A priori é bom lembrar que o território do Pará é maior do que toda a Colômbia. E continuando, afirmo que esse plebiscito realizado no último domingo – sobre a divisão do Pará com o surgimento de mais dois estados – foi a quinta consulta popular realizada no Brasil em seu passado recente.
Os plebiscitos são previstos na Constituição Federal. A exemplo do plebiscito de 1993 (sobre forma e sistema de governo) o que feito no último domingo, para a redivisão do Pará foi uma farsa. A lógica diz que a consulta deveria ter sido feita somente com a população residente em Tapajós e Carajás, que pleiteava sua emancipação do Pará. Em Santarém, que seria capital de Tapajós, 98,63% votaram pela divisão. Em Marabá, que seria a capital de Carajás, 93,68% foram a favor da criação do novo estado.
Mas o Superior Tribunal Eleitoral modificou as regras e incluiu – na consulta – os eleitores do restante do Pará, que não queriam a divisão. Somente na Região Metropolitana de Belém 94,87% foram contra a divisão do Estado. Ou seja, o plebiscito sobre a divisão do Pará foi uma consulta “caolha”'. A persistir essas manobras nunca mais haverá desmembramento para constituição de novas unidades da federação.
Conclusão óbvia: os votos obtidos pelo “sim” em Tapajós e Carajás revelam a insatisfação grandiosa dos habitantes daquelas duas regiões do Pará contra a desigual subordinação estadual. Resta um consolo: os verdadeiros derrotados são os vitoriosos de hoje que não tiveram sensibilidade de enxergar o futuro; de vislumbrar o progresso que adviria com a criação de mais duas unidades federativas. Um exemplo do que afirmo é o atual Tocantins. Até 1989 o atual estado era um grotão da miséria e do atraso em Goiás. Hoje é um estado pujante com promissor futuro...
2) Um quarto do mandato de Dilma já se foi
Estamos chegando ao fim do primeiro ano de mandato da primeira mulher a comandar a república brasileira. Uma pergunta não quer calar: o que dona Dilma realizou de relevante nesses 25% do seu mandato? Mesmo possuindo uma ampla maioria em sua base de apoio no Congresso, dona Dilma sequer conseguiu desempacar o seu tão primoroso filho, o PAC.
Analisemos apenas uma das várias obras iniciadas pelo ex-presidente Lula e incluídas no vagaroso PAC: a transposição do Rio São Francisco. Ela chega ao final de 2011 paralisadas em 6 dos 14 lotes em andamento. Quase a metade dos lotes está abandonada pelas construtoras. Estruturas de concreto e vergalhões correm o risco de ficar perdidos. Mas o Ministério da Integração Nacional anuncia que vai promover novas licitações em 2012.
Essa anunciada transposição foi responsável por boa parte da votação que a presidente Dilma obteve no Nordeste. Como propaganda eleitoral atingiu plenamente o objetivo. Virou, portanto, mais outro estelionato eleitoral. Bom não esquecer que o ex-presidente Lula anunciou o término da transposição para o final do seu governo. Pois sim!
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