela de ouro tocou o cavalo, este começou a relinchar com toda a força. Os cavalariços acordaram, agarraram o jovem e atiraram-no na prisão.
Na manhã seguinte ele foi julgado e condenado à morte, mas o rei prometeu poupar-lhe a vida e ainda dar-lhe o animal de ouro, se ele conseguisse trazer a bela princesa do castelo de ouro. De coração pesado, o príncipe pôs-se a caminho, mas por sorte, logo encontrou a raposa, sua fiel amiga, que lhe disse: - “ Eu devia abandonar-te ao teu infortúnio, mas tenho compaixão de ti e vou ajudar-te mais uma vez a sair das tuas dificuldades. O teu caminho te levará diretamente até o castelo de ouro. Chegarás lá ao anoitecer, e de noite, quando tudo estiver em silêncio, a bela princesa sairá para a casa de banhos. Quando ela estiver passando por ti, agarra-a e dá-lhe um beijo. Então ela te seguirá e poderás levá-la contigo. Mas não permitas que ela se despeça dos pais, senão te darás mal’.
E a raposa esticou o rabo, o príncipe montou nele e lá foram eles zunindo por sobre paus e pedras até o vento silvar em seus cabelos. Quando chegaram no castelo de ouro, tudo aconteceu como a raposa dissera e o príncipe esperou pela meia noite. Tudo estava mergulhado em sono profundo, a linda donzela saiu para o seu banho e o príncipe deu-lhe um beijo. Ela disse que o seguiria de bom grado, mas implorou com lágrimas que ela a deixasse antes despedir-se dos seus pais. Ele resistiu no começou às suas súplicas, mas como chorava cada vez mais e se atirou a seus pés, acabou cedendo. Mas assim que a moça chegou perto da cama do pai, todo castelo se acordou e o príncipe foi preso. Na manhã seguinte o rei lhe disse:
- Tua vida está perdida, mas poderás encontrar clemência somente se retirares a montanha que está diante da minha janela e que me atrapalha a visão. E tens de consegui-lo em oito dias. Se o conseguires terás a minha filha como recompensa.
O príncipe pôs mãos à obra, começou a cavar e a cavar, sem descanso. Mas quando viu, no fim de sete dias, quão pouco conseguira, e que todo seu trabalho fora em vão, caiu em profunda tristeza e perdeu toda a esperança. Ao anoitecer do sétimo dia, apareceu a raposa e disse:
- Tu não mereces que eu me preocupe contigo, mas, vai e deita-te e dorme, que eu farei o trabalho em teu lugar.
Quando ele acordou na manhã seguinte e olhou pela janela a montanha havia desaparecido. O jovem correu muito alegre para o rei e comunicou-lhe que a tarefa estava cumprida, e o rei, quisesse ou não, teve que manter sua palavra e entregar-lhe a filha. Então os dois partiram juntos, e não demorou muito para a fiel raposa reunir-se a eles.
- Já tens o melhor, é verdade, - disse a raposa – mas à donzela do castelo de ouro deve pertencer, também, o cavalo de ouro.
- Como poderei consegui-lo? – perguntou o jovem.
- Isto eu te direi, - respondeu a raposa. – Primeiro leva ao rei que te mandou para o castelo de ouro, a famosa donzela que ele pediu. Então haverá enorme alegria, eles te darão o cavalo de ouro de bom grado, e o trarão para ti. Monte imediatamente nele, e dá a mão em despedida a todos, por último à bela donzela, e quando pegares na sua mão, puxa-a para junto de ti com uma arrancada, e parte a galope. E ninguém será capaz de alcançar-te, pois esse cavalo corre mais que o vento.
Tudo saiu conforme o combinado, e o príncipe levou consigo a bela donzela no cavalo de ouro. A raposa não ficou para trás e disse ao jovem:
- Agora te ajudarei também a conseguir o pássaro de ouro. Quando estiveres perto do castelo, onde está o pássaro, faz a princesa descer do cavalo, eu tomarei conta dela. Então, entra no pátio do castelo montado no cavalo de ouro. Quando o virem, eles ficarão muito contentes e te trarão o pássaro de ouro. Assim que tiveres a gaiola na mão, galopa de volta para nós e apanha a tua donzela!
Quando a empreitada terminou, bem sucedida, e o príncipe quis voltar pra casa com os seus tesouros, a raposa falou para o jovem príncipe que queria uma recompensa pela ajuda que lhe tinha prestado: - “Quando chegarmos lá na floresta, mata-me com um tiro e decepa-me a cabeça e as patas”.
