O homem é um animal que se acalma rápido: basta não querer ser melhor do que ele. Liberdade não se discute. Esse tubarão chamado homem, esse galo de briga, é infinitamente maior do que ele mesmo. O que o homem é, está muito além do que ele pode fazer. A civilização bebe petróleo e fala mal dos cachaceiros da esquina. Ninguém está dentro de ninguém. Toda terra é sagrada, e todo povo, escolhido! Toda manhã, principia; todo entardecer, acalma; toda noite, propicia. As vacas ficaram inteligentes, tomando o lugar das mulheres, e os homens passaram a dar leite. O mar apodrecera e sobre ele flutuava a lua, qual canoa furada. Foi quando as crianças começaram a falar línguas estranhas, a demonstrar poderes nunca antes concebidos. Naves cor-de-rosa pousavam, espalhando uma música linda pelo ar. Mulheres de cabelos vermelhos, outras de cabelos azuis, surgiam do nada. Sete arco-íris surgiram no céu e o espírito de todos os animais apareceu. E logo um maior do que ele se avistou. E outro ainda maior. Seria o espírito das estrelas? Foi quando apareceu são francisco, tocando os grandes sinos de ouro de uma catedral que apareceu no céu. E ele entoava, com muitos anjos, um aleluia. Aí eu acordei. Estava em uma festa e alguém me estendia um copo de cerveja.
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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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segunda-feira, 15 de março de 2010
Por Geraldo Urano
O homem é um animal que se acalma rápido: basta não querer ser melhor do que ele. Liberdade não se discute. Esse tubarão chamado homem, esse galo de briga, é infinitamente maior do que ele mesmo. O que o homem é, está muito além do que ele pode fazer. A civilização bebe petróleo e fala mal dos cachaceiros da esquina. Ninguém está dentro de ninguém. Toda terra é sagrada, e todo povo, escolhido! Toda manhã, principia; todo entardecer, acalma; toda noite, propicia. As vacas ficaram inteligentes, tomando o lugar das mulheres, e os homens passaram a dar leite. O mar apodrecera e sobre ele flutuava a lua, qual canoa furada. Foi quando as crianças começaram a falar línguas estranhas, a demonstrar poderes nunca antes concebidos. Naves cor-de-rosa pousavam, espalhando uma música linda pelo ar. Mulheres de cabelos vermelhos, outras de cabelos azuis, surgiam do nada. Sete arco-íris surgiram no céu e o espírito de todos os animais apareceu. E logo um maior do que ele se avistou. E outro ainda maior. Seria o espírito das estrelas? Foi quando apareceu são francisco, tocando os grandes sinos de ouro de uma catedral que apareceu no céu. E ele entoava, com muitos anjos, um aleluia. Aí eu acordei. Estava em uma festa e alguém me estendia um copo de cerveja.
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