Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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sábado, 20 de fevereiro de 2010

Projeto água pra que te quero !- Poesia da Luz






Fotos : Nívia Uchôa

Nina Simone

A Elegância do Clássico - por Cláudia Garcia




A extrema elegância sempre foi a principal marca das criações clássicas de Hubert de Givenchy, um francês reconhecido mundialmente por seu trabalho coerente e requintado.

Givenchy se aposentou em 1995 e não mais participa do mundo da moda. O atual responsável pela criação da marca é o inglês Julien Macdonald, que veio substituir Alexander MacQueen, desde março de 2001.

"Para os que se preocupam com qualidade, o prestígio é a coisa mais importante. Acredito sempre na alta-costura e desejo que ela dure até o fim da minha carreira. Sempre a defendi, com a perfeição que ela implica. Não há duas maneiras de se exercer a profissão. Sucesso não é prestígio. O sucesso é passageiro, o prestígio é outro assunto. Ele persiste depois da gente. É preciso trabalhar para não ter trabalhado em vão."


Givenchy

Anaïs Nin





Não vemos as coisas como são: vemos as coisas como somos.

É monstruoso dizer-se que o artista não serve a humanidade. Ele foi os olhos, os ouvidos, a voz da humanidade. Sempre foi o transcendentalista que passava a raios X os nossos verdadeiros estados de alma.

A vida contrai-se e expande-se proporcionalmente à coragem do indivíduo.

A carne conta a carne produz perfume, mas o contato com as palavras apenas engendra sofrimento e divisão.

Penso que se escreve para um mundo onde se possa viver.

A origem da mentira está na imagem idealizada que temos de nós próprios e que desejamos impor aos outros.

O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios, tão indispensável como a poesia.

A única anormalidade é a incapacidade de amar.

A nossa vida em grande parte compõe-se de sonhos. É preciso ligá-los à ação.

O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor.

"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."

Anais Nin

Coelho Neto




Escritor maranhense
Coelho Netto
21/02/1864, Caxias (MA)
28/11/1934, Rio de Janeiro (RJ)


Coelho Neto foi criticado pelos modernistas devido a sua linguagem rebuscada

Henrique Maximiano Coelho Netto era filho do português Antônio da Fonseca Coelho e da índia Ana Silvestre. Aos seis anos foi, com a família, morar no Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio Jordão.

Ainda jovem entrou na Faculdade de Medicina, mas não permaneceu por muito tempo, por não se adaptar à frieza da morte e da anatomia.

Então com 18 anos, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, de onde saiu por se desentender com um professor, transferindo-se para a Faculdade de Direito do Recife, mas as lutas abolicionistas e republicanas não o deixaram concluir o ensino superior.

Ao lado de José do Patrocínio começou sua carreira de jornalista na Gazeta da Tarde, formando com este e mais alguns amigos o grupo da "boêmia literária" do Rio de Janeiro.

Também foi Diretor dos Negócios, da Justiça e Legislação do Estado do Rio de Janeiro (1891); professor de História das Artes, na Escola Nacional de Belas-Artes (1892); redator de debates do Senado (1893); professor de literatura no Ginásio de Campinas (1901) e no Colégio Pedro 2o (1907); deputado federal pelo Maranhão em três legislaturas (1909-1921); professor da Escola de Arte Dramática Municipal e também seu Diretor (1910) e um dos fundadores e Presidente da Academia Brasileira de Letras, em 1926.

Casou-se com Maria Gabriela Brandão, logo após a Proclamação da República, tendo como padrinho o próprio Presidente, Deodoro da Fonseca. O casal teve treze filhos, dos quais só sete sobreviveram.

Seu livro de estréia foi Rapsódias, de 1891, quando passou a desenvolver uma intensa carreira literária. Escritor fértil, sua obra consta de 130 livros, entre os quais estão romances, contos, crônicas, fábulas, teatro e memórias. Algumas mais representativas: "A Capital Federal" (1893); "Rei Negro" (1914); "Mano" (1924); "Fogo-Fátuo" (1929).

Para seu filho, Paulo Coelho Netto, ele possuía "o mais rico vocabulário da língua, calculado em 20 mil palavras". Já Antonio Candido diz que ele tinha a "imaginação relativamente escassa e a capacidade de observação um tanto apressada ou superficial".

Sua linguagem rebuscada, estilo opulento e luxuriante (Brito Broca), causou repulsa, especialmente nos modernistas, que dele debochavam: "O mal foi eu ter medido o meu avanço sobre o cabresto metrificado e nacionalista de duas remotas alimárias - Bilac e Coelho Neto...", diz Oswald de Andrade, no prefácio de Serafim Ponte Grande.

