Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

BIENAL EM VENEZA _ Por Edilma Rocha




A Piazza San Marco, num final de tarde torna-se barulhenta e povoada pelos artistas, marchands, jornalistas, curadores e turistas que se aproximam da entrada do Museu Correr. O que se vê no meio ao frio da Europa é um espetáculo presente no desfile dos casacos, chapéus, penteados, gravatas, botas e perfumes misturados a roupas surradas, e sapatos velhos dos apreciadores de Arte do mundo inteiro.
Na entrada um vai e vem de pessoas que mais parece um bando de formigas em busca do alimento da alma. A Arte Mundial. Tudo fica apertado e quase não há espaço suficiente para uma melhor observação, mas não importa. Todos conhecem bem a bôa parte dos artistas que estão expondo depois do estudo detalhado do catálogo. O mundo das Artes ocorre ritualmente em Veneza a cada Bienal. É a minha terceira visita no decorrer dos anos. Esta é uma perigrinação obrigatória para mais uma amostra em Veneza nesta passagem pela Europa. Deixar de visitar seria imperdoável. Tudo está bem alí atraindo um número de visitantes ao lado da Catedral de San Marco, plantada, em sua secular imponência. Veneza está acostumada a peregrinos. Sua exuberância, hipinotiza visitantes de tôdo o mundo. Mas, nas Bienais, um outro tipo de pessoas circulam pelo pátio, mas não são os costumeiros alimentadores de pombos e apreciadores de passeios de Gôndolas. Gente como eu, a espera de mais uma oportunidade ùnica naquele evento Internacional.

Os artistas não são dfíceis de serem identificados, trafegam em grupos, cumprindo todo o circuito dos pavilhões. Se vê de tudo. As obras do alemão Anselm Keifer, do tcheca Ivan Kafta e dos brasileiros Waldetário Caldas e Jac leirner. O Brasil é um tradicional participante e um velho conhecido dos venezianos. Marchands vendem, artistas procuram novidades, colecionadores são paparicados e os diretores de museus, cortejados. Trocamos sorrisos e cartões com e-mails a cada dez metros, entre frases que chegam até comentários casuais. Tudo pode ser dito, sem ferir a verdade sôbre a exposição, que um aspecto temático e amplo, caiba.

Veneza! É ela mesma moldada em Arte. Labirinto infindável do engenho humano. Grandes e pequenos canais com cristais resulentes nos espelhos dágua. Ali, mostras de Arte, por mais perfeitas que sejam, estão sempre condenadas a coadjuvantes de uma cidade única, monumental, que resiste altivamente aos intempérieis do tempo.


Edilma Rocha



2 comentários:

socorro moreira disse...

Edilma, reconheci tua alma , misturada com a alma de veneza, na tua tela. E preciso conheceer veneza? Contada por ti, a gente economiza sonhos e euros, ou fica com vontade de correr pra cumprimentá-la, e dizer : Já nos conhecemos. Edilma falou de você.


Beijo, minha amiga.

Edilma disse...

Socorro,

Bela interpretação da minha Veneza artistica.
Entre mistura de alma e conhecimento cultural. Muitas vezes precisamos ver de perto para saber sentir e poder interpretar. E a vida me concedeu grandes experiências neste sentido.
Sou agradecida.

Beijos !