
Eu creio que nesse aspecto de propaganda, nossas empresas de publicidade não ficam nada a dever aos americanos, reis absolutos na arte de enganação. Sim, por que a propaganda existe para criar necessidades e desejos nas pessoas. Claro que necessidades nem sempre fundamentais para nossa sobrevivência.
A força da propaganda é tão grande, que a marca de muitos produtos passaram a ser sinônimos dos bens de consumo que eles representam. A aspirina significa comprimido do ácido acetilsalicílico, a gillette é qualquer lâmina de barbear, ou a Brahma como símbolo de cerveja. A propósito, numa comemoração pela conquista de um campeonato paulista, Vicente Matheus, o folclórico presidente do Corinthians, assim finalizou o seu emocionado discurso: "Gostaria de agradecer a antártica por haver nos enviado umas brahmas para nossa festa."
O apelo que a propagada faz é algo impressionante. Vigora até no reino dos animais ditos irracionais. Dizem que o ovo da pata é tão nutritivo quanto o ovo da galinha. Entretanto ninguém consome ovo de pata, pois ela põe e fica caladinha, não tomamos conhecimento disso, enquanto a galinha ao por o ovo, anuncia para todo o mundo. É por isso que se fala que "a propaganda é a alma do negócio".
Certa vez, eu participei de um treinamento em marketing, quando um especialista em propaganda nos pediu para que relacionássemos dez marcas de pasta de dente. Ninguém conseguiu marcar mais de cinco. Todas elas as mais badaladas pela propaganda. Então ele nos revelou existir mais de trinta marcas do produto, todas elas desconhecidas do público, por não fazerem propaganda.
Lembrei-me que nos anos sessenta, éramos invadidos por maciça propaganda de sabão em pó. Alguns já desaparecidos. Havia o "viva", "lux", "pox", "rinso", "minerva", "omo" e tantos outros. Com tanta propaganda de sabão zoando em nossos ouvidos, o cratense, cheio de criatividade cunhou uma declaração de amor digna de um Romeu apaixonado pela sua Julieta. : "Viva, eu te omo, teu rinso minerva, apague essa lux e vamos dançar um pox."
Por Carlos Eduardo Esmeraldo
2 comentários:
Essa aí foi genial, né Carlos Eduardo?
Abraço a você e Magali
Claude
Valeu Claude. E eu que pensava que era pura bobagem só para matar o tempo!
Postar um comentário