Devaneios
O pensamento estava firme e recordações lhe traziam vivas memórias.
Sua mente era a própria existência, seu corpo inerte apenas acompanhava o pulsar compassado do coração, enquanto a respiração lenta, quase nada, mantinha o sopro da vida.
Neste
raro momento, absorvido pela relativização do espaço/ tempo, ele não estava
ali.
Imagens
eram sentidas e sensações de calor ou frio não estavam presentes naquele mágico
instante.
Lá,
estava ele: Adulto, porém Criança.
Sua
infância, em projeção mental, estava sendo repassada como em uma fita de um
longa metragem com movimentos e cores.
Ela o
observava e, intrigada, se perguntava: Onde estará ele? Aqui em realidade ou em
sonhos e devaneios? Seria possível deixar de existir, ainda existindo? Seria
apenas um processo mental ? Ou seria aquele o momento do espírito? O tornar-se
presente e mostra-se, sem ser percebido ?
Assim, possuída pelo pensamento, em sonhos ou devaneios, se projetava como personagem de investigação e se tornava a essência das idéias. Em seu mundo, abstraída da realidade material, não percebia o brilho nos olhos dele que nesse instante falava:
Quero nesse momento
voar em teu sonho
E no balanço do teu
coração feliz ancorar
Em sensações que me
levem risonho
Ao sublime êxtase de
te encontrar.
Celso J.de B. Siébra
Nenhum comentário:
Postar um comentário