VIAGEM AO INFINITO
Galguei o espaço infinito
Pelo alto pensamento
Rompendo a força do vento
Do ar o denso granito.
Pisei todos os planetas,
Signos, cometas também.
Vi tudo que gira além
Mas não vi quatro trombetas.
Não encontrei o Altíssimo
Nem o trono da verdade
E de lá voltei certíssimo
Descrendo da eternidade.
Mas de volta encontro o ar
Em profunda escuridão
Com o estridor do trovão
O corisco a fuzilar.
Acho, Deus, encontrei jeito
De crer na sua existência
Imploro sua clemência
Com a mão cruzada ao peito.
Deus! Oh, Deus! Senhor perdão!
Perdão se esta poesia
Ofendeu-Te a primazia
Sob o peso de tua mão.
Pois, Senhor, ao infinito,
Galguei pelo pensamento
Reconheci teu portento
E o quanto sou pequenito.
Teu poder sublime e forte
Os meus olhos lá bem viram
Se os meus versos te feriram
Perdão Deus! Manda-me a morte.
Criadores & Criaturas
"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata."
(Carlos Drummond de Andrade)
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2 comentários:
Stela,
a poesia nos acompanha !
Agora conheço o teu avô... Ele voltou na poesia.
Stela, já ouvi algumas canções do Zé Augusto, através das meninas de Maria de Cazuza.
É importante dizer que José Augusto Siebra, hoje, é nome de rua em Ponta da Serra.
Com muito prazer irei reproduzir sua postagem no Blog da Ponta, como também , no nosso jornal
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