Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

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domingo, 27 de dezembro de 2009

PIOR PODERIA TER SIDO - Por Mundim do Vale

Respeitando as devidas proporções. O 06 de outubro, em Várzea Alegre, teve semelhança com o 11 de setembro, em Nova York.

Era festa de aniversário da emancipação política da cidade e o prefeito promoveu atividades culturais e esportivas para comemorar. Entre as atividades estava o ciclismo.

Para a corrida se inscreveram: Antônio Negrão, Baixinho da Cadeiras, Zaqueu Guedes e outros mais. Os torcedores ficavam nas esquinas, para jogar água nos atletas, Mas Zé Bobô fez diferente, passou a semana juntando lavagem numa lata de querosene para fazer a brincadeira...
Quando Zaqueu fazia a primeira volta os outros atletas já estavam na terceira, foi nessa hora que Zé Bobô jogou a lata de lavagem nele. Zaqueu parou a bicicleta e foi descendo enquanto tirava uma casca de banana da cabeça e alguns macarrões do ombro. Olhou Para Zé e falou:

- Jogue mais não meu bichim. Isso é um atentado contra a minha saúde. Eu tou com o corpo quente e posso estuporar. Em seguida montou na bicicleta e saiu pedalando para tentar recuperar o tempo perdido. Pedalou uns 100 metros e a corrente caiu. Enquanto ele colocava os outros atletas deram mais duas voltas. Quando ele terminou de colocar a corrente, olhou para as mão e a roupa suja de graxa e disse:

- Arre égua. Nessa corrida já aconteceu de tudo comigo. Só falta agora eu chegar por derradeiro.
O Baixinho das cadeiras com 03 voltas na frente de Zaqueu e 03 atrás dos outros, foi a fazer a curva na rua do juazeiro para entrar na Av. Figueredo Correia, deu uma sobrada e caiu com bicicleta e tudo no terraço de Petronila, quebrou o varal, um pé de peão roxo, 02 gaiolas, amassou um bule e ficou mais arranhado do que capador de gatos. A bicicleta ficou com a roda traseira encostada da dianteira e a garupa foi ficar colada nos guidões. De tão compactada que ficou a bicicleta, deu para ser colocada num saco de farinha.

Levaram a bicicleta para a oficina de Punduru pra ver se dava para aproveitar pelo menos os raios. E o Baixinho foi colocado numa padiola e levado para a farmácia de Nelinho para fazer os curativos. Nessa ocasião chegou Zé de Bogim e falou:

- Mas que tragédia em Baixinho!
O Baixinho entre um ai e um ui falou:

- Pior poderia ter sido.
- Como poderia ter sido pior? Se você perdeu a bicicleta, a corrida e quase perde a vida?
- Tinha sido pior se dona Petrolina tivesse catando arroz no terraço.
- E qual a diferença dela tá catando arroz, para tá estendendo roupas ou aguando plantas?
- É porque se ela tivesse catando arroz, tava entretida com a cabeça baixa e não dava tempo de correr.
.
Mundim do Vale

Feliz 2010 - Por Cláudio Teixeira

Que neste NOVO ANO sejamos capazes de diferenciar as coisas boas das ruins para que possamos esta sempre juntos às novas mudanças, estando sempre dispostos para aprender ALGO NOVO de NOVO e de NOVO...

"FELIZ 2010"
.
--
Cláudio Teixeira (Caricaturas. )

Café da manhã ? CASA do CARIRI de Múcio Duarte !

Só alegria. Beira da estrada . Tempo verde . Azul molhado !
Cardápio aprovadíssimo. Atendimento vip, amigo !
Omeletes deliciosos, tapioca, bolos, sucos, cuscuz, queijo de coalho assado... e o tradicional café com leite ! Ambiente criativamente decorado... Tudo lindo ! Adorei o espaço, e recomendo !


Depois do café, regado a papos , Rosineide posa , num cantinho feminino e esspelhado.

Traço fino - por Claude Bloc


Traço a traço
desenhei minha saudade.
Primeiro um traço fino
curvando meus dedos
entortando o silêncio
se enroscando na brisa
tocando a linha reta
na cumeeira da casa.
.
Na terra frouxa
pétalas descuidadas
saudade (re)desenhada
na folha dourando o chão,
nos restos de pó e mágoa.
.
Claude Bloc
.

Diversidade


Têm muitas coisas que a gente vai deixando, vai deixando, vai deixando de ser e nem percebe.
Quando viu, babau, já não é mais.
.
Mocidade é isso aí, sabia?
.
Caio Fernando Abreu

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“Sinto-me um pouco intrusa vasculhando minha infância.
Não quero perturbar aquela menina no seu ofício de sonhar.”

Lya Luft

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"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo."
.
Guimarães Rosa
.
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"Todos os dias ela acorda e não reconhece a própria casa, não reconhece os filhos, não reconhece os netos. Quando olha no espelho, enxerga uma menina.
.
O espelho é o único que não mente."
.
Flávio Machado

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"Existem muitos caminhos dentro de mim que me chamam para esse agitado mar.
Um caminho que leva à verdade, outro me tira a liberdade.
Outro faz meu EU se perder do fim.
.
Escolho um e tento guardar, memorizar, porque se precisar saberei voltar"
.
Débora Gross


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"Na arte, a inspiração tem um toque de magia, porque é uma coisa absoluta, inexplicável. Não creio que venha de fora pra dentro, de forças sobrenaturais. Suponho que emerge do mais profundo "eu" da pessoa, do inconsciente individual, coletivo e cósmico."