O príncipe estranhou muito aquele tipo de recompensa, recusando-se a fazer tal coisa. A raposa lhe afirmou que sendo assim teria que abandoná-lo, mas que ainda lhe daria um bom conselho: -“Guarda-te de duas coisas: não compres carne de forca e nem te sentes à beira de nenhum poço”. Falando isso, ela fugiu para a floresta.
Tal conselho soou também muito inusitado para o príncipe, que passou a considerar aquela raposa um animal muito esquisito, com pedidos tão estranhos, mas prosseguiu sua viagem com a princesa. O caminho o levou àquela aldeia onde haviam ficado seus dois irmãos. Havia um grande alarido e ele quis saber o que acontecia. Foi informado que dois homens seriam enforcados, e qual não foi sua surpresa ao constatar que os homens eram seus irmãos, que praticaram muitos desmantelos por ali, inclusive ficaram endividados. O príncipe mais novo quis saber se não haveria perdão para seus irmãos e todos se admiraram dele querer pagar as dívidas daqueles dois perversos.
Mas, assim fez o príncipe: libertou os dois irmãos e seguiram viagem de volta ao castelo do pai. Quando chegaram à floresta, onde encontraram a raposa pela primeira vez, os irmãos sugeriram que parassem para descansar e se alimentar, pois o sol estava muito quente, e ali era um lugar muito agradável, sentariam junto do poço e fariam uma refeição. O príncipe mais novo concordou e, envolvido com a conversa, nem reparou que sentava-se na beira do poço, esquecido do conselho da raposa. Os irmãos o empurraram pra dentro do poço, pegaram a princesa, o cavalo e o pássaro e voltaram para o reino do pai.
Lá chegando se vangloriavam da façanha de, não só ter trazido o pássaro de ouro, pois muito mais tinham feito, conquistando a moça do castelo de ouro e o cavalo de ouro. Houve grande alegria no palácio; no entanto, o cavalo não comia, o pássaro não trinava e a moça só chorava.
O príncipe mais novo não morreu, teve sorte, pois o poço estava seco e ele caiu sobre musgo macio e não se machucou. Mas, “como sair daqui do poço?”, pensava e se afligia, até que foi mais uma vez socorrido pela fiel raposa, que o repreendeu por não ter seguido seu bom conselho.
Quando retirou o príncipe, a raposa lhe disse que tivesse cuidado porque os dois irmãos colocaram sentinelas por toda floresta para matá-lo, se por acaso ele escapasse do poço. Para se proteger, o jovem trocou de roupa com um mendigo que logo encontrou na estrada e partiu para o castelo do pai. Entrou pelo pátio, ninguém o reconheceu, mas o pássaro começou a trinar, o cavalo começou a comer e a donzela parou de chorar.
Admirado, o rei quis saber o que estava acontecendo, a princesa não sabia explicar como tão de repente passara sua tristeza e falou: “É como se meu verdadeiro noivo tivesse chegado, sinto-me tão alegre”. E passou a contar para o rei tudo que havia acontecido, apesar de ter sido ameaçada pelos príncipes mais velhos.
O rei mandou vir a sua presença todas as pessoas que estavam no castelo, e aí veio, também, o jovem príncipe disfarçado de mendigo, que foi logo reconhecido e abraçado pela princesa. Os perversos irmãos foram agarrados e castigados. E quanto ao mais novo deles, casou-se com a princesa do castelo de ouro, foi nomeado herdeiro único e sucessor do rei, seu pai.
Mas... e a fiel raposa? Que aconteceu com ela?
Um belo dia o príncipe foi até a floresta e encontrou a amiga raposa, que lhe disse:
- Tu tens agora tudo o que podias desejar, mas a minha desgraça não tem fim, e, no entanto, está em teu poder libertar-me.
E novamente ela implorou que o jovem a matasse e lhe decepasse a cabeça e as patas. O príncipe, finalmente, atende ao pedido da raposa, e assim que o fez, a raposa transformou-se num homem, que não era outro senão o irmão da bela princesa, que agora enfim estava livro do feitiço que o prendia.
Acabou-se o conto e o levou o vento e todo o mal se foi, e o bem que ficou que seja pra todos nós.
Stela Siebra

