Padre Cícero é o maior benfeito de Juazeiro e a figura mais importante da sua história. Foi ele quem doou os terrenos para construção do primeiro campo de futebol e do aeroporto; incentivou a fundação do primeiro jornal local (O Rebate); fundou a Associação dos Empregados do Comércio; realizou a primeira exposição da arte juazeirense no Rio de Janeiro; incentivou e dinamizou o artesanato artístico e utilitário como fonte de renda e incentivou a instalação do ramo de ourivesaria.
Praticou a medicina popular, como forma alternativa de cura, prescrevendo remédios caseiros à base de ervas medicinais, com excelente resultado. Mas sua grande contribuição à educação foi ter deixado para a Ordem Salesiana a maior parte dos seus bens, para que ela fundasse aqui uma escola profissional, o que terminou se concretizando, e também a substancial ajuda que deu para a fundação da Escola Normal Rural de Juazeiro, a pioneira do ensino ruralista no Brasil, e o Orfanato Jesus, Maria e José.
Foi ele quem introduziu na região a criação do boi zebu; incentivou o cultivo da mandioca na Chapada do Araripe, fazendo convergir para aquele aprazível local muitos romeiros que o procuravam em busca de orientação e trabalho; estimulou igualmente o plantio da cana-de-açúcar, chegando inclusive a financiar alguns projetos agrícolas bem sucedidos. Ninguém melhor do que ele soube aproveitar a vocação agrícola do Cariri.
Em momento algum ele deixou a população juazeirense desamparada e sempre procurou o bem estar do seu povo. Quando irrompeu a epidemia de varíola em 1899, ele, apesar de estar recolhido ao Crato, por determinação superior, conseguiu autorização e foi socorrer a sua gente. Arranjou vacina, e com a ajuda do Sr. Francisco Belmiro e do farmacêutico Ernesto Rabelo conseguiu debelar o terrível mal, evitando maiores consequências para a população. Nas secas de 1915 e 1919 foi dos seus mandiocais que veio o alimento salvador para mitigar a fome dos pobres.
É por essas razões que muitos historiadores concordam em atestar que ele realizou uma obra notável, quase incrível, concorrendo não apenas para a criação da maior cidade do interior cearense, como também para um maior desenvolvimento do Cariri.
(*) Daniel Walker e Renato Casimiro in “A Família Bezerra de Menezes– Fundação e Desenvolvimento de Juazeiro do Norte”, página 35
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