Criadores & Criaturas



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Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Interblogs: sobre as mudanças na maneira de falar

Maurício Tavares, um cratense radicado em Salvador, Bahia, publicou, no blogue Cariricult, uma interessante matéria comentando uma recente publicação do Cariricaturas sobre a substituição de vocábulos que eram usados até recentemente por novas palavras (neologismos e termos estrangeiros, notadamente derivados do inglês). Ele propõe que esse assunto possa contemplar o linguajar típico do Cariri cearense e traz interessantes e oportunos esclarecimentos. Vale a pena dar uma lida. (Carlos Rafael Dias).

Quede, quedê, cadê

Por Maurício Tavares

Li no Cariricaturas um post sobre mudanças na linguagem que utilizamos no nosso dia-a-dia. Alguns exemplos são bem interessantes e acabam dando indício da idade dos que os usam. Por exemplo, chamar condicionador de creme rinse acaba sempre provocando boas risadas nos mais jovens como se o falante tivesse cometido um erro de grande dimensão. Por a lista ter sido feita em outro lugar (talvez copiada da Internet) alguns exemplos fogem ao que presumo se use no Cariri e no Nordeste de maneira geral. Apesar de Carlos Rafael ter contribuido com alguns exemplos senti falta do nosso caririense ri-ri (a pronúncia é rrirrí) que é como chamávamos o zíper que, por algum tempo, já foi chamado de fecho-éclair. Só descobri a origem dessa expressão recentemente quando participei de um banca de mestrado sobre moda.Quando fiz referência ao antigo uso de ri-ri na minha cidade uma professora da área de moda me disse que esse era o nome da marca dos primeiros zípers que chegaram no Brasil. Tenho uma preocupação obsessiva em atualizar meu vocabulário( dou aula para jornalistas) mas por um certo atavismo, talvez, gosto de manter a forma arcaica "quede" que antecedeu o uso de "quedê" e que por sua vez precedeu o atual "cadê". O uso de tal expressão é um forte indicador da origem interiorana do falante. Embora, como alguém já comentou pejorativamente, tenha pretensões cosmopolitas lá no fundo mantenho um laço com a minha infância pequizeira. Como diz o refrão de uma antiga música do Genesis "you got to get in to get out". É importante conhecer as raízes para escolhermos que tradições devemos manter e quais transformaçãoes são benvindas.

P.S. No post do Cariricaturas Carlos Rafael informa erroneamente que a palavra coquetel foi substituída pela expressão "coffee break". Na verdade a expressão coquetel ainda é usual e coffee break é o intervalo para o lanche (ou café) que se faz em congressos, reuniões etc.

Postado por Maurício Tavares no blog Cariricult

Um comentário:

Glória Pinheiro disse...

Quando leio Maurício Tavares e Everardo Norões, sem desconsiderar os demais cratenses, porque são muitos, sinto-me contente em também ser pequizeira!