UOL EDUCAÇÃO

Andrés Segovia




Andrés Segovia (Linares, Espanha, 21 de fevereiro de 1893 — Madri, 3 de junho de 1987) foi um grande guitarrista espanhol. Considerado o pai do violão erudito moderno pela maioria dos estudiosos de música, Segovia dizia que ele "resgatou o violão das mãos dos ciganos flamencos" e construiu um repertório clássico para dar lugar ao instrumento em salas de concerto. Muitos compositores fizeram obras especificamente para ele como Turina, Villa-Lobos, Castelnuovo-Tedesco e Pedrell. Pablo Casals foi um grande admirador e apoiador de Segovia.
A introdução de Segovia à guitarra foi aos quatro anos de idade. Quando era pequenino, o seu tio entoava-lhe canções enquanto ele tocava uma guitarra imaginária. Isso incitou Segovia a elevar a guitarra para o status do piano e do violino. Em particular, ele queria que a guitarra fosse tocada e estudada em todos os países e universidades do mundo, e passar o seu amor por ela para as gerações futuras.

A primeira apresentação de Segovia foi em Espanha, quando tinha 16 anos. Poucos anos depois, fez o seu primeiro concerto profissional em Madrid, tocando transcrições de Francisco Tárrega e algumas obras de Bach, que ele próprio transcreveu e arranjou.

A sua primeira tourné foi pela América do Sul em 1916. Em 1924, apresentou-se em Paris e em Londres. Seguiu depois por várias outras cidades na Europa e na Rússia.

Embora não fosse aprovado pela família, ele prosseguiu os estudos em guitarra. A sua técnica diferencia-se das técnicas de Tárrega e dos seus sucessores, como Emilio Pujol. Como Miguel Llobet (que pode ter sido seu professor por um curto período), Segovia atacava as cordas com uma combinação da unha com a carne da ponta dos dedos, produzindo um som mais preciso do que os seus contemporâneos. Com esta técnica, foi possível criar uma paleta de timbres maior, em comparação com o uso da carne ou das unhas sozinhas.

Muitos músicos proeminentes acreditaram que a guitarra de Segovia não seria aceite pela comunidade da música erudita, porque nas suas mentes, a guitarra não poderia ser usada para música erudita. Apesar disso, a excelente técnica de Segovia e o seu toque único atordoaram plateias. Consequentemente, a guitarra não foi mais vista estritamente como um instrumento popular, mas sim como um instrumento apto para tocar música erudita.

Como progredia na sua carreira e tocava para audiências cada vez maiores, Segovia constatou que as guitarras existentes não eram suficientes para tocar em grandes salas de concerto, porque não conseguiam produzir volume de som suficiente. Isso estimulou-o a procurar inovações tecnológicas que poderiam melhorar a amplificação natural da guitarra. Trabalhando a par com o luthier Hermann Hauser, ajudou na construção da que hoje é conhecida como guitarra clássica, de melhores madeiras e cordas de nylon. O formato da guitarra também foi mudado para melhorar a acústica. A nova guitarra podia produzir notas com maior volume sonoro do que os modelos anteriores, usados em Espanha e noutras partes do mundo, embora fosse ainda baseado no modelo básico desenvolvido por Antonio Torres quase 50 anos antes de Segovia nascer. Depois de uma viagem de Segovia pelos Estados Unidos em 1928, Heitor Villa-Lobos compôs e dedicou-lhe os "12 Estudos". Segovia também transcreveu muitas peças eruditas e reescreveu obras transcritas por outros (como Tárrega). Muitos guitarristas nas Américas, entretanto, já tinham tocado as mesmas obras antes de Segovia chegar.

Em 1935, fez a estreia da "Chaconne" de J. S. Bach, uma peça difícil para qualquer instrumento (original para violino solo). Mudou-se para Montevideo, fazendo muitos concertos na América do Sul nas décadas de 30 e 40. Depois da II Guerra, Segovia começou a gravar mais frequentemente e a fazer digressões regulares pela Europa e EUA, uma agenda que ele manteria pelos 30 anos seguintes da sua vida.

Segovia ganhou o prémio Grammy pela Melhor Performance Erudita - Instrumentista em 1958, pela sua gravação Segovia Golden Jubilee.

Em reconhecimento à sua enorme contribuição cultural, foi elevado para a nobreza espanhola em 1981, com o título de Marquês de Salobreña.

Andres Segovia continuou a apresentar-se já idoso e viveu uma semi-reforma durante os anos 70 e 80 na Costa del Sol. Dois filmes foram feitos sobre a sua vida e obra - um quando tinha 75 anos e outro 9 anos depois. Estão disponíveis no DVD Andres Segovia - in Portrait.

Segovia teve muitos alunos durante a sua carreira, incluindo alguns guitarristas hoje famosos como John Williams, Rouland Solarese, Eliot Fisk, Oscar Ghiglia, Charlie Byrd, Christopher Parkening, Michael Lorimer, Michael Chapdelaine, Virginia Luque e Alirio Diaz. Muitos outros guitarristas, como Lily Afshar, foram também influenciados pelas históricas master-classes. Estes alunos, entre muitos outros, carregam a tradição de Segovia de expandir a presença, o repertório e o reconhecimento da guitarra.

Morreu em Madrid, vítima de ataque cardíaco, aos 94 anos, tendo completado o desejo de transformar a guitarra (outrora um instrumento de dança cigana) num instrumento de concerto.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9s_Segovia"


Roda do destino
- Claude Bloc -

. Em que momento as engrenagens do destino começaram a girar?
Só sei que o fluxo do tempo escorreu e, ainda assim, a cortina das horas se fechou em outro conto.

