Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Hey - Julio Iglesias

http://youtu.be/10eudwCINs4



Porque ficamos impressionados com o "gigantismo", fizemos questão de registrar algumas imagens das "pás gigantes" de usinas eólicas (45 metros cada, correspondente a um edifício de 15 andares) objeto na nossa postagem "Ver... pra crer", de alguns dias atrás. As carretas estavam estacionadas por trás do Hospital da Unimed, começo da BR-116, aqui em Fortaleza. Agora, imaginem o diâmetro e altura da "base" (do catavento) que recebe três dessas gigantes e o "como" se faz para fincar tudo isso em cima das dunas.

Quando o Tempo É Curto - Aloísio

Quando o Tempo É Curto


Meu caminhar é ligeiro
Tenho que chegar
Onde quero ir

Não há nenhuma parada
Nessa caminhada
Tudo é muito rápido

Com sinal aberto, sigo em frente
Não escuto o cantar dos pássaros
Não vejo as pessoas passarem

Não há tempo para recordações
Atropelo os pensamentos
É tudo real

Assim a vida passa
“Tanta coisa que eu tinha a dizer” (1)
“Num samba curto” (1)

As dúvidas não se dissipam
A vida segue o rumo
Quando o tempo é curto.
Aloísio


(1) Sinal Fechado / Num Samba Curto - Músicas do genial Paulinho da Viola

Já fui prego martelo e serrote

No meio da bagaceira
Brigo puxo faca e dou pinote
Faço Dedê subir na bananeira
E a Claude dançar um xote
Na festa furo bumbo e cadeira
Chuto lata,sanfona e caixote
Versando com Zé Limeira

Sou como água fria de pote
Cabeça quente de fogueira
Bato na fuça ou no cangote
Em quem vier falar besteira
Se não morreu teve sorte
Fica doido e diz asneira
Vou dizendo outro mote
Versando com Zé Limeira.


Jacques Bloc Boris

fui prego martelo e serrote

No meio da Bagaceira

Eu desço a ribanceira
Passeio pelo jardim
No verso sou bem ligeira
Me visto só de cetim
Pra falar de Zé Limeira
Segunda eu vou pra feira
Na quarta não tô a fim.

Mas pra entrar no seu mote
Pra não falar mais besteira
Faço verso, dou pinote
E não vou com choradeira
Bebo na boca do pote
Salto que nem um garrote
versando com Zé Limeira.


No meio da bagaceira

CLAUDE BLOC

DESTAQUE NO SALÃO DE OUTUBRO 2010, CRATO - Por Edilma Rocha


SAMUK - Medalha de ouro no Salão de Outubro 2010 com a tela à óleo, intitulada "MARACATU ATÔMICO"

Participem do VII SALÃO DE OUTUBRO 2011 - Instituto Cultural do Cariri, 19 de Outubro - Crato
Inscrições abertas

