Há pouco tempo, uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro mostrava que 67% dos moradores daquela capital, caso existisse a chance, mudariam de cidade, vistos os problemas crônicos e sem solução ora existentes no belo lugar onde vivem desde que nasceram.
Morar numa cidade grande, hoje, tornou-se numa condição crítica e desinteressante.
Ao buscar as aglomerações urbanas, o principal objetivo dos seres humanos fora aumentar a comodidade, na geração do conforto. Juntas, as pessoas agregariam instrumento para constituir ordem justa e racional, qual ocorreu na Europa da Alta Idade Média. Os burgos facilitaram somar valores econômicos e a divisão dos problemas coletivos no meio de todos, trazendo uma nova classe ao poder, a burguesia, manifestada como expressão nos idos da Revolução Francesa.
Depois, cresceram demasiados os riscos se viver próximos uns dos outros, o que agora apresentam com intensidade jamais imaginada as metrópoles.
Primeiro de tudo, a luta pela sobrevivência aumentou a níveis impraticáveis. Emprego e renda viraram, para muitos, sonho, a bem dizer, impossível, gerando a economia informal do salve quem puder na busca pelo sustento. E a marginalidade agressiva dos traficantes e assaltantes, que usam do crime para arrecadação de recursos. Isso fora os ganhadores de plantão, instalados em todos os segmentos, gananciosos e desonestos, que, a pretexto de completar o orçamento, arrepiam a honestidade, na esperteza do caos inconsequente.
Na sequência, veem as distâncias a percorrer todo tempo, na luta de atender às mínimas funções cotidianas. São milhares de quilômetros em vias estranguladas de automóveis e dificuldades, calvário dos milhões de zumbis perdidos nos engarrafamentos infinitos, arrastando milhares de quilos de metal e plástico em veículos financiados.
Daí, a insegurança que campeia, nas igrejas, escolas, avenidas, ameaças pelo ar esfumaçado e barulhento. O drama da moradia, os transportes públicos ineficientes e reduzidos. A mediocridade dos recursos culturais, da informação, feiúra das fachadas cinzentas e passeios estreitos. A corrida pelos estacionamentos inexistentes. Limitações de atendimentos médicos, serviços oficiais e as filas caóticas intermináveis.
Ah! Em que se reverteram os sonhos das cidades e suas fantasias maravilhosas de resultados amplos e geniais!
O diagnóstico mostra a cara triste para quem quiser ver, longe das ilusões passageiras. Um esforço comum sobre-humano exigirá pulso e lideranças identificadas com o interesse geral, isto bem numa época em que a política exerce profundo fascínio junto as investidores que fazem da política um mercado de investimento para os seus impacientes capitais do lucro fácil.
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