Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O Curso do Céu - José do Vale Pinheiro Feitosa

Paracuru, 6 de agosto de 2010.



Vagaroso,
o tampão do dia escorregou,
atrás das montanhas azuis
da minha distância.

Quando me dei conta,
a luz do dia,
escoava inteira por ali,
no esgoto da existência.

Enquanto,
ouro de frontispício,
avermelhava-se o canto,
do escoado dia.

Secava,
toda a luz existente,
do recipiente do céu,
escuridez figurada.

E neste instante,
do fusco do perdido claro,
o céu era via láctea,
um novo luminar.

Sutil,
subentendida sabedoria,
silente verdade,
contemplativa nuance.

E o céu,
preenchido de vaga-lumes,
retirada de galáxias,
girou.

E no outro lado,
a monção de luzes,
vidente resplandeceu,
os poros da pele.

Não sempre,
alternada com a sutileza,
entre a paga da vida,
e a vida paga.

4 comentários:

Claude Bloc disse...

Zé do Vale,

Sua ausência foi muito sentida aqui no Cariricaturas e também por entre as pessoas que lhe têm estima (como eu, Socorro, Edilma e todos os de quem você conquistou a amizade.

Ficamos felizes por "revê-lo" por aqui e sobretudo pelo poema que nos oferece, talvez o mais lindo que possa ter escrito.

Tocados/as por ele, lhe enviamos um abraço repleto de saudades.

Claude

Emerson Monteiro disse...

Ei, José,

Sua inspiração chega bem aqui conosco.

Abraço.

Edilma disse...

Do Vale,

Alternando com sutileza
entre a paga da vida
e a vida paga.
Lindo!
Estamos sentindo a sua falta.

Abraço !

socorro moreira disse...

No curso do céu a poesia é matéria principal.
Zé é Vale doce , que enebria pensamentos, no curso do céu.
A paga da vida é pena leve, se for paga todo dia.
A vida paga as esperas.
Recebemos agora o presente poético de quem esperamos a presença, noite e dia !

Abraços