Quando pego a esquecer
Do meu saudoso torrão
A saudade vai embora
No peito vem a leveza
Mas, um vento camarada
Logo me chega em rajada
Só para me avisar
Que não posso te esquecer
Vem descendo pela serra
Assobiando nas curvas
Trazendo o cheiro das flores
Do piqui, do marmeleiro
Sem medo desce a ladeira
Faz curva na gameleira
E ao passar na capoeira
Levanta pó, faz poeira
Também faz medo a menino
Levanta a saia da moça
Passa no meio da feira
Dá nó em ponta de corda
E a mocinha agoniada
Reclama, fica afobada
Sem saber que esse vento
É meu velho camarada
Que veio aqui apressado
Somente me convidar
A rever o meu Cariri
Marcos Barreto de Melo
4 comentários:
Bravo, Marcos !
Soube que esteve no Crato... Ficou me devendo uma visita, sabia?
Grande abraço.
Gostei Marcos, parabéns!
Abraços
Magali
Marcos
Você tem o dom de lapidar fatos banais e transformá-los em jóias raras. Grande poesia.
O Cariri é para deixar saudades mesmo.
Abraços
Amigo(a)s do Cariricaturas,
Obrigado pelos comentários. A gente sai do Crato, mas não esquece da terrinha onde nasceu. Estive lá recentemente e voltei orgulhoso de tudo que vi. A nossa região é muita bonita e nós precisamos valorizá-la sempre.
Abraço a todos.
Marcos
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