Cecília Meireles - LEVEZA - (dia das aves)

“Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.”

(Cecília Meireles)



LEVEZA
.

Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.

E a cascata aérea
de sua garaganta,
mais leve.

E o que se lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.

E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
.

E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.

********************************

Nota:

Minha identificação com Cecília Meireles é instantânea. Como se ela tivesse escrito tudo o que quero dizer. Ou tivesse sentido o mundo da forma que o percebo. .

Claude Bloc
.

Dia das Aves com Manuel Bandeira

Louvo o Padre, louvo o Filho,

O Espírito Santo louvo.

Louvo Rachel, minha amiga,

Nata e flor do nosso povo.

Ninguém tão Brasil quanto ela,

Pois que, com ser do Ceará,

Tem de todos os Estados,

Do Rio Grande ao Pará.

Tão Brasil:quero dizer

Brasil de toda maneira

-brasílica, brasiliense,

Brasiliana, brasileira.

Louvo o Padre, louvo o Filho,

O Espírito Santo louvo.

Louvo Rachel, e louvada

Uma vez, louvo-a de novo.

Louvo a sua inteligência,

E louvo o seu coração.

Qual maior? Sinceramente,

Meus amigos, não sei não.

Louvo os seus olhos bonitos,

Louvo a sua simpatia,

louvo a sua voz nortista,

louvo o seu amor de tia..

Louvo o Padre , louvo o Filho,

O Espírito Santo louvo.

Louvo Rachel, duas vezes

Louvada, e louvo-a de novo.

Louvo o seu romance: O Quinze

E os outros três: louvo As três

Marias especialmente,

mais minhas do que de vocês.

Louvo a cronista gostosa.

Louvo o seu teatro: Lampião

e a nossa Beata Maria. Mas chega de louvação,

porque, por mais que a louvemos,

nunca a louvaremos bem.

Em nome do Pai, do Filho e

do Espírito Santo, amém”

(Manuel Bandeira)



Denis Diderot

Denis Diderot nasceu em Langres, na França, em 5 de outubro de 1713, e morreu em Paris, em 31 de julho de 1784. Educado em colégio de jesuítas, recebe sólida instrução humanística. Em 1732 instala-se em Paris. Vive apenas de traduções. Depois, dedica-se à direção editorial da "Enciclopédia ou Dicionário lógico das ciências, artes e ofícios", obra gigantesca que preparará ideologicamente a Revolução Francesa.
Encarregado pelo livreiro Lebreton de traduzir para o francês a enciclopédia inglesa "Cyclopaedia", de Ephraim Chambers, Diderot transforma o projeto em obra autônoma, suma das tendências científicas, sociais, econômicas e políticas do Século das Luzes. Em 1750 surge o "Prospecto" da "Enciclopédia", de autoria de Diderot, para incentivar a subscrição popular da obra: mais um manifesto do que um programa editorial.


Compartilhando a direção da "Enciclopédia" com d'Alembert, cujo "Discurso preliminar", no início do primeiro volume, é uma exposição de princípios filosóficos, Diderot vai entregar-se a uma tarefa que o absorverá durante 16 anos. Diderot tem fé no progresso contínuo, tem a certeza de que a ciência fornece a chave dos enigmas do mundo, de que a religião deve se circunscrever a uma modesta tarefa de regrar o comportamento prático do homem, de que a tecnologia irá construir o futuro econômico das sociedades e de que a política é a arte de eliminar as desigualdades sociais.

Ensaios, ficção, crítica e cartas

Fora da "Enciclopédia", Diderot escreve um volume de reflexões filosóficas ("Pensamentos filosóficos"), em que formula objeções racionalistas contra a revelação sobrenatural. Em 1748 aparece seu livro de contos licenciosos: "As jóias indiscretas".

Imediatamente antes da "Enciclopédia", em 1749, Diderot publica o ensaio "Carta sobre os cegos para uso dos que enxergam", tratando sobre a sujeição do homem aos seus cinco sentidos, o relativismo do conhecimento humano e a negação de qualquer fé transcendental. A esse ensaio segue-se imediatamente seu complemento: "Carta sobre os surdos-mudos".

