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O orvalho na tez destes pêssegos
A rutilante gordura dos faisões
Tudo serve para celebrar
E denunciar o estágio faminto
Que arqueja nossa moral
Neste teatro de personagens burlescos.
Uma ode aos pântanos
E as câmaras abissais dos espíritos
Que varam os anos atravessando os séculos
Renascendo eternamente
Na sobrevivência moto-contínua
Dos uivos nas madrugadas dos próprios instintos.
As faces paroladas das uvas secam,
E os figos apodrecem na cal dos dias
Só a idéia pura e cristalina,
A bondade, o perdão permanece
Como edifícios imortais e indiferentes
Cegos para as futilidades
Mudos e surdos para o diálogo com os dias.
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