NE - É preciso que o PT comece logo esse negócio de regulação da Mídia, senão não vai sobrar nenhum ministro, porque a Imprensa Golpista está descobrindo todas as falcatruas desse governo.
Sem apoio do seu partido, o PMDB, o ministro do Turismo, Pedro Novais, 81, pediu demissão do cargo ontem, depois da revelação de que ele usava funcionários pagos com dinheiro público para fins particulares. Novais remunerou a governanta de sua casa durante sete anos com verbas de seu gabinete na Câmara dos Deputados, quando era deputado. Sua mulher usava funcionário da Câmara como motorista particular. Novais é o quinto ministro nomeado pela presidente Dilma Rousseff a deixar o posto em pouco mais de oito meses de governo, sendo o quarto a sair envolvido em suspeitas de irregularidades.
Novais entregou sua carta de demissão a Dilma numa reunião que durou cinco minutos, na noite de ontem. A carta tem apenas duas frases. “Cumpro o dever de pedir-lhe minha exoneração do cargo”, escreveu Novais. Desde o início de governo, Novais só tivera um encontro a sós com Dilma.
Os sinais de que o titular do Turismo estava fora do jogo começaram a aparecer ontem, dia em que o jornal Folha de S.Paulo revelou que sua governanta era paga com dinheiro público. Naquele momento, a disposição no Palácio do Planalto em preservar o peemedebista era praticamente nula. Dilma disse a interlocutores que preferia esperar um pedido de demissão, para não melindrar o PMDB, há tempos insatisfeito com o ritmo e os critérios de nomeações para cargos do Executivo.
Breve conversa de Dilma com sua equipe selou o destino do peemedebista: o Planalto acionaria o vice-presidente Michel Temer, naquele dia hospitalizado em São Paulo, para articular a exoneração “a pedido”. Novais até ensaiou resistir nas últimas horas, mas desistiu ao ver que perdera o apoio interno do PMDB. No momento em que tentava reunir forças para seguir no cargo, tomou conhecimento da declaração do presidente do partido, Valdir Raupp (PMDB-RO): “Não se pode comprometer uma legenda por causa de uma pessoa”. Àquela altura, nem mesmo seu padrinho político, o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), queria mantê-lo. Alves foi o primeiro a se reunir com o então ministro, ontem pela manhã. Temer viajou às pressas de São Paulo e se reuniu com Alves e Novais, no fim da tarde.
Em dezembro, quando Novais já estava escolhido para o cargo, descobriu-se que ele fez uso da verba do gabinete de deputado federal para pagar uma festa num motel no Maranhão. Novais devolveu o dinheiro antes de assumir o ministério. Mas começou a balançar no cargo em agosto, quando a Polícia Federal deflagrou a operação que revelou fraudes em convênios do ministério e prendeu integrantes da cúpula do Turismo.
Novo ministro
O substituto de Novais será indicado pelo PMDB. Entre as opções em estudo hoje estão os deputados Manoel Júnior (PB), Marcelo de Castro (PI), Leonardo Quintão (MG) e Gastão Vieira (MA). Temer comunicou seu partido que o Palácio do Planalto fará uma análise criteriosa da ficha dos candidatos.
Folhapress
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