Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sem palavrões! – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Na última visita que eu e Magali fizemos ao Crato, sentimos falta da Movelaria Irmãos Rola na Rua Ratisbona, bem próximo da Estação do Trem. Depois soubemos que o seu proprietário havia falecido. Os móveis ali fabricados eram de excelente qualidade.

A propósito dessa ótima movelaria que o Crato perdeu, juntamente com seu honesto proprietário, lembrei-me de uma pequena história que ouvi sobre os móveis fabricados por essa tradicional oficina da nossa terra.

Robertinho ia cursar o terceiro científico, atual “ensino médio” e, teve de ir estudar em Recife para tentar o vestibular no curso de engenharia. Rapaz de inteligência privilegiada, possuidor de extraordinária presença de espírito, bem valia o esforço que seus pais empreenderiam para que ele seguisse adiante nos estudos. Robertinho se reuniu com mais dois colegas de turma e juntos alugaram um apartamento confortável na Boa Vista, local onde o cratense que visita a capital pernambucana pode encontrar na certa, com vários universitários do Crato que por lá estudam.

Decorridos cerca de três meses de moradia em comum, a camaradagem dos três colegas cratenses aumentava cada vez mais de intensidade. E Robertinho era o mais brincalhão dos três, recitando a cada observação que fazia um sonoro palavrão. Mas isto até o dia em que dona Lurdinha, mãe de um colega do Robertinho foi visitar o filho, para saber como ele estava instalado, enfim, verificar se tudo ia bem, como ia de estudo, e mais uma porção de coisas que toda mãe se preocupa quando se trata do “bem estar” dos filhos.

A presença daquela senhora entre os três estudantes não inibiu Robertinho de pronunciar seus sonoros palavrões. Até que, dona Lurdinha, sentindo-se incomodada em ouvir tantos nomes feios, muito dos quais ela nem imaginava que existissem falou sério com ele: “Robertinho, você vai me fazer um grande favor! Vai me respeitar e enquanto eu estiver aqui não quero ouvir nenhum nome feio saindo da sua boca imunda!”

Claro que Robertinho se melindrou. Sempre que a dona Lurdinha estava em casa, ele se recolhia ao seu quarto, deixando para fazer suas refeições em outros horários ou quando não, se privando de algumas delas. E isto dona Lurdinha percebeu claramente.

Certo dia, ao atravessar o corredor do apartamento, dona Lurdinha viu a porta do quarto de Robertinho aberta e, ele estudando, apoiado numa bonita escrivaninha. Tentando quebrar o gelo, ela puxou conversa: “Que móveis lindos os seus, Robertinho! Onde você os comprou?” “No Crato!” Respondeu Robertinho. E dona Lurdinha quis saber mais: “No Crato? Em que lugar?” E encerrando a conversa, Robertinho acrescentou: “Naquela Movelaria cujo nome é um grande palavrão! E a senhora me proibiu de falar palavrão!”

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
A história é verídica e os nomes dos personagens fictícios para preservar suas identidades.

5 comentários:

Claude Bloc disse...

Achei hilário...
Gostei deveras.

Abraço ao casal amigo.

Claude

Aloísio disse...

Carlos
Sempre me divirto lendo seus casos engraçados.
Abraços
Aloísio

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Claude

Muito obrogado pelo seu incentivo!
Abraços.

Aloísio

Um baiano, amigo do primo e poeta Marcos e que se tornou leitor assíduo do Cariricaturas e das coisas do Crato. Tive muito praer em conhecê-lo. E adote também o Crato como sua terra.
Abraços
i

Carlos Eduardo Esmeraldo disse...

Claude!
Obrogado é uma nova fórmula de dizer obrigado. Além de ficar obrigado ficamos também onerado!

Claude Bloc disse...

Carlos Eduardo,

Gostei da desculpa esfarrapada, mas é isso mesmo, os dedinhos se atropelam e o resultado são essas "criações" de palavras novas e carregadas de sentido.

(rindo)

Claude