A produção literária de Diderot se desdobra em vários gêneros. Ele escreveu dramas, ensaios, crítica de pintura e romances. Seu "Ensaio sobre a pintura", obra póstuma, é um trabalho de sensibilidade e de finura crítica, que mereceu o elogio de Goethe.

No terreno literário, Diderot produziu três romances ou novelas: "Jacques, o fatalista" - o mais pessoal dos seus escritos de ficção, com suas licenciosidades, sua incoerência narrativa, suas digressões à maneira de Laurence Sterne; "A religiosa" - obra licenciosa e anticlerical, denunciando a vida hipócrita dos conventos; e "O sobrinho de Rameau" - sua obra-prima, onde encontramos o melhor do talento de Diderot, um diálogo vivo e espirituoso, uma convincente estruturação de caracteres.

A maior parte da obra de Diderot só foi publicada depois de sua morte, inclusive a correspondência com Sophie Volland (1759-1774), sua última amante, publicada em 1830, um dos melhores epistolários da literatura francesa.


Enciclopédia Mirador Internacional

O avô de Rosineide Esmeraldo Ramos - Por Socorro Moreira


" Eu temia mais o meu avô do que temia o meu pai."( Rosineide )

- Um cratense respeitado, e bem lembrado.
Figura querida , no meio social e político.
Não vou dizer o nome, pois quero que alguém adivinhe !

"Vô, corre, que ele derramou o leite !" ( Rosineide)

-Alguém sabe contar essa história ? Eu achei ótima !
.

O Pensamento de Drummond ...

"Não serei o poeta de um mundo caduco. Também não cantarei o mundo futuro. Estou preso à vida e olho meus companheiros. Estão taciturnos, mas nutrem grandes esperanças. Entre eles, considero a enorme realidade. O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. Não serei o cantor de uma mulher, de uma história, não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela, não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida, não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins. O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os homens presentes, a vida presente."
(Drummond)
.

Projeto "Água pra que te quero"!- Por Nívia Uchôa


Paulo Vanzolini - Colaboração : Vera Barbosa

Documentário retrata a carreira de Paulo Vanzolini
Reuters - Por Redação

SÃO PAULO (Reuters) - O cineasta Ricardo Dias e o compositor Paulo Vanzolini, ligados por uma amizade antiga, também possuem uma paixão comum: a ciência. E foi por causa dessa intimidade com células e organismos vivos que o biólogo-cineasta começou a registrar em película as andanças de Vanzolini pelo país enquanto executava seu trabalho como zoólogo.

Das imagens do cientista para as do sambista, foi um pulo, ou uma capoeira, que chega nesta sexta-feira aos cinemas de São Paulo, Rio e Santos, com o filme "Um Homem de Moral".

Compositor com obras gravadas por alguns dos maiores intérpretes brasileiros, Vanzolini, autor de "Ronda", chega aos 85 anos como personagem desse documentário que registra os preparativos para um show realizado em 2003 no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, e a gravação de 52 músicas, numa revisão geral de sua obra realizada pela gravadora Biscoito Fino.

No filme, Vanzolini está bem à vontade e conta algumas histórias sobre sua vida dupla, de cientista e compositor popular. Ao mesmo tempo, acompanha de perto as gravações das canções, interpretadas por Miúcha, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Márcia, Inezita Barroso e Paulinho Nogueira, entre outros artistas.

A obra de Vanzolini está tão impregnada na vida de São Paulo como a de outro paulista ilustre, Adoniran Barbosa, não por acaso um dos principais representantes do samba paulista.

Os personagens suburbanos cantados por ambos sobrevivem na geografia inóspita da cidade e conseguem sacudir a poeira e dar a volta por cima, como reconhece o samba de Vanzolini, assobiado nas esquinas como verdadeiro hino de auto-ajuda em momentos de dificuldades amorosas.

Ricardo Dias foi apresentado ainda menino a Vanzolini por seu pai, na década de 60, na usina de Jupiá, no rio Paraná, quando o cientista realizava um estudo do impacto ambiental da obra.

Posteriormente foi aluno de Vanzolini, quando estudou Biologia na USP, nos anos de 1970. Foi nessa época que passou a documentar o trabalho do professor como zoólogo. Algumas cenas na mata foram aproveitadas no novo documentário.

0% de imposto para Música Brasileira- Colaboração de Vera Barbosa

A Música Brasileira é nosso maior patrimônio cultural, e patrimôno não paga imposto.

