I
Meus olhos veem
coisas abstratas
passeando pelas paredes
debruçando-se sobre a cama
somem,
reaparecem
visíveis,
enlouquecedoras
e no exato momento
que me levanto
o raio de luz desloca-se
por debaixo da porta do banheiro
entra no vaso
flutua
II
Um raio de luz
que desce dos céus
em uma tépida tarde
é capaz fingir-se
muitas coisas,
muitas coisas visíveis
abstratas
e nem a descarga
força-lhe o sumidouro
uma vez que ainda flutua
dentro do vaso
apenas o raio
um raio de luz
em tarde de trégua -
aberto,
transparente.
Um comentário:
Sua presença sempre ilustra, mexe, remexe nos nossos "humores"... pois seus textos são assim: nos fazem reagir, imaginar, compor imagens "abstratas" (ou não)...
Abraço,
Claude
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