O
dia 07 de setembro é uma das datas significativas da construção do
patriotismo e do sentimento de orgulho para o Brasil e para os
brasileiros. Porém, o comportamento de grande parte dos brasileiros
atuais tem sido de algum descaso para com a efeméride. Trata-se de um
processo de esquecimento e vergonha de sermos o que somos, destruindo o
sentimento de patriotismo.
O
07 de setembro é a data em que se comemora o dia da Independência do
Brasil, que outrora era colônia de Portugal. A historiografia atual nos
fornece elementos para melhor descortinar as condições e os fatores que
levaram ao processo de emancipação do Brasil. Contudo, o Grito de
Independência dado às margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, por
D. Pedro, em 1822, se tornou um ato simbólico dentro deste processo.
Nossa Independência Nacional, por mais sinuosa tenha sido, tornou-nos
livre para criar e erguer um novo país, uma nova pátria, um novo Estado,
nas Américas.
Embora
seja considerado como um ato simbólico, tal atitude indicou a ruptura
que se processava desde a saída da família real portuguesa do Brasil, em
1821, após a eclosão da Revolução do Porto de 1820. O gesto do então
Príncipe Regente D. Pedro, no qual declarou a independência do Brasil,
pode ser visto como a força do modus operandi de uma época; as
estruturas mentais da sociedade se baseavam, fortemente, nas forças das
palavras e ações dos homens, em virtude das reminiscências do
cavalheirismo medieval e dos diversos militarismos ancestrais. Os homens
buscavam cumprir com suas palavras e manter as ações de acordo com suas
convicções, nas quais a ética e a moral vigentes representavam o norte.
Os
príncipes e os nobres eram movidos por valores ainda bastante eivados
dos ideais de virtude, honra e glória, sendo inconteste que a
personalidade de D. Pedro de Bragança (1798-1834) trazia essas marcas e
que sua adesão ao processo emancipatório forjado por José Bonifácio de
Andrada e Silva (1763-1838) se deveu em grande parte a esse pesanteur
des origines, parafraseando o grande Marc Bloch.
De maneira que somos herdeiros dessa grande tradição de heróis nacionais e que negar isso é, por óbvio, deixar de ser Cidadãos…
Infelizmente,
um dos males do Brasil republicano foi legitimar a República através do
olvidamento, do desprezo e da reescrita da história de nossa Monarquia.
Na didática do ensino de História, faz-se importante ressaltar a ação
de pessoas que se destacaram no processo da Independência, assim como é
interessante explicar os símbolos da nacionalidade. A problematização
deve ser uma constante, mas a iconoclastia deve ser bem elaborada e
bastante cuidadosa.
A
antiga matéria da grade curricular “Educação Moral e Cívica”, tão
associada à ditadura militar brasileira (1964-1985), tinha aspectos
evidentemente positivos e uma nova versão desse estudo deveria ser
implementada pelo Poder Público.
As
datas históricas têm fundo místico; as mudanças e as permanências que
elas engendram são carregadas de energias e forças. Isto não pode ser
relegado.
O
ser humano precisa de heróis. Eles são arquétipos. Em sua humanidade,
nunca deixaram de agir por interesses, ora excelentes e santos, ora
mesquinhos e diabólicos, mas deixar de valorizar sua heroicidade não
ajuda em nada o processo, que deve ser cotidiano e continuado, de
exercer a cidadania. De construir uma Nação includente e justa para
todos.
Viva o Sete de Setembro!
Viva o Brasil!
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