Parabéns ao MINC por apoiar a imunidade tributária para música brasileira!

* Devido ao início da Ordem do Dia do Plenário, a Comissão Especial de Fonogramas e VideoFonogramas Musicais terminou a reunião destinada à apresentação, discussão e votação do parecer do relator, deputado José Otávio Germano (PP-RS), à Proposta de Emenda à Constituição 98/07

A PEC, de autoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), isenta de impostos a produção de CDs e DVDs nacionais. A intenção é reduzir os preços desses produtos, valorizar a cultura nacional e combater a pirataria.

Novas audiências

Foi aprovada questão de ordem apresentada pela deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), para que a comissão ouça novos depoimentos e discuta outras propostas sobre o mesmo assunto. A deputada argumenta que essa PEC não combate a pirataria, que a isenção de impostos para CDs e DVDs já existe na Zona Franca de Manaus, e que a aprovação dessa proposta pode gerar desempregos na região.

O presidente da comissão especial, deputado Décio Lima (PT-SC), concordou com a questão de ordem, mas disse que decidirá depois se as audiências públicas acontecerão ou não depois da leitura do relatório. "Decidirei depois que ouvir os demais integrantes da comissão e de acordo com o Regimento Interno da Câmara", disse ele.

Com a interrupção da leitura do relatório, novos prazos são contados para que a comissão especial vote a PEC.

- PEC da Música tem apoio do Minc
Music News - Por Sheila Rezende

O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Políticas Culturais, confirmou o apoio à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 98/2007, que estabelece imunidade tributária para a produção de fonogramas e videofonogramas de música brasileira. O secretário José Luiz Herencia, da SPC/MinC, esteve reunido com representantes do setor musical na manhã deste dia 1º de abril, em Brasília, para acertar parceria e esforços nesse sentido. Mais conhecida como PEC da Música, a proposta de autoria do deputado Otávio Leite, estará em discussão na Câmara dos Deputados (Plenário 12 do Anexo II), nesta quarta-feira, à tarde, por ocasião de reunião deliberativa ordinária, na qual será apreciado e votado o parecer do deputado José Otávio Germano, relator da matéria. Durante o encontro, realizado na sede do MinC, Herencia destacou que a aprovação contribuirá para a dinamização da cadeia produtiva da música no Brasil, beneficiando compositores e produtores e proporcionando a redução do preço de CDs, DVDs e downloads de música brasileira para o consumidor final.

O conselheiro-diretor da Associação Brasileira da Música Independente, Carlos de Andrade, um dos representantes do setor presentes na reunião, revelou que a ABMI se compromete a repassar, integralmente, aos autores e ao consumidor final os benefícios recebidos pela Emenda Constitucional. “Se você receber 5% do benefício ou 35% esses benefícios serão repassados. Esse foi nosso compromisso desde o início. É interesse nosso, nós buscamos isso”, afirmou.

Também prometeu parceria ao MinC para discussão de novas diretrizes para a Cultura. O MinC divulgou nota na qual esclarece que considera que a música tem sua base econômica na Propriedade Intelectual, de grande valor para a geração de divisas para o país. Para o Ministério da Cultura, a aprovação da Proposta de Emenda à Constitução corrige assimetrias tributárias que comprometem o acesso à diversidade da música brasileira e estimula a criação de novos modelos de negócio para a produção e a distribuição no Brasil, como o download remunerado. Leia a Nota de Esclarecimento.

Participaram da reunião, além do secretário de Políticas Culturais e do representante da ABMI, o chefe da Assessoria Parlamentar do MinC, Paulo Brum, e o coordenador e diretor-geral da Festa Nacional da Música, o jornalista e radialista Fernando Vieira.

- Nova Lei Rouanet prevê "quebra" de direito autoral
Folha de S. Paulo - 2/4/2009 - Por Silvana Arantes

A proposta do Ministério da Cultura (MinC) para alterar a Lei Rouanet prevê a suspensão da reserva de direitos autorais dos bens e serviços realizados com benefício da lei (de renúncia fiscal), em favor do governo.
O texto estabelece que, um ano e meio após a realização da obra financiada com recurso público, "a administração pública federal" poderá dispor dela "para fins educacionais".
O embargo é de três anos nos casos em que o uso pelo governo for para "fins não comerciais e não onerosos". Isso permitiria, por exemplo, que a TV Brasil exibisse numa faixa de programação educativa a produção audiovisual feita com incentivo da lei. Quase todos os longas realizados atualmente no país são financiados por meio das leis Rouanet e do Audiovisual.

