Enquanto viviamos, parcialmente, isolados do mundo e da civilização, sem jornais, radio, televisão, telefone e outras progresseiras, o sotaque permaneceu o mesmo, naquele modo de dizer as coisas, mansa, suave, arrastada e docemente.
Aquela gostosura de nêga, nêguinho, padim, madinha, prumode, pruvia, purriba, purbaixo, nem mode coisa, avexado, disimpaciente, ingrisia, vigemaria, cadê, quêde, entonce, frivioca, xumbregage, preguntar, percurar, currulepo, nojenteza, pendença, sustança, bulandeira, triscado, desmastriado, desapear, arripunar, grunguzado, sarneia, pauta com o diabo, balseiro, bicho da peste, biroba, indagorinha, dernantonte, comer tampado, caquear, versidade, lambança, patuá, lambuja, piloura, quicé, teréns, sobrosso, miunçaia, munganga, batecum, caçuá, tresvariar, mãe do corpo, manquejar, estrupiado, bunda canastra, encangar grilo, impilicança, cumbuca,piar jegue, xilique, cambão, zonzeiras, barbicacho, cangapé, escruvitiar, ingasopar, caritó, cafuné, mandapolão, bralha, sacramentado, derrengado, cassaco, derna que, entramelado, malassombrado, estrupicio, grumitar, marmota, empazinado, entrambicar, desconchavado, estrupicio, grumitar e mil outros termos que dicionarios não registram.
E não-é-sem-quê-nem-pra-quê, que lembro nosso velho linguajar.Era o varzealegrense autentico, sem miscigenação estrangeira, de qualquer especié. Lingua pura de gente pura.
Fonte: Blog do Sanharol
Autor: A. Morais
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