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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vida itinerante de uma bancária (IV)- por Socorro Moreira



Estoril -  recanto dos boêmios
Vista  da Pça do Carmo, nos anos 70
Cristiano Câmera, meu guru !

Agosto de 1977

Fortaleza do alto me pareceu pequena. Procurei sua personalidade física, e não identifiquei..Estava apaixonada por Recife!
Ag. Centro Fortaleza, na Pça do Carmo. Um novo tempo de vida, novos amigos!
O cearense é receptivo. Senti a alegria de voltar pra casa!
Praia de Iracema, e seus recantos boêmios: Bar de Tia Rosa, Nick Bar, ou ainda, onde Zivaldo Maia tocava. No Estoril, reunia-se uma tribo política, figuras estereotipadas, alguns da esquerda festiva, mas o papo era agradável..Tinha gente que fazia a diferença, e bebíamos consciência política, democratização, e cidadania.
Tempo em que passei finais de semana numa Canoa Quebrada à luz de lampiões, dormindo na casa dos pescadores, comendo peixe com farinha , e café com tapioca. Dançávamos na noite, ao som de uma vitrolinha, com um disco arranhado de forró. Mas os nativos sabiam dançar, e a gente pegava um embalo festivo.
Trabalhava no Câmbio ( setor considerado de elite), mas depois fui transferida para um setor de estiva. Meus filhos exigiam minha assistência, e eu não dispunha de tempo para prorrogação de expediente.
Frui alocada, no SEDIV (setor de serviços gerais), como provação ou castigo.
Enquanto expurgava documentos, ou fazia ordem no arquivo morto, cantava todas as canções que eu sabia. Trabalhava ludicamente, e as noites me esperavam com as suas rodas de viola.
Saudades do "Santiago Drinks" ! Saudades da voz de  Otávio Santiago que, acompanhado de Zivaldo ,cantava “A mulher que ficou na taça”, " Dama de vermelho", "Foi Ela ..."
Um dia, acordei  querendo uma mudança de vida. Já tinha completado minha faculdade de boemia. Cristiano Câmera, a quem visitava com freqüência, já tinha me contadas mil histórias sobre a música clássica, a música popular brasileira, e o cinema antigo. Foi um professor e tanto!
Antes de pedir nova transferência, vivi a experiência de uma adição no Amazonas. Depois, pedi remoção  para o Cesec de Juazeiro do Norte, querendo ficar de novo perto da família, e melhor conduzir a vida dos meus filhos.
E, mais uma vez, com o coração machucado de saudades, segui a estrada do destino. Deixei o mar para trás.
Lábrea  (AM) e Cesec Juazeiro do Norte, merecem capítulos à parte. 

P.S. Dessa passagem por Fortaleza grandes amizades se firmaram :  
Abraços em Maria de Jesus Andrade, Celeste, Dona Raimunda, Dorvina, Condé, Wilson Garcia, Luiz Ailton, Zivaldo e Maria do Carmo, Sérgio Rodrigues, Cecília, Luciano Lira, e tantas outras pessoas queridas !

2 comentários:

jair rolim disse...

Socorro sua história é realmente envolvente, voce voa como a liberdade de um passaro. Fortaleza naquela época ainda era um tanto provinciana, contudo cheios de recantos agradaveis, boemios, lugares que a gente fazia boas amizades. Na Agencia, acho que voce demorou pouco. O Cambio era um setor fechado, elitizado mesmo, vc dificilmente iria se adptar lá que era assim uma panelinha de cumpichas. Quanto aos colegas nao dava mesmo para você enumerar. Tinha muita gente boa. A Maria de Jesus eu cheguei a trabalhar com ela. Muito competente, nao se rebaixava na frente de nenhum chefe, sempre altaneira. Passou muito tempo no Open. Ela ainda é parente de minha esposa. Dona Raimunda, mae de todos nós, que hora gostosa aquela hora do cafezinho. Dona Cecilia dispensa comentarios e o nosso querido conterraneo Dr. Luciano Lira era o Cara. Pena que você nao demorou mais nesta Agencia.
Um grande abraço
Jair Rolim

socorro moreira disse...

Hum... Que ótimo encontrar Jair, que lembra um povo que conheci. Fiquei na Ag Centro de 77 a 1980. Três anos inteirinhos !

Bons tempos !


Grande abraço, amigo !