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"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A Força da Fé! – por Carlos Eduardo Esmeraldo

A história que se segue, é mais uma das tantas que ficaram gravadas na minha memória. Eu a li há cerca de oito anos numa revistinha portuguesa deste novo milênio, porém escrita num estilo e grafia que, para nós brasileiros, eram parecidos com o que se escrevia por aqui cem anos atrás. Entretanto, ela nos revela a firmeza de caráter e a força do homem que tudo confia na providencia divina. E deste modo, encontra alento para superar os acontecimentos negativos que a vida nos reserva.

Há muitos e muitos anos, havia num certo país, um rei despótico que tinha um secretário muito temente a Deus. Para todo e qualquer acontecimento bom ou mal que sucedesse a esse secretário, ele sempre dizia:
– Se Deus permitiu isso, é porque foi para o meu bem!

O Rei já não agüentava esse seu secretário repetir essa cantilena o tempo todo, com tudo que acontecesse não somente a ele, mas aos outros também.

N
um lindo dia de verão, o rei e seus serviçais, incluindo o seu fiel secretário, foram a uma caçada. No meio da mata, surge de repente, um leão feroz que atacou o rei num local onde ele ficara sozinho. Quando os guardas ouviram o barulho, correram para salvar seu soberano, mas o leão já havia decepado um dos dedos da mão do rei.

O soberano ficou muito triste e revoltado com o que lhe sucedera. Blasfemava a todo instante por ter perdido um dedo. Do mais alto do seu orgulho, não aceitava reinar mutilado, como havia ficado. Então o seu bondoso secretário, desejando reanimá-lo, lhe disse:
– Senhor rei, se Deus permitiu isso é porque foi para o vosso bem!

O rei ficou muito indignado com esse seu servo e ordenou aos guardas que o colocassem na masmorra. E lá foi o leal secretário amargar resignado toda a humilhação que uma prisão reserva para qualquer ser humano.

Algum tempo depois, o rei que era viciado em caçadas e aventuras foi com um séquito de guardas a uma expedição numa região inexplorada. Como tinha por hábito afastar-se dos que lhe seguiam, caiu numa armadilha montada por canibais selvagens.

A tribo toda foi reunida para o ritual do sacrifício a que seria submetido aquele forasteiro, que se tornaria alimento, após a cerimônia. De nada valeu ele implorar que o soltassem, pois era um rei muito rico e poderoso. A tribo queria em poucos instantes deliciar-se com aquele manjar que os deuses mandaram de presente. O rei foi colocado num caldeirão de água, sobre quatro grandes pedras a lhe servirem de trempes. O fogo foi aceso e a água já amornada, iniciava a soltar pequenas bolhas. Homens e mulheres daquela tribo dançavam com grande euforia em volta do caldeirão, enquanto aguardavam o momento preciso da carne daquela vítima ficar pronta para o grande banquete. De repente o chefe da tribo ordenou:
– Parem o ritual! Este homem não pode ser sacrificado, pois está incompleto. Falta-lhe um dedo.
E assim o rei foi posto em liberdade, escapando por pouco de ser devorado.

Ao retornar ao seu palácio, o rei mandou trazer à sua presença, aquele secretário que mandara prender. Diante do servo, pediu-lhe mil desculpas. O secretário humildemente respondeu:
– Senhor rei, se Deus permitiu que eu ficasse preso foi para o meu bem!

Ao escutar essas palavras, o rei com muita surpresa, perguntou:
– Como ousas dizer isso? Fui muito injusto com você, um amigo de verdade, e você não ficou revoltado pelo que lhe fiz?
– Se Vossa Majestade não me tivesse mandado para a prisão, eu estaria ao lado do meu Senhor naquela caçada e, os canibais ao notar que eu estava inteiro, iriam me sacrificar, colocando-me no caldeirão de água fervendo para saborearem minha carne.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

2 comentários:

Anônimo disse...

Carlos,

Sua historinha, nos faz refletir sobre a importância de colocarmos Deus na nossa vida. "A fé remove montanhas". Continue a nos mostrar
histórias desse tipo e as bem humoradas.

Beijos da sua

Magali

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Magali
Obrigado por ter se dado ao trabalho de ler e comentar este texto simples e despretencioso.
Beijos