Adicionar imagemPosso apenas dizer que tudo o que resta nessas páginas sou eu, minhas memórias refletidas num tempo dividido, mergulhado na prata das águas.

E foi assim, quando a roda do destino girou, e desde então, que tenho esperado só por esse momento… talvez seja só um sonho, mas estou certa de que te acharei, quando a história tiver sido contada.

Texto e imagem por Claude Bloc

COMÉRCIO DE RAPADURAS - por Glória Pinheiro

Seguramente, se ainda fosse possível escolher não trocaria minha vida de criança por nada deste mundo. Embora fossem muitos os folguedos na cidade as brincadeiras se intensificavam no engenho Francisco Gomes, comandado por minha avó Dedé, desde que enviuvou em abril de 1950. Muitos banhos de levada, cuja fonte de água cristalina jorrava aos pés da Chapada do Araripe; eventuais pescarias; alguns guisados; passeios na padiola vazia no trajedo da fornalha à bagaceira, em alguns desses passeios observava minha avó sair da casa e sob o batente da porta implorar à Santa Clara que clariasse o dia, a chuva fina de repente sumia, por isso imaginava minha avó ser uma santa. Em outro momento eu lá estava descascando mandioca em uma roda de mulheres contadoras de histórias. Gostava de observar todo aquele processo rudimentar da fabricação da velha e boa farinha de mandioca. Outra hora íamos visitar os moradores. Para tudo isso contava com uma boa companhia, Izabel, filha de uns moradores de minha avó. Izabel todos os dias, as sete horas da manhã ia me acordar, esperta como era, sabia que as diversões estavam garantidas. Como não acordar de imediato vendo aquela criaturinha tão terna e delicada, tinha um rosto que mais parecia uma pequena cigana, a pele queimada do sol e olhos esverdeados. Apesar da humilde condição de vida que levavam ela e a família, composta de pais e dois irmãos mais velhos já na lida, demonstrava ser uma criança feliz. Era uma garota tranquila uma boa companhia para as estripulias do dia. Era assim minha querida amiga Izabel, filha de uma família pernambucana. Depois que se foram jamais soube notícias dela, restaram apenas boas lembranças daquela convivência feliz. Das vezes que indaguei sobre ela me falaram que haviam voltado para Pernambuco. Sempre que lembro de Izabel, me vem a mesma pergunta, evidentemente ela não usava burka, mas qual o destino reservado para Izabel? Desejo que esteja bem.
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Agora é que começa a história. Como observadora atenta, descobri no engenho umas formas de rapaduras de tamanho reduzido, o produto final correspondia ao tamanho de uma rapadura do tamanho normal. Foi o primeiro passo para me tornar uma "empreendedora". Os trabalhadores do engenho passaram a fazer tantas rapaduras quantas eu pedisse e conseguisse levar para o Crato. Agora só precisava abrir o mercado para comercializar. Para minha surpresa, não foi complicado, muito pelo contrário. Desde o primeiro dia que me apresentei na bodega do Sr. Joãozinho, localizada onde o vento faz a curva, ou seja, no início da Rua Dr. Irineu Pinheiro, próxima de nossa casa. Quando levava o "ouro melado" o Sr. Joãozinho contava e pagava o que valia. Ao final de cada "negociação" falava contente: "- Quando tiver mais, pode trazer". Acredito que o comprador era justo e leal porque saía da bodega com bastante dinheiro. Até a idade de 14 anos pratiquei esse comércio das vendas das rapaduras, duas vezes ao ano. Para mim significava uma certa independência porque num determinado tempo tinha dinheiro suficiente para custear o cinema da seção das quatro no Cine Moderno, comprar sorvete e balas.
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Naquela época numa segunda-feira, dia em que os trabalhadores rurais se apresentavam para a prestação de contas e receberem o pagamento semanal, presente em nossa casa estava uma senhora já com alguma idade, não precisou muito para eu entender que minha mãe a estava encaminhando para seu tio médico em Fortaleza para uma cirurgia no seio. Imaginei a possibilidade daquela pobre mulher não retornar mais após aquela complicada cirurgia. Não precisei pensar muito, peguei todo aquele dinheiro da recente venda das rapaduras e entreguei àquela senhora. Sempre tive a certeza que foi um dinheiro muito bem empregado pois serviu-me a experiência para não ter o desnecessário apego ao dinheiro. Por isso sempre agradeço a oportunidade que me foi dada por Ele e, ainda, de ter me tornando uma pessoa mais prática e menos teórica.
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Por: Glória Pinheiro

Ivani Ribeiro




Ivani Ribeiro, nome artístico de Cleide Freitas Alves Ferreira, (São Vicente, 20 de fevereiro de 1916 — 17 de julho de 1995) foi uma autora de telenovelas brasileira.

Durante a sua carreira, usou como pseudônimos Valéria Montenegro em A Moça que Veio de longe (1964) e Arthur Amorim com O Leopardo (1972), exibida pela TV Record, já que era contrada da TV Tupi; esta novela não obteve grande repercussão.

