Aí que quero um oriente. Aí que quero uma montanha com cheiro. Aí que quero um luar de outubro. E um mosquito pousa com delicadeza na página do livro de poesia que leio. Aí que quero um sim insistente. Aí que quero uma fotografia de um fusca em minha parede. Aí que quero uma mulher que caminhe descalça em câmera lenta. E uma vendedora de perfumes aperta com força a campainha da porta da casa que habita em mim. Aí que quero uma mão me acenando na rodoviária. Aí que quero um rio pequeno e limpo surgindo do nada, bem ali, na próxima curva. Aí que quero uma chuva rala, perto do meio dia. O telefone toca. Não vou atender.
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Lupeu Lacerda
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Lupeu Lacerda
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Um comentário:
Socorro,
Interessante que estou querendo as mesmas coisas que voCê.(Guardadas
as devidas proporções): Um oriente, ou mesmo um ocidente, uma mão me acenando e digo mais, tocando a minha....uma chuva , duas , três...
um rio que ria comigo,pessoas bem perto de mim...
Lindo o que brevemente escreveu.
Já conheço um tiquinho de sua alma
e isso me faz feliz.Deus te abençoe!!!! Abraços de verdade: Liduina.
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