Todos os porteiros, faxineiros e vigias noturnos - as pessoas mais permanentes do trecho da Constante Ramos, perto do Morro dos Cabritos, em Copacabana, - os conhecia. Ele e sua cadela Amanda. Seu Tito e Amanda.
Nós, os transeuntes costumeiros, também conheciam os dois. Amanda era Dálmata, elegante, tinha um porte destacado entre todos, mas um olhar com que os sofredores tomam conhecimento do mundo imediatamente à sua volta. Ela era epiléptica e por isso mesmo os cuidados especiais de Seu Tito.
Ele descia para passear com ela, com frequência se deixava ficar no trecho do final da rua, sem saída, apenas com carros estacionados. Entre uma e outra brecha, passava com Amanda pela coleira, com toda a paciência do universo. Tão atento a ela quanto a nós que, todos os dias, os via a seu passeio.
A conjunção mais feliz que existia em Copacabana, o riso doce de seu Tito e a alegria ponderada de Amanda. Um riso feito, especialmente, para o rosto com que grandes sambas canções foram encantados em sua voz. Amanda puxando-o para o traçado da vida, com seus imponderáveis e os chistes da rotina diária.
Seu Tito se aproximava tão logo chegávamos à rua. Vinha com seu riso quase pedindo desculpa por puxar um assunto. Via meus filhos cresceram naquele pedaço. Passava com Amanda para outra conversa e seguia. Seu Tito poderia falar horas de Amanda. Seu fluir na vida como se fosse uma aventura intensa e plena de acontecimentos.
Ali seu Tito, diferentemente do palco, era um astro no fulgor de todos os matizes da orquestra. Ora no fosso em que a orquestra fica e noutra em um assento qualquer da platéia. Seu Tito, como nós, tanto faz que chova lá fora, que a noite esteja tão fria e a saudade enjoada que não vai embora, não nos esqueça dele e Amanda.
Hoje seu Tito mudou para a Rua 5 de Julho, um quarteirão apenas, mas nunca mais o vimos. Nós, os restantes, aqueles permanentes na rua, têm notícias dele. Amanda morreu. Mas seu Tito Madi, ainda vive no seu novo endereço, e legou alguns versos ecoando em nossas lembranças: Rio Grande do Sul. Vou me embora sem amor. Vou me embora do Rio Grande. Vou tão só com minha dor.
Nós, os transeuntes costumeiros, também conheciam os dois. Amanda era Dálmata, elegante, tinha um porte destacado entre todos, mas um olhar com que os sofredores tomam conhecimento do mundo imediatamente à sua volta. Ela era epiléptica e por isso mesmo os cuidados especiais de Seu Tito.
Ele descia para passear com ela, com frequência se deixava ficar no trecho do final da rua, sem saída, apenas com carros estacionados. Entre uma e outra brecha, passava com Amanda pela coleira, com toda a paciência do universo. Tão atento a ela quanto a nós que, todos os dias, os via a seu passeio.
A conjunção mais feliz que existia em Copacabana, o riso doce de seu Tito e a alegria ponderada de Amanda. Um riso feito, especialmente, para o rosto com que grandes sambas canções foram encantados em sua voz. Amanda puxando-o para o traçado da vida, com seus imponderáveis e os chistes da rotina diária.
Seu Tito se aproximava tão logo chegávamos à rua. Vinha com seu riso quase pedindo desculpa por puxar um assunto. Via meus filhos cresceram naquele pedaço. Passava com Amanda para outra conversa e seguia. Seu Tito poderia falar horas de Amanda. Seu fluir na vida como se fosse uma aventura intensa e plena de acontecimentos.
Ali seu Tito, diferentemente do palco, era um astro no fulgor de todos os matizes da orquestra. Ora no fosso em que a orquestra fica e noutra em um assento qualquer da platéia. Seu Tito, como nós, tanto faz que chova lá fora, que a noite esteja tão fria e a saudade enjoada que não vai embora, não nos esqueça dele e Amanda.
Hoje seu Tito mudou para a Rua 5 de Julho, um quarteirão apenas, mas nunca mais o vimos. Nós, os restantes, aqueles permanentes na rua, têm notícias dele. Amanda morreu. Mas seu Tito Madi, ainda vive no seu novo endereço, e legou alguns versos ecoando em nossas lembranças: Rio Grande do Sul. Vou me embora sem amor. Vou me embora do Rio Grande. Vou tão só com minha dor.
Um comentário:
Eu sempre fui fã de TITO MADI. Comprei todos os seus vinis, e aprendi a cantar o seu repertório.
"Gauchinha bem querer " é uma das que mais gosto.
Vou escutá-lo agora .
Abraço.
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