Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Retorno


Hoje quando voltava para casa, depois de mais um dia de trabalho e calor e sonhos, senti que era a hora de mostrar-me agora novamente no Crato do Ceará. Nos últimos dois meses foi pura assimilação de retorno, malas e o que colocar dentro delas.
Um retorno à terra do calor, de sentidos de exatidão e paixão.
Nestas duas semanas que estou aqui muita coisa aconteceu. As melhores são as pessoas que revi e conheci. Sem falar no trabalho. É uma dádiva estar restaurando peças do Museu do Crato junto com Gabriella, peças de mais de duzentos anos. É inimaginável estar fazendo parte da história do Crato, assim de uma hora para outra.
Nossos suores estarão para sempre, nesta cidade, nossos amores e desamores, coisas que carregam os homens de sentimentos, que doam-se de corpo e alma. Doar-se pela história cultural e social de um povo não é fácil. É um árduo caminho que nos leva a muitas incompreensões e glórias. Mas não importa as glórias e nem os que acham que nada sabemos. Sabemos do olhar de cada um, dos sorrisos, dos braços abertos de boas vindas, dos que daqui já saíram e voltaram e saíram e voltaram novamente, trazendo na bagagem apenas esperança de um mundo novo, não de um Crato novo, mas de ideiais justos, sabedoria nas derrotas e engrandecimento das vitórias. Não um engrandecimento de egos, mas de personalidade, de integridade e principalmente humanismo, no saber cair e levantar-se quantas vezes for preciso. E quantas vezes for preciso gritar e calar-se. Ir e voltar. E amar, sempre amar.
Por tudo que lutamos é porque amamos, por tudo que criticamos é por amor e por tudo que calamos é porque amamos. E vivemos intensamente porque amamos.

Então volto ao Crato com todo amor que me é possível ter, para doar-me de corpo e alma aquilo que amo: os outros. Pois bastam-nos uns aos outros para um mundo de paz, sabedoria e crescimento.

Mais uma vez agradeço a Socorro por seus braços abertos de boas vindas, e o prazer de conhecer Claude com sua alegre espontaneidade, esse seu riso contagiante, obrigado.


6 comentários:

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Excelente crônica que nos deixa orgulhoso da nossa terra. Parabéns ao autor.

Maria Amélia Castro disse...

Rodrigo,
Bom dia!

Seu texto me chamou muito atenção, pela descrição da volta como do seu trabalho de restauro.O que seria de nós hoje se não fosse o passado?A história! sem ela não vivemos.Sou sua colega de profissão, sou Conservadora e restauradora de papel.E sei o quanto e gratificante tudo isso para um profissional.Parabéns e faça um bom trabalho ai na terrinha.Resido em São Paulo
abraços
Maria Amélia

socorro moreira disse...

Mil vezes , seja benvindo, Rodrigo !

Maria Amélia Castro disse...

ROGERIO!ROGERIO, ROGERIO
Desculpe a falha tecnica.
Maria amelia

rogerio silva disse...

Querida Maria Amélia, restauro há algum tempo com Gabriella, fomos casados por quase 10 anos,mas o interessante mesmo é que trabalho com papel também há muito tempo. Crio embalagens vazadas, construo objetos e adereços de cena, uso bandagem, papel machê e materiais recicláveis. Sempre tive vontade da restauração de papel. Grande coincidência, agradeço muito seu contato e os demais comentários, e uma resalva meu nome é ROGÉRIO SILVA. Abraços.

rogerio silva disse...

RSSSSSSSSSSS, acho que postamos ao mesmo tempo. sem, problemas...Um grande abraço e se puder me mandar algum link sobre restauração de papel, vou amar!!!