A "arte da prudência" - José Nilton Mariano Saraiva

Os que, sabiamente, optam pelo uso de um mínimo de bom senso (ancorados na responsabilidade, evidentemente), percebem que é humanamente impossível o processamento de mudanças radicais numa cultura secularmente estratificada, ao simples toque de uma varinha (mágica) de condão, especialmente quando se está a lidar com a “coisa pública”; já aqueles passados “na casca do alho”, sabem que é ilusório se pensar que práticas e conceitos de há muito vigentes e arraigados possam vir a ser eliminados, de cima pra baixo e de um dia pra outro, através da decretação de alguma providência de caráter extraordinário (via edição de medidas provisórias, por exemplo); enfim, mudanças estruturais, que mexem com milhões de pessoas e até com o destino de uma nação, precisam e exigem, além da coragem para tomá-las, responsabilidade profunda e um determinado tempo de reflexão e maturação (nada de intempestividade, sob pena de uma colheita catastrófica).
Com a reflexão acima, queremos fazer referência, em passant, ao regime político vigente no Brasil – o presidencialismo - já que, em razão da necessidade de constituição de uma necessária base de apoio sólida e ampla (mesmo que heterogênea) a fim de viabilizar a tal “governabilidade” o ocupante da função há de ter “estômago de avestruz”, especializar-se na arte de engolir lagartos, sapos, cobras e outros similares, a fim de aprovar projetos de interesse do país, sem que com isso tenha de abdicar ou deixar de punir os que não se enquadrem nos padrões estabelecidos na seara da moralidade administrativa (e é triste constatar que essa é uma das características do nosso regime: o poder Executivo, de certa forma, tende a tornar-se refém do Legislativo, onde impera o “jeitinho”, o beneficiar-se primeiro, o corporativismo exacerbado).
Irresponsavelmente, no entanto, de certo tempo até esta quadra, por pirraça ou mesmo por querer ver o circo pegar fogo, alguns oposicionistas que têm no radicalismo, na intolerância e no sectarismo sua bandeira primeira, questionam o fato de a presidenta Dilma Rousseff usar do comedimento, da prudência e de uma “paciência chinesa” pra definir-se em relação às sérias acusações assacadas contra alguns dos seus principais auxiliares, suspeitos de malfeitos (e aí, chegam ao absurdo da insensatez, ao acusá-la de ser leniente com a corrupção),
Por essa razão, é bom que todos tomem conhecimento que nos últimos oito anos (a partir do primeiro governo Lula da Silva), nada menos que 2.840 (dois mil oitocentos e quarenta) funcionários federais foram postos no olho da rua, 281 foram destituídos dos cargos em comissão e 204 tiveram aposentadorias cassadas, em virtude, principalmente, do recebimento de propinas e de crimes de improbidade administrativa; especificamente no governo Dilma Rousseff, só nos primeiros sete meses da sua gestão, além dos graduados (e tidos como intocáveis) quatro ministros que receberam o “bilhete azul”, nada menos que 328 funcionários foram demitidos, sem choro nem vela, em razão de se conduzirem de maneira inapropriada na condução da “coisa pública” (dados divulgados pela Controladoria Geral da União-CGU, posição em julho/11).
Reconheçamos que ainda é muito pouco, porque corrupto e desonesto é o que não falta nesse mundo, mas a “arte da prudência” e o bom senso adotado pela nossa presidenta parece-nos o mais recomendável.
No mais, apesar da presidenta Dilma Rousseff ter decepcionado determinados segmentos da sociedade (em razão da prudência adotada, de par com a firmeza das suas decisões), em compensação acaba de ser escolhida por um qualificado e respeitável júri internacional como a terceira mulher mais influente do mundo (atrás da dura chanceler alemã Ângela Merkel e da poderosíssima secretária de estado americana, Hillary Clinton), em razão do comando sereno, firme e profícuo que imprimiu à frente de uma potência complexa como o é o nosso Brasil.
E isso se acha refletido no apoio e aprovação demonstrados pela imensa maioria da população brasileira, conforme demonstram os últimos números tabulados.

As chances do amanhã - Emerson Monteiro


Em sua recente visita a Juazeiro do Norte, em 27 de agosto de 2011, o professor Leonardo Boff afirmou que o Brasil tem tudo para ser a grande nação da Humanidade, caso haja tempo para isso na história.

No entanto, métodos recentes de transferência do poder exigirão a participação popular melhor esclarecida no processo de escolher os líderes, assim reconhecidos pelas urnas. Antes, porém, porque heranças de sangue determinavam fixações da linhagem sucessória, sem amplas possibilidades a todos nada permitia. Vem daí a virtude do voto participar com gosto e sabedoria no preenchimento dos cargos e posições públicas.

Visto dessa maneira, o sagrado nas escolhas generaliza o poder do cidadão, pobre ou rico, para crescer nas próprias pernas, através seleções democráticas. Regime quase perfeito (?!). Pessoas ainda imperfeitas (!).

Enquanto parece não prever qualquer falha, os atores do drama político seguem nas vacilações de seculares defeitos, quase sempre de origem moral, sem virtudes. Poucos se permitem ao luxo da integridade de uma cena limpa, de valores identificados com a Ética, nas trilhas formais dos sonhos sociais.

E os políticos se deixam levar pelas ilusões das carências grosseiras, da acumulação de força, invés de servirem ao povo e, em consequência, à grande sociedade humana. Avançam sobre o bolo público quais feras famintas, vorazes rapinantes, esquecidos que são parte de um todo e ocupam postos vitais forçando a escolha de que muito precisam na qualidade, para apenas fazerem o favor deles próprios, ou dos seus financiadores, aos olhos crédulos de eleitores inconscientes.

Nos Estados Unidos, gloriado exemplo do sistema quase perfeito (?) do capitalismo, análises não se cansam de falar nas forças poderosas que dominam as instituições, como heranças em crise, cujos remendos principiam a fazer água, maquiados pelas tintas da imprensa monumental, campeões internacionais.

O capitalismo assumiu papel de estrada principal dos modelos econômicos, levando-os a considerar altar exclusivo da civilização. As decisões mais sérias dos americanos ainda valem de consenso aos povos mais distantes.

E passamos ao melancólico estágio de massa falida que vota por dever e se engana por resultados, vítima da falta de opção, de métodos e aplicações corretas das leis do Estado moderno. - O quê e como fazer?

Aqueles que aprenderam nos bancos da experiência usam a política como instrumento particular; transformam-na em banda pensa da roleta da ingenuidade, em prejuízo da enorme periferia faminta. O padecimento dessa falta de juízo devora as carnes dos que se entregam a preço de banana, atenuando (quem sabe?) as culpas dos líderes de ocasião, vivos no meio dos escombros fumegantes dessa irresponsabilidade coletiva.