Romance de Cordel / Romance Medieval
Os Romances de Cordel do Nordeste brasileiro vêm diretamente da tradição dos
romances medievais. Da mesma maneira que os cantadores narram amores e
aventuras em versos cantados os trovadores da Idade Média narraram as
aventuras de Tristão e sua paixão por Isolda.
Num determinado momento do filme Pedro, personagem de Wagner que é ator e
diretor, faz uma adaptação de “Tristão e Isolda” para o Sertão que será
exibida na tv. No filme vemos os ensaios e algumas cenas deste programa.
Resolvi aproveitar a produção, gravar mais umas cenas e montar um
programinha de dez minutos com a história corrida desta adaptação um pouco
por diversão, um pouco para usá-lo de alguma maneira mais tarde como extra
do dvd por exemplo. Fiz uns versos da cordel contando partes da história que
não ia filmar para amarrar as cenas e pedi para um cantador da região
gravá-los. Inicialmente não pensava usar estes versos no filme. De volta das
filmagens, passando por Recife, encontrei Ariano Suassuna e comentei sobre
este “curta-metragem” já que seu primeiro romance é uma transposição do
mito de Tristão e Isolda para o Sertão numa época recente. Ele logo me
perguntou: e por que você não usa o cordel no filme? Pensei “por que não”?
Verdade que desde que Glauber usou este recurso em “Antonio das Mortes”
muita gente lançou mão dele mas este filme dentro do filme não deixa de ser
também uma piscadela de olho para o cinema novo. Daí eu usei alguns versos.
A canção completa pode ser ouvida aqui.
Cantador
Ass: Guel
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