"Contrassenso"

O secretário-executivo do Ministério da Cultura, Alfredo Manevy, diz que, "uma vez explorado o processo econômico de um bem cultural financiado com dinheiro público, proibir ou limitar o seu acesso numa TV pública ou educacional é um contrassenso que a gente busca sanar com essa medida".

A medida caracteriza-se como "licença compulsória", segundo especialista em direito autoral ouvido pela Folha.
A Lei Rouanet contempla também a edição de livros, a produção de CDs e DVDs musicais, a montagem de espetáculos de artes cênicas e de exposições de artes visuais, entre outros produtos culturais.

O MinC estima que, com o fim da reserva de direitos, o MEC poderá reimprimir, para fins pedagógicos, livros de valor artístico financiados pela lei, mas cuja tiragem é restrita.

Outra mudança significativa no anteprojeto de lei formulado pelo MinC, que está em consulta pública (www.planalto.gov.br/ccivil-03/consulta-publica/programa-fomento.htm) e é tema de debate que a Folha promove, hoje, com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, é o fim da proibição de uso do "mérito artístico" como critério para avaliar os projetos submetidos ao crivo da lei.

Compete ao MinC autorizar (ou negar) a obtenção de recursos via Lei Rouanet -em que o patrocinador aplica em projeto cultural parcela de seu Imposto de Renda devido.

Da forma como é feita hoje, a avaliação dos projetos inscritos na Lei Rouanet -em torno de 9.000 por ano- obedece apenas critérios técnicos, como a coerência entre seu orçamento e as realizações previstas.

O texto em vigor, de 1991, determina que "os projetos enquadrados nos objetivos desta lei não poderão ser objeto de apreciação subjetiva quanto ao seu valor artístico ou cultural". Esse trecho foi suprimido no anteprojeto do MinC.
Manevy diz que, em nome da objetividade almejada pela atual formulação da lei, "muita coisa sem relevância foi feita" e afirma que "não entrar na discussão sobre a qualidade dos projetos e não premiar os que têm qualificação maior é neutralizar o sistema de avaliação".

Para o secretário-executivo, "a questão da subjetividade é inerente ao processo de avaliação, ainda mais no campo da cultura". O que o governo pretende, diz ele, é que as avaliações se façam com "regras claras, republicanas, com um sistema de contrapesos, para evitar qualquer tipo de dirigismo".

Pelo novo texto, "os critérios de avaliação serão aprovados pela Cnic [Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, com número paritário de representantes do governo e da sociedade civil] em até 90 dias antes do início do processo seletivo".
Segundo o MinC, a Lei Rouanet movimentou em 2008 cerca de R$ 1 bilhão. O anteprojeto prevê que a pasta possa utilizar até "5% dos recursos arrecadados" para gerir o uso da lei.

Manevy diz que a medida "vai permitir mais dinamismo" na análise dos projetos inscritos na lei e a "qualificação dos estudos" sobre sua utilização, já que "a Cnic vai ter o poder de decidir, para contratar pareceristas [que avaliem os projetos] e realizar estudos de impacto da lei em determinado setor.

O MinC prevê levar mais 45 dias após o fim da consulta pública -em 6/5- para arrematar o texto do anteprojeto e encaminhá-lo ao Congresso.

- Biscoito Fino (re)edita 'Jobim Violão', de 2007
Blog Notas Musicais - Por Mauro Ferreira

Lançado originalmente em 2007, o cult primeiro CD solo do violonista Arthur Nestrovski, Jobim Violão, está sendo reeditado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de abril de 2009. Dedicado à obra de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), o álbum apresenta 14 registros do repertório do Maestro Soberano em arranjos para violão, adaptados por Nestrovski a partir das partituras para piano publicadas no Cancioneiro Jobim (2000). A seleção inclui Luiza, Lígia, Insensatez, Por Toda a Minha Vida, Se Todos Fossem Iguais a Você e o obscuro tema instrumental Rancho nas Nuvens.