A carreira teve início aos dezesseis anos, paralelamente aos trabalhos como compositora de sambas, radioatriz, cantora e criadora de programas de variedades. Ivani foi a grande recordista entre todos os autores da telenovela brasileira, com mais de quarenta títulos de sucesso.

Formada na Escola Normal de Santos, Ivani mudou-se para São Paulo a fim de cursar a faculdade de Filosofia além da constante incursão pelo rádio, uma das principais metas de trabalho. Na Rádio Educadora, passou a fazer apresentações onde trouxe a público canções folclóricas e sambas, alcançando grande popularidade logo no rádio através dos programas criados, como Teatrinho da Dona Chiquinha e As mais belas cartas de amor; neste último, Ivani mostrou o lado de radioatriz e interpretou uma personagem feminina. Protagonizou também o programa Hora infantil, com músicas e poemas, que obteve grande sucesso e radiofonizou filmes e novelas famosas, onde também atuava como autora. Nesta mesma rádio, fez o programa Infantil, com músicas e poemas.
No início dos anos 1960, foi contratada pela recém-inaugurada TV Excelsior, onde era uma das redatoras do Teatro Nove. A primeira telenovela diária de Ivani foi Corações em conflito (1963), com direção de Dionísio de Azevedo, que transpunha para o vídeo uma das histórias que o rádio havia consagrado e discutia os problemas que um viúvo tem ao realizar um segundo casamento, interpretado por Carlos Zara. Aliás esta foi a primeira novela diária nacional, já que as duas que a antecederam tiveram seus textos extraídos de originais argentinos.
O primeiro grande êxito foi a novela de época A Deusa Vencida (1965), ambientada no final do século XIX, mais precisamente em 1895. Entre os méritos, esta contava ser a novela que foi a primeira a ter uma trilha sonora própria, consagrou as atrizes Regina Duarte, trazida à TV pelo diretor Walter Avancini, e Ruth de Souza, então iniciantes.

Com a falência da TV Excelsior (15 de outubro de 1970), Ivani se transferiu para a TV Tupi, onde emplacou grandes sucessos no horário das vinte horas tradicional da concorrente Rede Globo, como Mulheres de Areia (1973), que foi baseada em uma antiga radionovela de sua autoria, As noivas morrem no ar (1965) e consagrou a atriz Eva Wilma e Os Inocentes (1974), inspirada na peça A visita da velha senhora de Durrenmatt e na radionovela de sua autoria A mulher de pedra, ambas protagonizadas por Cleide Yáconis, contando também com a participação de Cláudio Correia e Castro. Ao longo da novela, ela deixou o roteiro nas mãos do marido para trabalhar na novela A Barba Azul, para a qual também se transferiram Jussara Freire e Carminha Brandão. O tema central também rendeu outras novelas, como Cavalo de aço, Fera radical (ambas de Válter Negrão) e a trama inicial de Chocolate com Pimenta.

Prosseguiu com a espírita A Viagem (1975), inspirada nos livros E a vida continua… e Nosso lar, ambos ditados pelo espírito de André Luiz ao médium Chico Xavier contou com a colaboração do professor José Herculano Pires na última novela da qual Lúcia Lambertini participou pois viria a falecer pouco tempo depois, e O profeta (1977), protagonizada por Carlos Augusto Strazzer que ganhou o Troféu APCA por essa interpretação, que também abordou temas espíritas e místicos (como em Os estranhos, A viagem e O terceiro pecado); para escrevê-la, Ivani foi assessorada por um mentor espírita, um psiquiatra, um sacerdote católico e um orientador de candomblé, contando também com a participação especial da apresentadora Hebe Camargo, o médium Chico Xavier e do Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns; a novela ganhou uma adaptação em 2006 exibida pela Rede Globo, por Thelma Guedes e Duca Rachid sob supervisão de texto de Walcyr Carrasco, protagonizada por Thiago Fragoso e Paola Oliveira.

Em entrevista ao Jornal do Brasil (28 de janeiro de 1978), declarou: Focalizando a paranormalidade, que considero um assunto fascinante, armo um debate com a doutrina espírita, a Igreja Católica e a parapsicologia. Mas como sou leiga no assunto, sou assessorada por padres, médicos, médiuns e pais-de-santo. Com essa novela, pretendo despertar a consciência de que precisamos tentar uma maior aproximação do homem com Deus, ao mesmo tempo em que apresento, seriamente, uma ilustração do fenômeno.

Ivani foi a principal autora de novelas da TV Tupi na década de 70; por isso, nos últimos dois anos de existência da emissora, os três tradicionais horários de novela foram cancelados e substituídos por reprises de novelas de sua autoria: Gaivotas, de Jorge Andrade, foi substituída pela reprise de O Profeta, Aritana foi substituída por uma reprise compacta de sessenta capítulos de O Espantalho - entre maio e junho de 1979 (que ganharia uma segunda reprise pelo SBT em 1983) e Como salvar meu casamento, a última produção da emissora, que não teve um final exibido, foi substituída pela reprise compacta de A viagem, que não foi terminada devido à grave crise da emissora e da saída definitiva da mesma do ar em 18 de julho de 1980; na reprise, a novela ganhou um novo logotipo e abertura, contando também com outro tema musical.

