Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Museu Carlos Costa Pinto - Salvador - Bahia

Histórico

A Fundação Museu Carlos Costa Pinto é uma instituição cultural particular mantida através de convênio com o Governo do Estado da Bahia.

A casa onde está instalado o Museu, projeto dos arquitetos Euvaldo Reis e Diógenes Rebouças, em estilo Colonial Americano, data de 1958. Destinada inicialmente à residência da família, nunca foi habitada. Sofreu adaptações para comportar a sua nova função.

Quarto Principal

Inaugurado em 5 de novembro de 1969, e situado no corredor da Vitória, na cidade de Salvador, o Museu Carlos Costa Pinto tem origem na coleção particular do comerciante e exportador de açúcar Carlos Costa Pinto (1885 - 1946), reunida ao longo de 30 anos. Instalado no casarão em estilo colonial americano pertencente à família, o museu possui um acervo de cerca de 3.000 obras de artes decorativas dos séculos XVII ao XX: mobiliário, ouriversaria, porcelana, cristais, jóias etc. Formada a partir da aquisição de bens de famílias tradicionais da cidade, a coleção conta com objetos que decoravam as residências da Bahia colonial e imperial - os sobrados do Pelourinho e os engenhos do Recôncavo, por exemplo -, assim como os interiores de conventos e igrejas. As peças de origens diversas, relacionadas à cultura e vida social baiana, mostram aspectos do cotidiano e da história da região no correr de quatro séculos.


Galeria Superior

Um dos destaques do Museu é a coleção de pratarias (religiosa, civil e regional), uma das maiores do Brasil, exposta de acordo com a função dos objetos. Da ourivesaria sacra podem ser vistos objetos litúrgicos variados: cálices; cruzes e lanternas processionais; vasos para água e vinho; castiçais, conchas de batismo etc.

Sandália de estribo feminina prata da Bahia século XIX

Da ourivesaria civil (ou profana), melhor representada, fazem parte objetos de uso cotidiano e aqueles utilizados em ocasiões especiais, como nascimentos, casamentos, saraus e batizados. Galheteiros, bandejas, tigelas, cestas, cafeteiras, castiçais, candelabros, serviços de chá, entre muitas outras peças, permitem vislumbrar os interiores domésticos e os hábitos diários. O conjunto, por sua vez, fornece um retrato preciso da opulência das elites baianas e das igrejas nos períodos Colonial e Imperial. Embora as peças de prata da coleção sejam quase todas portuguesas e brasileiras (sobretudo baianas), há alguns exemplares vindos da França, Inglaterra e Alemanha. A maioria das peças pertence à segunda metade do século XVIII - considerado o auge da ourivesaria -, algumas pertencem ao século XVII e poucas ao século XIX.

As jóias constituem outro ponto alto da coleção do Museu. Por meio delas é possível conhecer não apenas os adereços que adornam as imagens sacras, mas também as jóias usadas pelas mulheres das elites e aquelas que compõem o traje das crioulas baianas. A riqueza dos adornos das escravas domésticas e das libertas chama a atenção dos pesquisadores, levando-os a se perguntar sobre as formas de mobilidade e distinção social na sociedade colonial. Os escravos domésticos, apontam os pesquisadores, seguem os senhores no trajar, sobretudo em ocasiões solenes. Além disso, as restrições ao luxo no vestuário são sistematicamente burladas por mucamas e amas-de-leite. As alforriadas, por sua vez, utilizam as jóias não apenas como sinal de distinção, mas como forma de acumular bens, destinados à sobrevivência e à compra da liberdade de parentes. As jóias de crioula, como são conhecidas, compõem o traje domingueiro das baianas como também aqueles usados em cerimônias e procissões. Têm como características principais o volume, o brilho e a variedade: correntões, pulseiras e brincos de formas diversas, em geral de ouro (embora não sejam peças maciças). Nesse conjunto, as pencas de balangandãs ocupam lugar à parte, por sua originalidade. Levadas junto ao corpo, presas a uma corrente, as pencas reúnem objetos de metal com formas variadas, agrupados numa base denominada "nave" ou "galera": moedas, figas, chaves, dentes, romãs, cocos de água etc. Os elementos que compõem as pencas de balangandãs são reunidos em função de seus sentidos mágicos e rituais. São talismãs e amuletos que afastam "mau-olhado", que trazem sorte, que "abrem portas e caminhos", ou que indicam "fartura", "riqueza" etc. A coleção do Museu possui 27 pencas de balangandãs de prata, datadas dos séculos XVIII e XIX.


Ouro, ametista e pérola século XIX

Em 2000, o Museu Carlos Costa Pinto passa por um processo de revitalização de suas instalações, de acordo com nova orientação museológica. A ampliação da área destinada ao público, a implantação de um novo sistema expositivo, além de um melhor sistema de climatização e iluminação têm como objetivo central a valorização das coleções. Além disso, intensificam-se, a partir daí, as atividades destinadas a um público diverso por meio do departamento de educação, e da realização de exposições, palestras, cursos, ciclos de cinema, entre outros eventos. O Museu retoma, com isso, uma política de realização de exposições temporárias, por exemplo: O Sagrado e o Profano na Coleção Beatriz e Mario Pimenta Camargo, 2001, e A Sedução das Jóias - Séculos XVIII e XIX, 2005.

