1 – Recife e Olinda
I -- No último fim de semana troquei a visão da chapada do Araripe pelos cenários dos rios, pontes, mar e altos coqueiros de Recife. E fui presenteado com boas surpresas! Na área histórico-cultural, igrejas antigas – de Olinda e Recife - estão sendo restauradas sob orientação do Iphan. Cheguei a ver duas delas: a Igreja do Divino Espírito Santo, na Praça 1817, em Recife e a Igreja do Carmo, em Olinda. Aliás, nessa última cidade, na parte histórica, retiraram os postes e a fiação elétrica de algumas ruas. Beleza pura!
II – Em Recife, foi concluída a segunda etapa do Circuito dos Poetas. O que é isso? São doze esculturas, em concreto e fibra de vidro com tamanho natural, ambientadas em lugares estratégicos no centro daquela cidade. Quem foi homenageado? Manoel Bandeira, Ascenso Ferreira, Luiz Gonzaga (foto à esduerda), Joaquim Cardoso, João Cabral de Melo Neto (foto à direita), Clarice Lispector, Antônio Maria, Capiba, Mauro Mota, Chico Science, Solano Trindade e Carlos Pena Filho.
III -- Conheci o novo Shopping Center Paço Alfândega, no Recife velho, -- foto ao lado -- que preservou a arquitetura de uma edificação de 1732, erguida originalmente para abrigar o convento dos Oratorianos de São Francisco Felipe Néri e depois, em 1820, sediou a alfândega do porto mais movimentado das Américas. Ao lado do shopping, a Livraria Cultura, a maior do Nordeste, com vários andares de livros de todas as partes do mundo. No Shopping Paço da Alfandega, está exposto um enorme presépio com bonecos gigantes, similares aos do carnaval de Olinda. No presépio estão dois cearenses: Padre Cícero e Dom Hélder Câmara. Além de João Paulo II, Frei Damião, Irmã Dulce e Madre Teresa de Calcutá...
2 – Várzea-Alegre
I – Uma coisa chama a atenção de quem passa por Várzea-Alegre. Trata-se de um monumento (foto ao lado) em homenagem ao Padre Antônio Vieira, culto e destacado sacerdote que denominou o jumento como "nosso irmão". No monumento, Padre Vieira está ao lado de um jumento. A obra foi feita pelo escultor Dalécio Mauriz Feitosa, da cidade de Mossoró.
II – O padre Antônio Batista Vieira tinha profunda ligação com Crato. Estudou no Seminário São José e ali foi ordenado sacerdote em 1942. Lá foi professor até o ano de 1953. Foi redator-chefe do jornal “A Ação” em Crato. Escreveu nos jornais “O Povo” e “O Nordeste” (Fortaleza). Em 1964, Padre Vieira cursou Administração de Empresas na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Dois anos mais tarde, candidatou-se a deputado federal, sem nenhuma experiência política. Apesar de ter sido eleito, exerceu apenas a metade do mandato, sendo cassado pelo governo ditatorial que tinha poderes para revogar direitos políticos e cassar mandatos de quem era visto como adversário do regime. Coisas desta república.
III – Mas Várzea-Alegre também construiu outro monumento. Destinado a preservar a memória de outro filho da terra: José Clementino. Este foi poeta e compositor. Luiz Gonzaga gravou várias músicas dele.
3 – Em Crato...o sumiço do busto!
No último dia 1º, fiz uma nota informando que o busto de bronze do comerciante Siqueira Campos (existente na praça do mesmo nome) fora retirado. Isto aconteceu durante a recente reforma daquele logradouro. Consta que para aquela praça o busto não voltará. Cheguei a sugerir que o pequeno monumento fosse relocalizado no calçadão, existente em frente. Depois fiquei sabendo que o busto estava num depósito, no Parque de Exposição de Crato. Falta, portanto, só providenciar um pedestal de granito para relocalizá-lo noutra parte. Cidade pobre em monumentos públicos, Crato não pode se dar ao luxo de deixar um busto de bronze desaparecer.
Repercussão sobre a denúncia e a sugestão?
O silêncio – até agora – foi a resposta.
Repercussão sobre a denúncia e a sugestão?
O silêncio – até agora – foi a resposta.
Viva Recife e Várzea Alegre...
Um comentário:
Armando,
Ótimas notícias sobre preservação e homenagens em Recife e Várzea Alegre.
Eu sempre me pergunto, para onde foram tantos monumentos das nossas praças. Acho que seria muito bom questionar mesmo...
FELIZ NATAL!
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