Um gato chamado Milk
Como tem gente aqui em casa reclamando - por que uma homenagem a Shake e não a Milk? - completo o registro sobre essa dupla inseparável.
Milkinho é um gato persa amarelo muito inteligente e elegante. Desde que era um filhote, ele é absolutamente convicto de que é o rei dos animais. Porisso atravessa o espaço em direção aos lugares mais altos, seus por direito natural, de onde pode nos olhar de cima e observar tudo o que se passa em seus domínios - que por vezes incluía inadvertidos versos...
E aqui termina a felina saga poética, prometo!
Definição do gato.
Contato portátil com a natureza.
Nuvem atravessando a mesa
e outros espaços imprevistos.
Nova casa se revela
na fotografia
felina,
em ângulos de precisão
e neblina.
O mundo visto em sobressaltos:
O desafio e o salto,
sempre mais alto,
sempre mais belo,
o gato amarelo.
Elo.
Imagens de Salvador sitiada
O silêncio felino nestas noites em que o absurdo nos toma.
As fotos de Salvador tomada pela violência.
Em Pituaçu, o artista palmilha silencioso e melancólico os vestígios da destruição.
Perplexo, atônito.
A criança chora sem nada compreender.
O desconexo das imagens e o longo caminho
da cidade.
A cidade submersa, a cidade ao sol.
O corpo ferido da cidade.
A cidade viva e violenta.
A morte.
Busco a sintonia possível com seu movimento sempre tão dentro
da minha própria pele.
A cidade emudece, paralisada.
Silêncio onde havia gritos e algazarra.
Gritos onde tudo era murmúrio.
O gato passa silencioso e atravessa o opaco em luvas de algodão e espinho.
Um gato chamado Shake
Sim, adoro gatos. Os meus queridos, Milk e Shake, foram desterrados, mas vou visitá-los sempre. Sinto falta de seu movimento pela casa. Hoje fui almoçar com meu pai, por seu aniversário. Meu irmão poeta fez um lindo presente para ele e o mundo ficou pura beleza e coração.
Depois visitei os gatos e o mundo ficou aveludado.
Um poeta é a alma da vida perambulando pela casa.
Um gato é contato portátil com a natureza.
Às vezes escrevi versos para eles.
A novidade
Pequeno gatinho ronronante,
bamboleante pela casa.
Ele passa, orelhas e bigode
desfazendo esse celofane de cansaço e monotonia.
O gatinho passa e em seu movimento
toda cor é bela,
todo som é festa,
toda alegria é luz.
Esse gatinho que faz do cinza
Pura beleza em mil tons.
Como tem gente aqui em casa reclamando - por que uma homenagem a Shake e não a Milk? - completo o registro sobre essa dupla inseparável.
Milkinho é um gato persa amarelo muito inteligente e elegante. Desde que era um filhote, ele é absolutamente convicto de que é o rei dos animais. Porisso atravessa o espaço em direção aos lugares mais altos, seus por direito natural, de onde pode nos olhar de cima e observar tudo o que se passa em seus domínios - que por vezes incluía inadvertidos versos...
E aqui termina a felina saga poética, prometo!
Definição do gato.
Contato portátil com a natureza.
Nuvem atravessando a mesa
e outros espaços imprevistos.
Nova casa se revela
na fotografia
felina,
em ângulos de precisão
e neblina.
O mundo visto em sobressaltos:
O desafio e o salto,
sempre mais alto,
sempre mais belo,
o gato amarelo.
Elo.
Imagens de Salvador sitiada
O silêncio felino nestas noites em que o absurdo nos toma.
As fotos de Salvador tomada pela violência.
Em Pituaçu, o artista palmilha silencioso e melancólico os vestígios da destruição.
Perplexo, atônito.
A criança chora sem nada compreender.
O desconexo das imagens e o longo caminho
da cidade.
A cidade submersa, a cidade ao sol.
O corpo ferido da cidade.
A cidade viva e violenta.
A morte.
Busco a sintonia possível com seu movimento sempre tão dentro
da minha própria pele.
A cidade emudece, paralisada.
Silêncio onde havia gritos e algazarra.
Gritos onde tudo era murmúrio.
O gato passa silencioso e atravessa o opaco em luvas de algodão e espinho.
Um gato chamado Shake
Sim, adoro gatos. Os meus queridos, Milk e Shake, foram desterrados, mas vou visitá-los sempre. Sinto falta de seu movimento pela casa. Hoje fui almoçar com meu pai, por seu aniversário. Meu irmão poeta fez um lindo presente para ele e o mundo ficou pura beleza e coração.
Depois visitei os gatos e o mundo ficou aveludado.
Um poeta é a alma da vida perambulando pela casa.
Um gato é contato portátil com a natureza.
Às vezes escrevi versos para eles.
A novidade
Pequeno gatinho ronronante,
bamboleante pela casa.
Ele passa, orelhas e bigode
desfazendo esse celofane de cansaço e monotonia.
O gatinho passa e em seu movimento
toda cor é bela,
todo som é festa,
toda alegria é luz.
Esse gatinho que faz do cinza
Pura beleza em mil tons.
por Ana Cecília
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