Depois da falência da TV Tupi, transferiu-se com praticamente todos os colegas autores e de elenco da antiga emissora, para a Rede Bandeirantes, onde escreveu quatro sucessos: Cavalo amarelo (1980), protagonizada pela atriz e humorista Dercy Gonçalves. A novela ganhou uma continuação depois do término, Dulcinéa vai à guerra, que não obteve o mesmo êxito e foi escrita por Sérgio Jockyman pois Ivani se recusou a escrevê-la. No mesmo ano foram levados ao ar os remakes de A deusa vencida protagonizada por Elaine Cristina, e O meu pé de laranja lima; este último é baseado no romance homônimo de José Mauro de Vasconcelos e ganharia uma terceira versão em 1998 adaptada por Ana Maria Moretzsohn, além de uma adaptação para o cinema por Aurélio Teixeira.

Wikipédia

Jardel Filho




Jardel Filho
(Ator brasileiro)
1928-1983


Jardel Filho, Frederico de Bôscoli, ator brasileiro. Estreou no teatro com a peça "Desejo", de O'Neil, recebendo o Prêmio de Revelação do Ano. Com a peça "Jezebel", ganhou medalha de ouro da ABCT. Trabalhou na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, para a qual fez, entre outros, filmes como "Floradas na Serra" e "Uma Pulga na Balança". Versátil, trabalhou na televisão atuando em novelas de grande sucesso. Morreu durante as filmagens da novela "Sol de Verão", na TV Globo, fazendo o papel de Heitor, um personagem de muita expressão. Sua morte foi muito sentida pelos colegas e pelo público e fez com que o final da novela fosse antecipado.


4. glorinha, in excelsis...

sem fita no pescoço
ou ladainhas
cunhãs
de fugidias pirapanemas
a mais moça
sonha terra-sem-mal
escapulário e figa
dois enjeitados curumins
a sífilis por chegar
orgasmo a soar clarinete
choro estagnado feito água
no regaço das bacias
o sagrado mijo do chope
a fermentar esperas
bolhas
a arremedarem galáxias
glorinha
seiva e luz
congregação dos desamparos
lavados nas águas da nascente
que nenhum silêncio esconde
a buscar um lugar qualquer nas plêiades de safo

(Everardo Norões)
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"A Grande Transformação" - por Edmar Cordeiro Lima


Este é o pomposo nome dado ao programa de governo do Partido dos Trabalhadores (PT), finamente forjado para servir de pilar num eventual mandato de Dilma Rousseff como presidente do Brasil. No documento, notam-se pitadas esquerdistas mais picantes até mesmo daquilo que se discutia antes de Lula ascender ao poder. O plano sugere maior participação do Estado na economia, principalmente com o fortalecimento das empresas estatais, e até mesmo a criação de novas. Será este o melhor caminho?

Lá atrás

A análise passa, obrigatoriamente, pela administração atual do País. Na campanha presidencial de 2002, toda vez que Luiz Inácio aparecia bem nas pesquisas o dólar subia, a inflação dava sinais concretos de retorno e a iniciativa privada ameaçava cortar investimentos. Por outro lado, boa parte da população mais pobre sonhava com mudanças.

Na prática

Nesta balança, passados quase oito anos, pode-se dizer que a esperança venceu o medo. As catástrofes econômicas previstas pelo empresariado não se confirmaram e houve avanço social, mesmo que tímido. Passamos com alguma saúde pela recente crise financeira mundial e as perspectivas de crescimento são razoáveis.

O próprio

Mas como isso aconteceu? Com a caneta nas mãos de um torneiro mecânico elevado à condição de líder por sua luta sindical, que criou um partido de trabalhadores, pilotando o Brasil cercado de militantes? Para entender basta ler declaração do presidente ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada na edição de ontem: “Foi obra de Deus não permitir que eu ganhasse em 1989. Com a cabeça do jeito que eu pensava, ou eu tinha feito uma revolução no País ou tinha caído no dia seguinte.” Precisa dizer mais?

Exemplo

Ou seja: até mesmo o líder da classe trabalhadora precisou entender, e aprender, que governar uma nação é diferente de militar em prol de causas partidárias. É uma heresia entregar as rédeas da política econômica a um importante representante do mercado de capitais, como chefe do Banco Central? Ideologicamente pode até ser, mas funcionou, tanto que Henrique Meirelles (PMDB) é o preferido de Lula como vice de Dilma.

O pensador

Este novo programa de governo está sendo coordenado pelo assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, um fiel admirador do venezuelano Hugo Chávez e do ditador cubano Fidel Castro. Indiscutivelmente, dois maus exemplos. Pensar assim é voltar dois, três séculos no tempo.

Seguidor

Foi por isso que Roberto Requião se afundou politicamente. Como um retrógrado de carteirinha, teve o mesmo tempo que o companheiro Luiz Inácio para governar. E nada fez. Vociferou socialismo e portou-se como um capitalista de primeira linhagem, colocando interesses particulares e de aparentados sempre em primeiro lugar.