- 'Interpretações Históricas' de Altamiro em disco
Blog Notas Musicais - Por Mauro Ferreira

A gravadora Biscoito Fino botará nas lojas ainda neste mês de abril de 2009 um CD com gravações antológicas de Altamiro Carrilho. Interpretações Históricas - 1952 - 1965 (capa à esquerda) reembala 19 fonogramas - alguns bem raros, da época dos discos de 78 rotações por minuto - do início da carreira fonográfica do flautista, que começou a gravar regularmente nos anos 50 (nascido em 1924, Altamiro vai fazer 85 anos em 21 de dezembro de 2009).

Eis as 19 faixas da compilação:

1. Esquerdinha na Gafieira
2. Direitinho
3. Aconteceu no Grajaú
4. Samba de Morro
5. Deixe o Breque pra mim
6. Pinguinho de Gente
7. O Disco Enguiçou
8. A Galope
9. Hora Staccato
10. Tico-tico no Fubá
11. Bem-te-vi Atrevido
12. Canarinho Teimoso
13. Harmonia Selvagem
14. Língua de Preto
15. Evocação
16. Flamengo
17. Espinha de Bacalhau
18. Modulando
19. Sonoroso

Cantado por Sandália de Prata

Poemas de João Nicodemos -Por João Nicodemos

riscando versos
a esmo

não busco um outro

procuro a mim
mesmo

-------------
quando te vi

sou um menino
com uma nuvem de algodão

doce na mão


João Nicodemos

Em Trânsito - Por : Ana Cecília S.Bastos


Buscar o ar respirado na infância.

Reencontrá-lo a cada manhã,

justificando o novo dia.


Vejo o passado em cada cidade

e instante,

tonta de sono ou morte.


Não sei se amanheço

ou se retorno

em lenço espiral sem fim

até o supremo silêncio.


Ana Cecília
foto do acervo de Ana Cecília( mãe e irmão)

Aos meus padrinhos - Por : Claude Bloc


Viver, viver, simplesmente viver
Viver até o fim o sorriso
Viver até o fim, na cadência do tempo
O tempo que se achega e que consome
As marcas que nos marcam
Os passos que nos seguem até o fim...

E fomos bons no que fizemos
E somos bons no que temos
Somos pessoas do mundo
Caminhamos de mãos dadas
Suplantamos as dores
Interpretando as cores.

Estamos presentes no amor que vivemos
Nos filhos que tivemos
Porque sempre fomos um
Um que vai. Um que fica
Mas deixamos em todos os que amamos
A semente do amor
Que nos mantém sempre aqui
Com os que ficam.

Claude Bloc
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Antropofagia Banguela - Por: Ulisses Germano


A BELEZA DO ANONIMATO

Oh, beleza da idade!
Sorriso de pura brisa
Réstia de felicidade
Teu semblante sempre avisa
Que o olhar que tem na foto
Nunca viu um maremoto
Jamais saiu da divisa

O teu nome ninguém sabe
Se é Antonia ou Maria
Mas na boca sempre cabe
O cachimbo que alivia
Das dores da decepção
A cura da louvação
Nos tempos de romaria

Toda espontaneidade
Que existe nesta senhora
Nasceu da gratuidade
De um cliclar feito na hora
Dedé acertou em cheio
Cores, luzes e recheio
Ao olhar esta senhora

Ulisses Germano Leite Rolim
Foto : Dedê Cariri

Alguma poesia resta...

O que conta no ruflar das horas
Finais de tua existência
É o quanto há de poesia
No íntimo do íntimo de tua essência

O cheiro que busca o faro
Ao passar do tempo
É a busca do quando do prado ficou
Em teu corpo até este momento

Se não viste nada, nada de lírios nos prados
Nada do lirismo nos versos ou na frente da tua vida
Nada, nenhuma suspeita?
Olha atenta ao verso
Que a tua vida espreita

Há poesia até na química complexa
No remédio que teu médico te receita.


Foto:Fernando Figueiredo
Título:Instrumento musical I-Na Poesia da Escrita

Mercedes Sosa

"Morreu neste domingo, aos 74 anos, a cantora argentina Mercedes Sosa. Ela estava internada desde o dia 18 de setembro no Sanatorio de la Trinidad, em Palermo, Buenos Aires, e seu estado de saúde se agravou na última semana, devido a problemas renais que afetaram o sistema cardiorrespiratório e órgãos vitais."