Somos todos “a próxima vítima”, em cada um de nós desvanece o sentimento de esperança e fica o da impotência: bruta por dentro... Pergunto-me incansavelmente, quem produz esses assassinos impiedosos... o mundo está louco... estamos loucos porque não sabemos para onde vamos, não sabemos que não vamos para lugar nenhum!
O nosso lugar é aqui e agora. E num além de expectativas esperamos procurando o desvendar de mistérios, mas os mistérios são indecifráveis e não nos contentamos com isso, procuramos a cura da mortalidade inevitável como se morrer fosse uma doença, uma mal do ser humano. -O único erro de Deus?-. Como se Deus tivesse nos criados com um precoce sentido de infinitude, especulamos, em todos os lugares, procuramos algozes pela salvação de nossos corpos, nossos sentidos, nossas almas, nas igrejas, nos bares, e em todos os cantos da sala, das plantas, olhando para um mundo inexistente, criando um mundo que mata - não é tudo aquilo que não queremos? - fazendo exatamente o oposto do que somos e agora neste exato momento incansavelmente repedimos um futuro que não existe, destruindo-nos, com fantasmas e como fantasmas perambulamos por um mundo que simplesmente não tem como perdurar.
Somos nós mesmos os semeadores deste além perpétuo ludíbrio em amálgamas de sentimentos, conciliando a tortura incerta com os atos desesperados e irrevogáveis de perdão.
Apenas não transbordamos o cálice com o presente... este que aqui é agora a única existência concreta, onde podemos solidificá-lo com os afetos, os carinhos e o amor pelo próximo.
*Este texto surgiu a partir de uma citação de Zé do Vale comentando sobre os assassinatos do Cartunista Glauco e seu filho... e agora enfrentamos novamente outra atrocidade, o julgamento pela morte de Isabela....
* Obra de Hieronimous Bosch
Rogério Silva
Um comentário:
Um texto que valoriza a vida , no presente.Não somos donos do tempo, nem do destino, mas podemos viver intensamente , enquanto existimos.
Ficar pronta é acatar as alegrias e as dificuldades, como prêmio e aprendizagem, em simultâneo. Os altos e baixos são previsíveis ... O fim da nossa história é natural. Acordar pra felicidade , e aproveitar o céu estrelado , enquanto seu lobo não vem ...
Alimentar bons pensamentos pra que no mais, tudo acabe bem !
Parabéns, Rogério!
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