Regressiva

Sorte do povo paranaense que suas ideias não prosperaram. E melhor ainda que faltam apenas 40 dias para que o progresso volte à pauta dos paranaenses.


Edmar Cordeiro ( cratense residente em Paranavaí-Pr)

JANELAS DO MUNDO - Cesar Augusto


















LEMBRANÇAS - Por Edilma Rocha


Eram chegadas as esperadas férias e a pequena viágem até elas, breve, pela pouca distância. Nos tempos de criança a simplicidade do lugar se completava com a companhia dos parentes mais próximos. Uma cidade com poucas casas em tôrno de uma só praça que já continha o próprio comércio. Um mercado exibindo as carcaças do gado penduradas pelos ganchos lá no alto e os vira-latas famintos, mas deitados pacientemente, `a espera das sobras. Em cima da mesa a matança era completa. Cabritos, leitões e uma fileira de de galinhas caipiras com porções de sangue em pequenas tigelas. O ritual da faca do açougueiro lambendo a pedra de fogo me fazia tremer de mêdo. A pequena loja de aviamentos, enfeitava nossos cabelos com laços de fita de cetim e tafetá de várias côres. Era o luxo das meninas que desfilam nas calçadas todas as tardes. Lembro de um armazém que vendia de tudo. Desde os pavios das lamparinas de querosene até alguns móveis. Ali em meio a pequena cidade, tinha tudo que os moradores locais podessem com a pouca ambição levar para casa.
Pela manhã, acordávamos com o cheiro forte do café da torrefação do lado e aquele aroma se misturava com a brisa fria do despertar de mais um dia de férias. Ao abrir a janela, já se encontravam os primeiros alimentos; o pão quentinho embrulhado em papel e a garrafa com leite puro, que ficavam ali somente para a disposição da freguesia matutina. O lugar mais importante era o Largo da Matriz de Nossa Senhora das Dores. E o respeito das pessoas pelo vigário era como se fosse o prefeito, delegado e que a tudo dava a palavra final.
Certa vez, no sermão da missa diaria às cinco horas da tarde, comentou o desaparecimento dos pães em algumas janelas, coisa que nunca havia acontecido na pequena cidade. Logo foi contratado um vigilante noturno que passaria a mudar o sossego de todos com um apito insistente nos despertando dos sonhos. Mas graças a Deus durou uma só noite, pois o ladrão dos pães era o um jumento que resolveu trocar o capim sêco da praça pelo pão do nosso desejum.
Na casa grande morava uma moça, cria da casa, como era chamada, que fazia os trabalhos domésticos. Acordava bem cedinho, antes de todos e a primeira tarefa era apanhar água para o consumo do dia. Decedi acompanha-la ao trabalho. Uma lata de querosene bem grande com um apóio de madeira e um pequeno pano torcido, era o que levava nas mãos. O caminho não era curto, mas íamos conversando e a minha companhia parecia que lhe enchia de orgulho na apreciação do seu trabalho. Entramos por um portão de madeira e encontramos uma mata verde protejendo um lago pequeno. Ficou de cócoras em cima de uma pedra plana e começou a fazer movimentos com a cuia afastando as pequenas plantinhas aquáticas que cobriam a água. E aos poucos enchia cuidadosamente a lata dágua. Eu observava aquele lugar lindo com tôdo o verde e a pureza da água que não podia ser poluida com o suor do nosso corpo. Era um lugar sagrado.
Descobri que todos da cidade dependiam da pequena lagoa. Por lá não existia água encanada e sem torneira ou chuveiro. A água era levada na cabeça da moça que não perdia a graça e se equilibrava rapidamente em tres caminhadas de casa até a pequena lagoa. Ao chegar, enchia primeiro os potes de barro da cozinha e depois uma tina no quartinho dos fundos que chamavam de banheiro. Aquele líquido precioso não poderia ser desperdiçado. Na lavagem da louça, serviam duas bacias enormes para o manuseio, e tôda a sobra iria para o pé de uma antiga laranjeira fincada entre as pedras do quintal.
Era um lugar de poucas chuvas e ao meio dia o calor do sol forte tornava quente o descanso do almoço, razão porque os telhados eram tão altos. Ao descobrirem as minhas façanhas no amanhecer do dia duranter o trajeto das águas, fui severamente repreendida. E no sermão fiquei sabendo de que não podia acompanhar a moça no serviço da casa, pois era visita da importante cidade vizinha, e não ficava bem...
_ O que iriam pensar ?
_ Dei com os ombros... Menina sapeca !
Eu é que fiquei a pensar daquele dia em diante, sempre que abria e fechava uma torneira, naquela moça bonita, de sorriso largo, simples e que em nenhum momento se queixou da vida que levava. Pensar na importância que seria para mim tomar uma chuveirada forte e deliciosa com as águas puras da nascente do Crato.
Edilma Rocha

