28 de junho de 1919
Com o término da Primeira Guerra Mundial, era assinado o famoso “Tratado de Versalhes”. Todos os nossos livros dizem que o famoso “tratado” selava a paz com os alemães. Alguns autores, muito corretamente, assinalam as terríveis condições impostas pelos aliados à Alemanha que, além de perder as suas colônias (divididas entre os vencedores Aliados), é dividida em duas partes. O país é obrigado a pagar indenizações pelos danos causados pela guerra e fica proibido de formar exército.
Até aí, tudo bem... É o que os nossos livros contam e é verdade. Mas há uma parte do Tratado de Versalhes que poucos conhecem.
Acontece que, além do fim da guerra, a Europa vivia uma situação muito difícil, com o movimento operário crescendo, os sindicatos ganhando muita força e uma novidade no mundo conhecido da época: o surgimento da primeira revolução socialista da história, na Rússia (1917). Isto, é claro, assustou terrivelmente os capitalistas da época que trataram de se defender.
Vale ainda destacar que, um ano antes do tal Tratado (exatamente no dia 28 de junho de 1918), o governo da então União Soviética havia nacionalizado toda a indústria! 06:03 (2 horas atrás) Ernesto
Temendo que o exemplo se espalhasse pela Europa, os governos “aliados” resolveram incluir no Tratado alguns itens “sociais”. Isto mesmo, os países que assinaram o tal Tratado (inclusive o Brasil) comprometiam-se a criar legislações de proteção social e direitos para os trabalhadores. A velha tática de “entregar os anéis para não perder os dedos”.
A necessidade de proteção ao trabalhador com vistas a se alcançar o que chamam de “justiça social” já vinha sendo defendida ao longo da história: desde Robert Owen (na Inglaterra), autor de "New View of Society"(1812); passando pela Primeira Internacional Socialista (1864) em que atuaram Marx e Engels; pela Encíclica Rerum Novarum (1891) do Papa Leão XIII.
Em 1919, com o Tratado de Versalhes, surgia também a Organização Internacional do Trabalho (OIT), hoje um departamento da ONU.
Uma curiosidade: o neoliberalismo faz exatamente o caminho inverso. Prega a retirada dos direitos sociais e o enfraquecimento dos movimentos dos trabalhadores. Basta ver o que está acontecendo na Europa, hoje, quando os governos alegam dificuldades com a tal “crise” e reformulam suas Constituições, reduzindo os direitos históricos dos trabalhadores e dos aposentados.
Ernesto
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