Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Não temos esse livro....

Um texto de Carlos Rafael

Depois da capela tem um abismo – livro de poesia de Marcos Leonel


“Nos anos oitenta, no Cariri cearense, se respiravam os primeiros hálitos de uma nova mística. Era um fenômeno completamente próprio, que se estendeu pelos anos noventa inteiros e desaguou nos dias de hoje, mas já caldo ralo. Foi mais ou menos assim: a nossa juventude rompeu a visão frígida e estéril da fé (aquela vendida nas matrizes, em envoltório sacrossanto, especialmente católico, que tinha Cícero Romão Batista como centro) e, influenciados pelo ambiente universitário de Fortaleza e Recife, construiu para si mesma uma visão de mundo absolutamente idiossincrática. Um Cariri quase cenográfico”.

Assim começa a apresentação, de Sidney Rocha, do livro Depois da capela tem um abismo, do poeta cratense Marcos Vinícius Leonel, por nós conhecido por Lobisomem, editado pela Kabalah Editorial, Recife, 2007.
O livro traz um longo poema, escrito em meados dos anos 80, dividido em doze cantos, cada um com oito estrofes, cada uma com oito versos, com imagens e impressões de um andarilho que sobe a serra do Horto, a caminho do Santo Sepulcro, depois da estátua do padre.

Assim começa:

Dos altares e templos
Erigidos pelos povos que
Habitam e remontam
O plistoceno ao Cariri
Nada guarda tão sublime,
Como esse vale desnudo,
Os mistérios e caminhos
Para a fuga de Érebo.

E Assim termina:

A ti eu peço, que nesse dia,
Não escolha palavras
Que me dê o silêncio,
Esse que a mata canta,
E as pedras respiram.
A grande força está presente,
Cruzando o meu caminho com o teu.
A ti eu darei o que te peço.

No entremeio, muitos e muitos versos fortes e vigorosos, cheios de mistérios, tal qual a história de Juazeiro; palavras e mais palavras tortuosas e íngrimes, tais quais os caminhos do Horto.

Ah, sim! O projeto gráfico e editorial do livro é um capítulo à parte.
Carlos Rafael 
*Achei essa preciosidade através do GOOGLE

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