Pensamento para o Dia 20/02/2010



“Vidya é o processo de educação que ensina que o cosmos é a manifestação do Jogo do Senhor. O mundo inteiro é a residência do Senhor (“Ishaavaasyam Idam Jagath”)! Portanto, ninguém deve acolher o sentimento pessoal de posse ou mesmo um indício de egoísmo. Renuncie ao sentimento de apego, sinta a presença do Senhor em toda parte. Saúda a bem-aventurança que o Senhor confere a você e experimente-a com gratidão, sem estar preso aos desejos. Essa é a mensagem dos antigos sábios e videntes.”
Sathya Sai Baba

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“Enquanto labuta no caminho espiritual, você deve ter o próprio Senhor como seu protetor. Para incutir coragem no filho, a mãe o convence a andar alguns passos e retornar, mas ela não o deixará cair. Se ele vacila e está prestes a perder o equilíbrio, ela corre por trás dele e o segura antes que caia. Deus também tem os olhos fixos em você, Seu devoto. Ele tem em Suas mãos a linha com que Ele o segura como uma pipa. A linha é o laço de amor e graça. Ele pode dar-lhe um puxão e, às vezes, Ele pode afrouxar o aperto. Tudo o que Ele fizer, esteja confiante e despreocupado, pois é Ele que o sustenta e lhe dá a força.”
Sathya Sai Baba

Projeto água pra que te quero ! - Poesia da Luz






Fotos Nívia Uchôa

Reflexões - por Socorro Moreira

O sono viajou . É assim quase todas as noites.Os dias ficam mais longos , e a vida aumenta as suas possibilidades : surpresas, encontros e desencontros.
Como somos crédulos, buscando tesouros, nos terrenos minados... ! Queria tanto entender a alma humana, e a minha própria alma ! Busco respostas sobre isso, até nos astros !
Generalizo, a princípio , qualidades e defeitos comportamentais.Depois reflito sobre as particularidades. Mania de análise, padrão virginiano, a despeito da vontade de viver com intensidade, mesmo respeitando os meus limites.
Hoje conversávamos sobre Astrologia : eu ( inegavelmente leiga, mas curiosa), e um doutor no assunto.
Escutei explicações interessantes, de forma didática , sobre os signos de elemento água : Peixes, Cancer e Escorpião. Dizia-me:
- As águas são as nossas emoções.
Quais são os estados físicos da água ?
-Sólido, líquido e gasoso.
-Pois bem, o estado sólido representa as águas dos escorpianos. O gelo. Eles conseguem ser extremamente frios , na administração das suas emoções.
O estado líquido refere-se às pessoas de Cancer. A dramaticidade, na expressão do emocional .
O estado gasoso está associado às pessoas de Peixes. Porisso a dispersão, a vulnerabilidade .
Comentamos sobre os outros elementos : fogo, ar e terra.
O ariano , fogo relâmpago; o leonino integralmente solar; o sagitariano o fogo alimentado por ele mesmo , por puro idealismo.
Sobre os terráqueos : Virgem, Touro e Capricórnio, também ouvi rápidas considerações .
Os taurinos são os mais terra. Vivem em função do mundo material, mas a arte os desmontam. Como referência foram citados grandes pintores, que nasceram sobre esse signo , como Leonardo da Vinci; os virginianos são práticos ; os capricornianos exigentes.
A verdade é que somos uma mistura de todos esses elementos. O percentual que existe em cada um, a concentração dos Planetas , em determinadas casas, estabelecem as grandes e pequenas diferenças.
Esse estudo , instiga um aprofundamento.. Todos os signos possuem prós e contras; o lado luminoso e o lado obscuro. A compreensão da matéria representa um instrumento valioso, no processo do auto-conhecimento.
"Conhece-te a ti mesmo ".
- A grande chave para os nossos próprios mistérios . O descortinar para uma vida mais próspera , e feliz. O caminho evolutivo da alma. Quanto a isso, eu tenho pressa, embora tropece, sempre que entro na energia da superficialidade. Quero pique pra fazer a manutenção de forma paulatina e sábia. É possível ?
- A Ioga tem algumas respostas ; a maturidade, outras; o morrer e renascer, um dia completará o seu ciclo definitivo...!
Socorro Moreira
fonte : papo informal entre amigos.

Feliz Aniversário, Verônica Moreira !

Parabéns Verônica!
Abraço do Cariricaturas...

QUEM SABE ISSO QUER DIZER AMOR - MILTON NASCIMENTO

Uma letra que é um poema!

Composição: Márcio Borges e Lô Borges

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Cheguei a tempo de te ver acordar
Eu vim correndo à frente do sol
Abri a porta e antes de entrar
Revi a vida inteira

Pensei em tudo que é possível falar
Que sirva apenas para nós dois
Sinais de bem, desejos vitais
Pequenos fragmentos de luz

Falar da cor dos temporais
Do céu azul, das flores de abril
Pensar além do bem e do mal
Lembrar de coisas que ninguém viu
O mundo lá sempre a rodar
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer

Pensei no tempo e era tempo demais
Você olhou sorrindo pra mim
Me acenou um beijo de paz
Virou minha cabeça

Eu simplesmente não consigo parar
Lá fora o dia já clareou
Mas se você quiser transformar
O ribeirão em braço de mar

Você vai ter que encontrar
Aonde nasce a fonte do ser
E perceber meu coração
Bater mais forte só por você
O mundo lá sempre a rodar,
E em cima dele tudo vale
Quem sabe isso quer dizer amor,
Estrada de fazer o sonho acontecer

Chega de saudade - Com Chico Buarque e Edu Lobo (Rememorando...)

