e desce sem saber ao nosso tédio:
um tempo sem espaço e sem remédio,
pegado à solidão de um negro armário.
exilado no mundo do meu quarto
ou na copa de árvores distantes:
tempo-pedra disposto nas estantes
(feito a hora infinita de um infarto)
tempo que se despenca ou desfalece
nas tranças distraídas de algum mês,
de algum ano de seca e sem semente.
assassina meu sono e desvanece,
perdido no curral, como uma rês:
viajante sem fim de um sol nascente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário