De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos corruptos, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Rui Barbosa, ao exprimir naquela época sua indignação contra os maus políticos e a politicalha, atuou como um verdadeiro profeta do panorama atual. A honestidade não existe mais.
O amor a coisa pública desapareceu. O político pensa exclusivamente em seus interesses e nos dos seus patrocinadores. Os meios de comunicação não são confiáveis,porque dependem dos milhões que são movimentados com a corrupção e desvio do dinheiro público. O Judiciário não cumpre mais seu papel. O Executivo é meramente um grande cabide de emprego dos incompententes e ladrões.
O Legislativo é um mercado de compra e venda, semelhante aos leilões da pior espécie. E o Povo, acuado, com medo, não tem a coragem suficiente para promover as mudanças necessárias. Parafraseando o mestre, as nulidades realmente tem obtido grande triunfo; a injustiça e a impunidade são as molas da corrupção; e ser desonesto passou a ser a regra, enquanto o honesto é chamado de tolo, sendo uma exceção. Enquanto cidadãos brasileiros,temos que acreditar que compensa lutar pela dignidade, que toda esta bandalheira que se transformou nosso país, vai ter um fim, simplesmente porque, esta camada de nojentos, é uma insignificamente minoria na grandeza desta nação, além disso a esmagadora maioria dos brasileiros, são trabalhadores, honestos e estão fartos destes "porcos" travestidos de políticos, que apenas fazem das nossas instituições públicas, um "imenso chiqueiro", tudo isso vai acabar.
Em reflexão, tento imaginar, como estes corruptos que são denunciados todos os dias, e os demais que se escondem na sombra, quando forem descobertos, porque fatalmente o serão, quer seja na vida ou após a morte, poderão encarar seus filhos, netos, vizinhos, porque todos saberão que ele é um corrupto, ladrão do dinheiro público, ceifador de vidas e de esperanças, ou seja, um verdadeiro demônio encarnado. Será que tanto dinheiro ganho de forma desonesta, ao final da vida, quando a saúde se for, e a doença tomar conta, o poder e a fama não mais lhe acompanhar, poderão lhe trazer alento? Terá este "verme", coragem do simples ato de sair na rua em locais onde foi conhecido? Poderá olhar seus descendentes e lhes dar algum tipo de conselho? Foi exemplo de algum virtude?
Existe uma Lei no Universo que é fatal e nunca falha, "voce sempre vai colher o que plantar"!!! Assim, que se alegrem os brasileiros que sofrem em razão dos atos praticados por estes "pseudo-políticos", "crápulas", "ladrões dos cofres públicos", porque podem ter certeza que tudo o que fazemos em nossas vidas, ecoa na eternidade, portanto, a passagem dos mesmos será marcada pelo manto da injustiça, indignidade e da vergonha, e tal carma, não apenas lhes atingirá, mas também a todas as suas futuras gerações. Será o legado maldito que deixarão para seus filhos, que longe de ser coroado com a "honra", sempre trará a mácula da mais profunda desgraça para suas gerações futuras!!!
DR. CLÁUDIO GUIMARÃES
Advogado
Doutor em Direito Público
Professor Universitário
Ministra Cursos na Escola Superior da Advocacia da OAB/PR.
4 comentários:
Artigo interessante.
Apenas uma complementação. Começa cm uma frase do grande Rui Barbosa que nunca é citada na íntegra. Eis o período completo, conforme discurso pronunciado por Rui, no Senado da República, na sessão de 17 de dezembro de 1914.
“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. Essa foi a obra da República nos últimos anos.
No outro regímen (a Monarquia), o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos se temiam e que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.
Na República os tarados são os tarudos. Na República todos os grupos se
alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições.
Contentamo-nos hoje com as fórmulas e aparência, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando. Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente.”
Isso foi dito em 1914, há quase cem anos...
Agora, imagine se Rui Barbosa tivesse vivo na República atual, a da "herança maldita"...
Errata:
Ao invés de "tivesse vivo ", leia-se:
TIVESSE VIVIDO
Muito bem, Armando!
O seu complemento é muito bem-vindo, porque eu nem conhecia esse discurso completo. Aliás, poucos conhecem, né ?
Recebi também outro texto que é incliusive mais interessante e que depois passo a publicar, quando questiona a própria "Revoolução de 64". Interessantíssimo e verdadeiro.
Um forte abraço,
Dihelson Mendonça
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