As tias high-tech, Rosa, Raimunda e Maria, acordaram como sempre: antes do sol aparecer. Algumas orações das matinas e se espalharam. Rosinha foi até a beira do açude para sentir-lhe as águas ainda mansas da noite morna. Tia Rosa adora este convívio com as águas se acordando: quando nenhum bicho bebeu-lhe aos goles, sem que os besouros ainda pousassem-lhe a fina película da superfície.
Mundinha, como destino da vida: foi até ao poleiro examinar quantos ovos a manhã lhe dera. Assim como a terra põe o ovo do sol. Retornar com o vasilhame com pelo menos uma dúzia é completar uma via sacra na glória de todo amanhecer. Já Maria assuntou o tempo em busca das chuvas enquanto examinava a ordenha das vacas.
Após o desjejum frugal, seguiram o ritmo do garimpo das noviças das manchetes dos jornais on-line. Na internet, computador piscando o “hardware” sob o humilhante comande dos “softwares”, isso sem contar que estes últimos também estão com o olhar feroz do “scandisck”, em busca “spyware”, “vírus” e tantos fragmentos maldosos, que mesmo para umas tias high-tech já é demais. Rosa indignada:
- Vocês souberam? Vão cobrar pelo conteúdo dos jornais on-line?
- A ganância é o lodo da boa intenção e a praga da Inteligência. – Comentou Raimunda.
- A gente não paga e sabe do que acontece do mesmo modo.
Continuaram nas páginas dos jornais do Sul: “Mulheres-bomba matam ao menos 37 pessoas em Moscou”. “Bebês abandonados em túnel em São Paulo”. “Fernando Noronha: a ilha onde é proibido ter bebê.
- Viram? Vocês viram? – Maria chegou a assustar a irmã quase gritando estas frases.
- Viram o quê, mulher? – Rosa suspirando e Mundinha de olhos arregalados.
- Se mandassem os pais de São Paulo para Fernando Noronha, não abandonariam os filhos, pois nem meninos teriam. As mulheres que se explodem para destruir tanta vida perderam o sentido da nascença. Ao invés de gerarem a vida, explodem a vida que há.
- Pois sim. O jornal e muita gente que trabalha neles pensam que não, mas toda manchete é ligada à outra pela mesma linha que torna a vida de cada um o fio da meada das coisas e dos instantes que acontecem no mundo. Aí Maria completou a síntese da manhã.
Bem dizendo, pois Rosa só para falar da idade das mesmas, sem que alguma sequer o queira, falou alto a última manchete:
- “DOR CRÔNICA AFETA 80% DA POPULAÇÃO MUNDIAL.
As três, em silêncio, concordaram que era muita dor. Dor de tudo, do corpo e da alma.
Mundinha, como destino da vida: foi até ao poleiro examinar quantos ovos a manhã lhe dera. Assim como a terra põe o ovo do sol. Retornar com o vasilhame com pelo menos uma dúzia é completar uma via sacra na glória de todo amanhecer. Já Maria assuntou o tempo em busca das chuvas enquanto examinava a ordenha das vacas.
Após o desjejum frugal, seguiram o ritmo do garimpo das noviças das manchetes dos jornais on-line. Na internet, computador piscando o “hardware” sob o humilhante comande dos “softwares”, isso sem contar que estes últimos também estão com o olhar feroz do “scandisck”, em busca “spyware”, “vírus” e tantos fragmentos maldosos, que mesmo para umas tias high-tech já é demais. Rosa indignada:
- Vocês souberam? Vão cobrar pelo conteúdo dos jornais on-line?
- A ganância é o lodo da boa intenção e a praga da Inteligência. – Comentou Raimunda.
- A gente não paga e sabe do que acontece do mesmo modo.
Continuaram nas páginas dos jornais do Sul: “Mulheres-bomba matam ao menos 37 pessoas em Moscou”. “Bebês abandonados em túnel em São Paulo”. “Fernando Noronha: a ilha onde é proibido ter bebê.
- Viram? Vocês viram? – Maria chegou a assustar a irmã quase gritando estas frases.
- Viram o quê, mulher? – Rosa suspirando e Mundinha de olhos arregalados.
- Se mandassem os pais de São Paulo para Fernando Noronha, não abandonariam os filhos, pois nem meninos teriam. As mulheres que se explodem para destruir tanta vida perderam o sentido da nascença. Ao invés de gerarem a vida, explodem a vida que há.
- Pois sim. O jornal e muita gente que trabalha neles pensam que não, mas toda manchete é ligada à outra pela mesma linha que torna a vida de cada um o fio da meada das coisas e dos instantes que acontecem no mundo. Aí Maria completou a síntese da manhã.
Bem dizendo, pois Rosa só para falar da idade das mesmas, sem que alguma sequer o queira, falou alto a última manchete:
- “DOR CRÔNICA AFETA 80% DA POPULAÇÃO MUNDIAL.
As três, em silêncio, concordaram que era muita dor. Dor de tudo, do corpo e da alma.
Um comentário:
A dor do mundo , explode no peito !
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