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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A outra face da lua - Lilith


A Lilith astronômica

A Lua descreve uma trajetória elíptica ao redor da Terra. Uma elipse possui dois pontos focais e aquele que fica vazio foi denominado Lua Escura, Lua Negra ou Lilith. Isto se constitui numa definição um tanto simplificada, pois, na realidade, a Lua e a Terra movem-se ambas ao redor de seu centro comum de gravidade, e a trajetória da Lua não é uma elipse exata, mas um tanto oscilante. Assim é necessário estabelecer a diferença entre a órbita média da Lua, que é uma elipse levemente alongada, e a órbita real, que oscila ao redor da órbita média devido a diversas interferências. Assim como há um Nodo Lunar “médio” e outro “real”, e como há uma elipse “média” e outra “real”, também há uma Lilith “média” e outra “real”. Escrevo real entre aspas salientando que o Nodo da Lula só é “real” umas duas vezes ao mês, quando a Lula se encontra realmente sobre ele, já que no resto do tempo, ele é tão “irreal” quanto o Nodo Médio. A propósito, quando se trabalha com um ponto tão próximo à Terra, devemos considerar o efeito paralaxe, isto é, devemos ponderar que um determinado ponto da Terra é visto a partir de um certo ângulo de um ponto no céu. A Astrologia observa os planetas sob o ponto-de-vista geocêntrico, ou seja a partir da Terra, e não de maneira topocêntrica, a partir do ponto de vista de um observador.

A Lua também já foi definida como um apogeu da órbita lunar, isto é, como aquele ponto da órbita mais distante da Terra. Ambos os pontos, o apogeu e o segundo ponto focal, localizam-se no eixo maior da elipse orbital, chamado também de linhas das apsides. Vistos da Terra, estão na mesma direção, portanto, ocupam o mesmo lugar no Zodíaco. O segundo ponto focal se encontra a uma distância aproximada de 36.000 km da Terra, enquanto o apogeu a cerca de 400.000 km. À parte dessa diferença de distâncias, as duas definições podem ser consideradas equivalentes. Tendo em vista que a órbita da Lua move-se para frente continuamente no espaço, a Lua Negra percorre o Zodíaco cerca de 40º por ano. Uma revolução completa demora 8 anos e 10 meses.
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A interpretação de Lilith
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"Durante meus anos de prática astrológica, tenho utilizado a Lua Negra em todas as minhas análises de mapas natais, como complemento da interpretação da Lua. Jamais pensei em ignorar esta influência. A Lua Negra descreve nosso relacionamento com o Absoluto, com o sacrifício como tal, e mostra-nos como abrimos mão de certas coisas. Em trânsito, a Lua Negra indica-nos alguma forma de castração ou frustração, freqüentemente nos assuntos relacionados ao desejo; uma incapacidade da psique; ou uma inibição em geral. Por outro lado também indica nossas áreas de autoquestionamento, a nossa vida, nossos trabalhos, nossas crenças. Acho que é isto é importante, pois nos dá a oportunidade de abrir mão de algo. A Lua Negra mostra onde podemos deixar que a Totalidade fale dentro de nós, sem atravessar um “eu” pelo caminho, sem erigir um muro formado pelo nosso ego. Ao mesmo tempo, ela não nos indica a passividade. Ao contrário, simboliza a firme vontade de mantermo-nos abertos e confiantes, de deixar que o Mundo Transcendental infiltre-se em nós, confiando inteiramente nas grandes leis do Universo, naquilo que chamamos Deus. A fim de nos preparar para essa abertura, a Lua Negra cria um vazio necessário."

(Joëlle de Gravelaine in "Lilith und das Loslassen", Astrologie Heute Nr. 23)

Tradução: Maria-Fernanda Alves Guimarães

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