Este texto foi construído em 09 de agosto de 2005. Pelos 60 anos da primeira bomba atômica sobre uma população humana.
"Você sempre vai matar pessoas inocentes ao mesmo tempo.
Nunca travamos uma guerra em que civis não morressem.
Gostaria que os jornais parassem com essa besteira de 'vocês
mataram tantos civis'...Eles tiveram o azar de estar lá."
General Paul Tibbets
Comandou o Enola Gay, o B-29 Superfortres,assim chamado
em homenagem à mãe e do qual lançou a bomba Little Boy
sobre a cidade de Hiroshima, matando imediatamente 140 mil das 350 mil pessoas.
De repente as vísceras derreteram, a pele se descamou em papel rasgado,
os olhos cegaram pelo brilho imediato, o conduto auditivo transbordou sangue,
ossos viraram carvão qual a madeira ao fogo, os pelos faiscaram instantâneo,
um tufão de vento carregou todas edificações, em volta se fez combustão fatal,
corpos dilacerados que no segundo estiveram vivos, mergulho da última vez,
pó, poeira, putrefação, pantomima de pedaços, patologia perene, pranto;
os desgraçados desorientados em ruínas, sem mais ruas, sem povo,
aos cantos soltando pedaços, andarilhos, curvando-se para morrer,
e do céu um temporal de chuva radioativa para matar a sede,
sobreviventes das primas horas incorporando morte lenta,
mães abortando fetos microcefálicos,
DNAs degenerados para sempre,
pelas veias circulam leucemias,
hormônios em câncer tireoideu,
o carcinoma pulmonar respira,
quelóides acabam casamentos,
párias para sempre,
Hiroshima riscada,
do mapa Nagasaki,
Little boy,
Fat man,
e tiveram o coração frio de dar nomes aos infernos criados em Los Alamos.
os olhos cegaram pelo brilho imediato, o conduto auditivo transbordou sangue,
ossos viraram carvão qual a madeira ao fogo, os pelos faiscaram instantâneo,
um tufão de vento carregou todas edificações, em volta se fez combustão fatal,
corpos dilacerados que no segundo estiveram vivos, mergulho da última vez,
pó, poeira, putrefação, pantomima de pedaços, patologia perene, pranto;
os desgraçados desorientados em ruínas, sem mais ruas, sem povo,
aos cantos soltando pedaços, andarilhos, curvando-se para morrer,
e do céu um temporal de chuva radioativa para matar a sede,
sobreviventes das primas horas incorporando morte lenta,
mães abortando fetos microcefálicos,
DNAs degenerados para sempre,
pelas veias circulam leucemias,
hormônios em câncer tireoideu,
o carcinoma pulmonar respira,
quelóides acabam casamentos,
párias para sempre,
Hiroshima riscada,
do mapa Nagasaki,
Little boy,
Fat man,
e tiveram o coração frio de dar nomes aos infernos criados em Los Alamos.
E que pensas tu?
Como eu à antiga foto da explosão atômica.
Que pensas de então?
Que pensas da destruição,
do horror imposto ao inimigo?
Que pensas de hoje?
As vítimas relembrando-se da dor que já dura 60 anos.
E nunca vai passar.
Nunca, pois não é do terror distante que falamos,
é da América, esta assassina que não pede perdão,
que multiplicou seus arsenais ao tamanho do planeta,
que jamais fez um gesto de boa vontade a respeito,
vangloria-se da segunda chance para seus pecados
e incendeia teus filhos apenas para te fazer sofrer.
É dos Estados Unidos da América e seus liberais do Leste,
dos cowboys de olhos miúdos, mãos ágeis e arrogância excedente,
películas que colorem ilusões e do centro dela surgem marines,
com a destruição na ponta da mira a laser, os fragmentos de mulheres,
pedaços de crianças, humilhação de doces que explodem balas,
é desse horror potencial que Hiroshima clama, Nagasaki chama,
e todos nós para não esquecer que a bomba é filha da ciência,
da técnica e da aberração que assim permanece pois não há quem lhes eduque.
Então nesta data dos 60 anos,
ao invés de falarmos das vítimas,
gritemos os nomes dos agressores:
Harry Truman
Robert Oppenheimer
Major Tibbets.
Americanos!
E neste segundo?
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