Clarice Lispector

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"A beleza está além das palavras, exceto quando as palavras se transformam em música, como na poesia."
.
Rubem Alves

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"Derramei três lágrimas: a primeira escorreu pela face e perdeu-se na boca;
a segunda morreu achatada contra o assoalho;
a terceira caiu na tua mão.
.
E foi a que mais doeu. "
.
Caio Fernando Abreu

À flor dos dedos - Por Claude Bloc



Claude Bloc

Poema feito fantasmas - por Ana Cecília S.Bastos


Os dias se esgarçam e sigo,

às vezes incólume,

às vezes tardia.

O quebrar das ondas, o açoite do vento,

De novo o sol do verão, arrulhos do mar.


E silencio.

E silencio.


Procurar os objetos perdidos na casa, que foi deles?

Onde existem que não os vejo?

Procurar os filhos que se fazem, que fiz deles?
eu que só posso vê-los?
.
Ana Cecília
Amanhã
- Por Claude Bloc -
.
Amanhã a cidade se abrirá
com cores renovadas
procurando a perfeição em tudo
sem sombra, sem mágoa.

Te buscarei, então,
no fundo de minh’alma
não medirei esforços
nem lancearei anseios antigos
nos preparativos de muitas horas
de última hora...


Espalharei por toda a cidade
as réstias de alegria
que vibram pelas ruas
e as que levaste contigo
na última revoada
nas asas do vento.


Claude Bloc

A leveza do sábado passado ...

Bianca e Sofia, curtindo as alegrias da praça ... É tempo de brincar !

Sofia é filha do meu caçula , o André . Sem dúvidas, o sorriso mais gostoso da minha vida !

Maria Alice rouba a cena... Quando fala , o grupo silencia. Transforma em risos a seriedade do mundo. É linda, graciosa, inteligente, e diz cada uma ...!


Foi aqui que o meu dia começou: na hospitalidade de João Marni , e na simpatia das mulheres da família : Fátima, Rosineide, Mona e Ida ... Mesa farta, boa música , e fartura de amor, no coração de todos !

O Turbo Véio do João - por Zé Flávio Vieira


Caros amigos,

Recentemente o nosso querido companheiro João Marni se tornou sexy(agenário) e publicou um texto muito bonito sobre a nova situação por que estava passando: se transformara num motor turbo 6.0. . Amigos de todos, nós pensei em homenageá-lo, mas não tendo o dom da poesia, pedi a um poeta popular do Arajara , conhecido por "Jacu da Imbiribeira", para fazer alguns versos sobre o Motor do nosso João que não parece estar em estado tão perfeito como ele vive a se vangloriar. Aí vão os versos para o Turbo 6.0 do nosso querido João.
Abraço,
Zé Flávio


O TURBO VÉIO DO JOÃO

O turbo véio do João
Dá um trabalho do cão,
Só anda no solavanco,
Pelo cano ele fumega,
E na chave já não pega,
Só vira se for no tranco.



O filtro tá entupido,
Cem grilo com seus zumbido
Pedem um pouco de graxa.
E Baixa um óleo danado,
Os dois farol tão queimado
E ta saltando de marcha.


O rolamento não morga,
A porta tem uma folga,
As roda tão empenada.
Tem batida na biela,
Tão suja todas as vela,
A direção ta quebrada.


Pois o relé já pifou,
A bateria secou,
E a barra da direção
Quebrou em mais de cem tora.
Estanca a toda hora
O turbo véio do João.


O tanque de gás secou,
O fundo dele furou
E o eixo ta sem bitola.
Tem falha no retentor,
Golpa pelo radiador,
Quebrou o feixe de mola.


O véu não tem quem destape,
Lascou o cano de escape
E a bobina bem no meio.
O trinco não há quem mova,
Queimou o benzo e a escova,
Secou o óleo do freio.


Modelo quarenta e nove,
Não há mais quem renove
Um carro fora de linha.
Ele mora na oficina,
Mesmo assim inda buzina
Como uma Ferrari novinha.


Falhando a carburação,
O turbo velho do João
Já não queima a espoleta.
Só pega com um remendo:
Com Dona Fátima metendo
O dedo na borboleta.


O turbo ta mei dolente,
Já não anda mais pra frente,
Até já disse o Zezé:
Se é pra ter serventia
Pegue a carta de alforria
Engatando a marcha ré.

Jacu da Imbiribeira

Arajara - 21/12/09

Sombras ... por Socorro Moreira


(LUA)
.
esperei sonhos
e o sono voltou
delicadeza tal,
meu corpo até vibrou:
ela chegou!
Vestida de prata
No rastro do amor
Casa na penumbra,
aconchegante ficou!
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Sempre vivi lentamente
Morro, intempestivamente
Durmo, quando canso
E morro de ser feliz,
quando sonho!
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Garra dos felinos
falta em mim
Não entendo a linguagem dos que dizem
Encontro entendimento no silêncio
Perco-me na direção do Luar
Evito todos os nós
Me amarro no pão de cada dia
Um dia tudo será vazio ...
Até de poesia!
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Apaixonada e sem jardim
sinto de memória
Perfume de amor em mim
Ventos trazem e levam
Tocatas nas Nuvens
Balanço das folhas
Decoros no corpo ...
Sem tesão,
belisco tanto pão!
Um beijo sem amparo
tranco em minha mão.