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"

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domingo, 13 de novembro de 2011

Como a República foi proclamada – por Fernando Mascarenhas Silva de Assis (*)

O marechal Deodoro, velho e doente, foi arrancado às pressas de seu leito para falar à tropa amotinada. Os militares, descontentes com a atuação do Conselho de Ministros que governava o Brasil, exigiam a substituição desses ministros. Na realidade, o que a tropa exigia já estava decidido.

O Imperador, sempre atento ao bom andamento das questões de governo, havia decidido efetuar a troca do ministério. “O marechal, ciente da decisão do Imperador, foi ao encontro dos revoltosos e, após dar a notícia da substituição do Conselho dos Ministros, em cena que ficou imortalizada na magnífica tela de Henrique Bernadelli, levantou o quepe e gritou:” Viva o Imperador ”.

Outro “viva”, em resposta, foi dado pelos soldados que, já desarmados os espíritos, logo voltaram aos quartéis. Estes fatos ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, no dia 15 de novembro de 1889, data em que não foi proclamada a República.

A melhor descrição da participação do povo no incidente do dia 15 foi dada por Aristides Lobo, um dos poucos republicanos que presenciaram os acontecimentos, que sentenciou: “ O povo assistira a tudo bestializado”. O que o povo viu e ouviu foi um desfile de tropas (não mais do que seiscentos militares), um marechal doente falando aos soldados, e o grito de “Viva o Imperador” que, junto com os militares, também foi respondido pelos populares.

A viúva Adelaide, a verdadeira causa da “proclamação”

A república não foi proclamada em praça pública. Veio a lume por um decreto cuja história nada tem de gloriosa. Nela aparece uma personagem quase desconhecida pelos brasileiros, escondida a sete chaves pela historiografia oficial, mas que foi a verdadeira causa da pseudo proclamação: a viúva Adelaide.
Depois da parada que terminou com um "Viva o Imperador", já em casa, de volta à cama, o Marechal recebeu a visita de um grupo de traidores republicanos que tentou fazer com que Deodoro assinasse o documento que viria a ser o decreto Nº 1 da república. O velho militar, que ainda não era um traidor, se recusou: havia jurado fidelidade ao Imperador.
De má fé, os traidores disseram ao Marechal que o Visconde de Ouro Preto seria substituído por Silveira Martins, conhecido político gaúcho. Sabiam da inimizade entre os dois. Anos antes, Deodoro havia se apaixonado pela viúva Adelaide. Durou pouco tal paixão. A viúva logo trocou os seus favores pelos do citado Silveira Martins.
Tresloucado, como sempre ficava quando se lembrava de sua antiga amada, Deodoro disse:
  – “Deixe-me assinar esta porcaria”.

"Esta porcaria", era o Decreto nº 1, preparada pelos golpistas onde constava: “Fica proclamada provisoriamente a República no Brasil”. E assim a República foi proclamada...

(*)Fernando Mascarenhas Silva de Assis, engenheiro, historiador e professor em Belo Horizonte (MG).

5 comentários:

Edilma disse...

Armando,

Suas postagens me agradam em cheio por conta do meu interesse por história que está sempre ligada a arte.
No Museu de Arte Vicente Leite do Crato, temos uma tela pintada por Henrique Bernadelle. Trata-se do retrato de Celita Vacani bem jóvem. Eram vizinhos no Rio de Janeiro e Celita doou a tela ao nosso museu. Está belíssima após a restauração. Celita, filha de italianos, escultora, é representda por trabalhos muito significantes no nosso acervo.
Estes valiosos tesouros poucos têm o conhecimento deles.

Grande abraço,

Edilma

Claude Bloc disse...

Armando,

Sua presença sempre ilustra nosso espaço e o engrandece.

Temos que ser gratas por você nos prover de tanta coisa de qualidade.

Abraço

Claude

Armando Rafael disse...

Obrigado a Edilma e Claude pela gentileza de incentivo a este aprendiz de escrivinhador.
Armando

Edilma disse...

Armando,

A modestia é uma qualidade dos capazes.

Abraço!

Gisele Claudya disse...

Olá,
Gostaria de saber como entrar em contato com o Fernando Mascarenhas. Gostaria de lhe desejar FELIZ ANIVERSÁRIO...dia 3 de Fevereiro.
Quem o conhecer, por favor, peça a ele que se comunique comigo. Somos amigos de longa data.
Obrigada.