Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 21 de março de 2012

Há 200 anos nascia George Gardner -- por Armando Lopes Rafael

O próximo dia 2 de maio assinalará os 200 anos de nascimento de George Gardner, Naturalista, Botânico Memorialista, Intelectual, Pesquisador, Escritor, Ensaísta e Cientista inglês, nascido em Glasgow, Escócia, no dia 02 de maio de 1812. Naquela cidade, ele iniciou seus primeiros estudos. Graduou-se em Medicina e Botânica. Muito jovem, aos 24 anos, iniciou uma visita de estudos ao então Império do Brasil.

Fruto dessa viagem – feita com o objetivo de estudar, observar e pesquisar o Império dos Trópicos – foi a publicação, em 1846, três anos antes da sua morte, de um livro somente um século depois traduzido para o Português por Albertino Pinheiro, com o título Viagem ao Interior do Brasil. (São Paulo: Cia. Ed. Nacional, 1942. 468 p.)

Uma vida breve e rica! Assim poderia ser sintetizada a existência de George Gardner!

Chegada ao Cariri

Ao final da tarde do dia 9 de setembro de 1838, após ter cavalgado sobre terra plana e arenosa, de ter contemplado grandes plantações de cana, onde sentiu o cheiro do mel vindo dos engenhos de rapadura, a invadir a atmosfera com seu aroma adocicado, George Gardner avistou Crato. Extasiado com a beleza da localidade, ele escreveu as linhas abaixo:
 “Impossível descrever o deleite que senti, ao entrar neste distrito, comparativamente rico e risonho, depois de marchar mais de trezentas milhas através de uma região que, naquela estação, era pouco melhor que um deserto.

A tarde era das mais belas que me lembra ter visto, com o sol a sumir-se em grande esplendor por trás da Serra do Araripe, longa cadeia de montanhas, a cerca de uma légua para Oeste da Vila, e o frescor da região parece tirar aos seus raios o ardor que pouco antes do poente é tão opressivo ao viajante, nas terras baixas.

A beleza da noite, a doçura revigorante da atmosfera, a riqueza da paisagem, tão diferente de quanto, havia pouco, houvera visto, tudo tendia a gerar uma exultação de espírito, que só experimenta o amante da natureza e que, em vão eu desejava fosse duradoura, porque me sentia não só em harmonia comigo mesmo, mas “em paz com tudo em torno”.

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