Cristais

Mais de 216 peças de cristal da coleção do Museu Costa Pinto foram feitos na França. São cristais Baccarat ,uma das mais importantes fábricas de cristais do mundo, símbolo de perfeição, datam do século XIX.
Lustre de cristal e lâmpadas de opalina
Esculturas

São 22 pequenas peças em mármore,bronze e terracota feitas na Europa e Brasil no século XIX e XX por artistas tais como Hugo Bertazzon, G. Besji, Pasquale de Chirico, Alfred Gilbert, Gorys, A . Guadez, Haulot, José Otávio Correia Lima, Antônio Teixeira Lopes, M. Moreau, Archile D'Orsi, and E. Villanis.
Colombina,Pierrot e Arlequim - escultura em bronze e marfim- Inglaterra século XIX

Joalheria

Ouro e prata incrustrados com pedras preciosas polidas brilham através desta coleção de 675 peças. Este material representa o estilo de vida da Bahia nos séculos XVIII e XIX até o início do século XX. A maioria pertenceu às famílias dos barões do açúcar da Bahia.


O ponto alto alto desta coleção é a Joalheria Crioula,usada pelas mulheres negras – a única recuperada em nossa história.

Joalheria Crioula - Balangandãs
Pinturas

A Coleção de 139 pinturas representa o perpetuação de momentos : refúgios,interiores e pessoas.
Voltamos ao passado através de artistas tais como : Georgina Albuquerque, Alfredo Araújo, Henrique Bernadelli, Gutman Bicho, Artur Alves Cardoso, Castagneto, Henrique Cavalleiro, Carlos e Rodolfo Chambelland, G. Conceição, Milton da Costa, Raul Deveza, Fausto Gonçalves, Maurice Grun, Horácio Hora, Francisco Manna, Mendonça Filho, Manuel Paraguassú, Antônio Parreiras, Pedro Peres, Manuel H. Pinto, J. Rodrigues, Manuel Lopes Rodrigues, João Francisco Lopes Rodrigues, Virgílio Lopes Rodrigues, Bustamante Sá, Mirabeau Sampaio, Sante Scaldaferri, Oscar Pereira da Silva, Presciliano Silva, João Thimoteo, Alberto Valença, Simão da Veiga, Eliseu Visconti, Rescala, Carlos Bastos, Albano Neves Sousa, Jenner Augusto, Emídio Magalhães, Lígia Milton and Jorge Costa Pinto.


"Velho Gaspar" Óleo sobre tela -1891- Manoel Lopes Rodrigues
Porcelanas

A coleção de porcelanas inclui 652 peças de porcelana chinesa (Powder-Blue, Batavian, Imari, Rose Family, Blue Family, e Macao) , japonesa e européia.


Coleção de Prata

A coleção de prata é a maior do Museu.compreende 923 itens,incluindo sagrado,secular e objetos regionais, utilitários e decorativos ,datados do século XVII ao século XX e feitos no Brasil, Portugal, Inglaterra,França e Alemanha.


Miscelânea

Esta coleção inclui 218 peças agrupadas em séries de coleções menores: peças em bronze,marfim,vidro opalina,porcelana biscuit,madre-pérola entre outras.

Leque madre-pérola século XIX




Caixa de chá em laca e prata





Pena de ouro - Século XIX
Imagens
As 43 estátuas sagradas são feitas em madeira policromada e marfim e datam do século XVII ao século XIX. Essas figuras eram feitas em Portugal, Goa, Bahia e Espanha.


Santa Eulália - madeira policromada século XIX - Europa

O Casal

Carlos de Aguiar Costa Pinto nasceu em 24/12/1885, em Salvador - Bahia. Era filho de Joaquim da Costa Pinto e Sophia Henriqueta de Aguiar Costa Pinto.Iniciou sua carreira profissional na Magalhães e Cia., empresa importadora e exportadora, chegando ao cargo de diretor presidente.Importante colecionador de obras de arte, reuniu ao longo de sua vida significativa coleção, fazendo com que permanecesse na Bahia um dos mais importantes acervos do país.Faleceu em 07/12/1946, com 60 anos, sem ter realizado o sonho que seria a instalação de um Museu.

Margarida Ballalai de Carvalho Costa Pinto nasceu em 02/12/1895. Era filha de João Pereira de Carvalho e Helena Ballalai de Carvalho, tradicional família baiana. Casou-se com Carlos Costa Pinto aos 17 anos. Não tiveram filhos.

Os seus objetos de toucador, leques de tartaruga e madrepérola, porta-buquês de lava e coral, e suas jóias ela dando um exemplo de desprendimento, doou para a coletividade essa fortuna, preservando na Bahia, a memória de três séculos de arte, cultura e literatura.

Ao doar as peças de sua coleção, constituindo uma fundação e instituindo o Museu Carlos Costa Pinto, também conhecido como "Museu da Prata", D. Margarida iria dar à coletividade um exemplo superior de desprendimento, preservando para a Bahia, a memória de três séculos de arte, cultura e literatura.Faleceu em 23/03/1979, com 83 anos.


Endereço: Avenida Sete de Setembro, 2.490 (Vitória) - Salvador /Bahia - Brasil. Tel: (75) 336-6081 Visitação: 2ªs, 4ªs e 6ªs feiras, das 14:30 às 19:00hs; sábados, domingos e feriados, das 15:00 às 18:00 hs.

Pesquisa e Imagens


http://www.museucostapinto.com.br/
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=instituicoes_texto&cd_verbete=4983

Um comentário:

Minha Terra disse...

Belas peças de arte e magnifíco exemplo de D. Margarida,indo a esse belo estado visitarei o museu.