Chico Buarque - Olê Olá - (Rememorando...)


Não chore ainda não
Que eu tenho um violão
E nós vamos cantar
Felicidade aqui
Pode passar e ouvir
E se ela for de samba
Há de querer ficar

Seu padre, toca o sino
Que é pra todo mundo saber
Que a noite é criança
Que o samba é menino
Que a dor é tão velha
Que não pode morrer
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Quem sabe sambar
Que entre na roda
Que mostre o gingado
Mas muito cuidado
Não vale chorar

Não chore ainda não
Que eu tenho uma razão
Pra você não chorar
Amiga me perdoa
Se eu insisto à toa
Mas a vida é boa
Para quem cantar

Meu pinho, toca forte
Que é pra todo mundo acordar
Não fale da vida
Nem fale da morte
Tem dó da menina
Não deixa chorar
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Quem sabe sambar Que entre na roda
Que mostre o gingado
Mas muito cuidado
Não vale chorar

Não chore ainda não
Que eu tenho a impressão
Que o samba vem aí
E um samba tão imenso
Que eu às vezes penso
Que o próprio tempo
Vai parar pra ouvir

Luar, espere um pouco
Que é pro meu samba poder chegar
Eu sei que o violão
Está fraco, está rouco
Mas a minha voz
Não cansou de chamar
Olé olé olé olá
Tem samba de sobra
Ninguém quer sambar
Não há mais quem cante
Nem há mais lugar
O sol chegou antes
Do samba chegar
Quem passa nem liga
Já vai trabalhar
E você, minha amiga

Já pode chorar

Pensamentos.

Detalhe de luminária externa da Igreja da Sé (Crato)
***
"Deus dá a todos uma estrela. Uns fazem da estrela um sol. Outros nem conseguem vê-la" (Helena Kolody)

"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo, um carinho no momento preciso, o folhear de um livro de poemas, o cheiro que tinha um dia o próprio vento" (Mário Quintana)

"A poesia é a linguagem dos anjos". (Machado de Assis)

"É preciso muito pouco. A alegria está muito próxima. Mora no momento. Perdemos a alegria porque pensamos que ela virá no futuro, depois de algum evento portentoso que mudará a nossa vida" (Rubem Alves)

" Não basta ter razão, cumpre saber tê-la". (Machado de Assis)

"Como os poetas que já cantaram, e que já ninguém mais escuta, eu sou também a sombra vaga de alguma interminável música. Pára em meu coração deserto! Deixa que te ame, ó alheia, ó esquiva... Sobre a torrente do universo, nas pontes frágeis da poesia." (Cecília Meireles)

" Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente e não a gente a ele!" (Mário Quintana).

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." (Clarice Lispector)

"Ser feliz à vista de todos é repartir a felicidade". (Machado de Assis)

“o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando”. (Guimarães Rosa)

"Diga minha poesia e esqueça-me se for capaz siga e depois me diga quem ganhou aquela briga entre o quanto e o tanto faz" (Paulo Leminski)

"Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos." (Cora Coralina)

"A poesia não é uma expressão do ser do poeta. É uma expressão do não-ser do poeta. O que escrevo não é o que tenho; é o que me falta. Escrevo porque tenho sede e não tenho água. Sou pote. A poesia é água". (Rubem Alves)

" A amizade é o melhor pretexto, até hoje inventado, para que um indivíduo pretenda tomar parte na felicidade do outro" (Machado de Assis)

"Mas o que vou dizer da Poesia? O que vou dizer destas nuvens, deste céu? Olhar, olhar, olhá-las, olhá-lo, e nada mais. Compreenderás que um poeta não pode dizer nada da poesia. Isso fica para os críticos e professores. Mas nem tu, nem eu, nem poeta algum sabemos o que é a poesia." (Federico García Lorca)

"Para fazer mudanças não é preciso buscar novas paisagens. Basta apenas olhar com novos olhos" (Marcel Proust)

"Aquilo que capto em mim tem, quando está sendo transposto em escrita, o desespero das palavras ocuparem mais instantes que um relance de olhar". (Clarice Lispector)

" Versos curam tudo" . (Machado de Assis)

"Quando nada é certo, tudo é possível". (Margaret Drabble)

"Quando penso em todos os livros que ainda posso ler, tenho a certeza de que sou feliz". (Jules Renard)

"O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado". (Mário Quintana)

" Não é que a poesia seja necessária aos costumes, mas pode dar-lhes graça" . (Machado de Assis)

"Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares,perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos."(Santo Agostinho)

"Perfeição é virtude e não ausência de defeitos" (Antoine de Saint- Exupéry)

"O poema é feito de palavras necessárias e insubstituíveis" (Octávio Paz)