“Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão.”
(Cecília Meireles)
LEVEZA
.
Leve é o pássaro:
e a sua sombra voante,
mais leve.
E a cascata aérea
de sua garaganta,
mais leve.
E o que se lembra, ouvindo-se
deslizar seu canto,
mais leve.
E o desejo rápido
desse mais antigo instante,
mais leve.
.
E a fuga invisível
do amargo passante,
mais leve.
********************************
Nota:
Minha identificação com Cecília Meireles é instantânea. Como se ela tivesse escrito tudo o que quero dizer. Ou tivesse sentido o mundo da forma que o percebo. .
Claude Bloc
.
2 comentários:
Claude,
eu também amo Cecília desde que a conheci na famosa década de 60. Vê que leveza: "O vento voa/a noite toda se atordoa/a folha cai./ Haverá mesmo algum pensamento/ sobre essa noite/sobre esse vento/sobre essa folha que se vai?"
Sabia que você é leve, Claude?
Claro, é poeta! beijos.
Obrigada Stella,
Quando comecei a escrever Antonio Edson Libório, irmão de Darci e Salete Libório, me dizia que eu tinha uma temática e um estilo que lembravam os poemas e escritos de Cecília Meireles. Me debrucei sobre a obra dela e foi imediata a identificação.
Claro que busquei minha identidade, mas de qualquer forma, como ela "tenho fases como a lua".
Abraço a você,
Claude
Postar um comentário