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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 18 de agosto de 2009

Balzac: o Escritor-Fábrica

Honoré Balzac, morto há cento e cinqüenta anos, foi um dos mais extraordinários completos escritores de todos os tempos. Até os nossos dias qualquer um se impressiona com a vastidão e diversidade da sua obra, que, na tradução para o português, feita no Brasil dos anos 50 e 60, chegou a 17 volumes. Quem abrir qualquer um dos livros da Comédia Humana terá um mundo inteiro diante de si.

A Iniciação de um Romancista

Em Paris, nos primeiros anos da década de 1820, a sombra de homem esgueirava-se na noite alta entre o Boulevard du Pontaux-Choux e a rua Beaumarchais. Seguia desta vez os passos de um trabalhador e sua mulher. Escutava-lhes o patoá, observava-lhes os sapatos rotos, o caminhar desengonçado, sentia-lhes as privações e intuía quais seriam seus desejos. Acompanhava-os a distância, discreto como um bom fantasma, até que o casal sumia numa ruela qualquer.

Mais tarde ainda, se o clarão da Lua permitisse, tratava de alcançar o cemitério Père Lachaise, onde perambulava horas entre as tumbas daqueles mortos ilustres. Olhava para as lápides buscando inspiração. Talvez aquelas eminências do passado, abrigadas nas tumbas, indicassem-lhe mediunicamente qual o melhor caminho para atingir o coração frio daquela bela cidade, que se esparramava lá embaixo como que a seus pés. Da parte mais elevada do famoso mortuário, contemplava, ao longe, iluminadas, a Coluna de Vendôme (aquele pilar de bronze erguido por Napoleão com os canhões de Austerltiz) e a Abóbada dos Inválidos. Naquele eixo formado por aqueles dois grandes monumentos concentrava-se o tout Paris, era dali que os deuses da glória determinavam quem eles deveriam abençoar.


Balzac se profissionaliza

Dando vida e corpo a essa sombra que vagava pelas ruas e cemitério de Paris do princípio do século XIX, veríamos que ele não alcançava mais de um metro e meio, era feio, com dentes horrivelmente estragados, pouco asseado e muito mal vestido. Recentemente tomara a difícil e audaciosa decisão de tornar-se um escritor profissional. O seu nome era Honoré Balzac, que, com pouco mais de vinte anos, assumira a firme determinação de "fazer com a pena o que Napoleão fizera com a espada". As estranhas caminhadas, o contato com a gente comum e o cenário bizarro, faziam parte das emanações que esperava receber para compor os personagens dos livros que pretendia escrever. Balzac inovou no seu tempo ao empresariar a si mesmo, envolvendo-se em várias iniciativas como impressor e até com notável previsão, promovendo o livro de bolso como um solução para a popularização da literatura. Nunca teve, porém, sucesso em seus saltos para além do mundo das letras. Ao contrário, só acumulou decepções e dívidas, obrigando-o a se tornar num exímio contorcionista para esgueirar-se dos credores (inclusive deixou um verdadeiro manual ensinando como escapar deles).


Vida do escritor

Honoré de Balzac foi um célebre escritor francês. Nasceu na cidade de Tours em 20 de maio de 1799 e morreu em 18 de agosto de 1850. Foi um dos mais importantes escritores do romantismo francês, embora tenha se formado advogado.

Uma de suas principais obras foi A Comédia Humana, série de romances notáveis e contos em que Balzac demonstra as principais características de seu estilo literário: sentimentos, realidade social, descrições minuciosas, cotidiano da vida burguesa, imaginação e valorização das paixões humanas.

Passava aproximadamente 15 horas por dia escrevendo movido a muitas xícaras de café. Casou-se, no ano de sua morte, com uma polonesa, Eveline Hanska, com quem manteve contato por carta por, aproximadamente, 15 anos.

Morreu em 1850 e seu corpo foi sepultado no cemitério de Père Lachaise, na cidade de Paris. Sua obras são reconhecidas e lidas até os dias de hoje.

Outras obras de Balzac:

- Eugênia Grandet (1833)
- O Pai Goriot (1835)
- Lírio no vale (1835)
- A procura do absoluto
- Ilusões perdidas (1837)


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