Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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terça-feira, 22 de junho de 2010

De volta
Claude Bloc
Ontem mergulhei de volta nos braços acolhedores da Serra Verde. A casa grande (França Livre) marcada pelo tempo fez de conta que nem viu aquelas rachaduras aqui e ali, nem tentou esconder suas máculas, apenas me sorriu e me acolheu placidamente.
Mostrou-me o açude orgulhosa por poder ainda mirar-se naquele espelho com alguma imponência, mas não se queixou da idade, nem do desleixo do tempo. Percorri-a toda, inteirinha. Cada compartimento. Evocando épocas e eventos. Senti suas paredes, seu chão. Olhei pelas janelas, pelos vãos. Preguei meus olhos nas coisas e nas serras espalhadas pelos arredores, emocionada, intensamente quieta.

Meu corpo seguia o ritmo do pensamento num vai-e-vem incansável, onde o presente se misturava ao passado sem distinguir as distâncias. Busquei com os olhos pequenas marcas deixadas por papai e mamãe. Objetos que lhes pertenceram denunciavam a falta imensa que deixaram.

Assisti ao por-do-sol ali depois de tanto tempo. Vermelho forte tingindo a copa das árvores no topo do Alto do Caboclo. Pintei uma tela na alma. Fotografei o momento e deixei-o adormecer com todas as minhas lembranças, guardadas para sempre.
Claude Bloc

6 comentários:

Anônimo disse...

Claude,

Achei linda as suas recordações!


Abraços

Magali

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Este sem título da Claude, no reencontro da Serra Verde (não importa quanto tempo faz do último) escorre natural, como curso do agora, como pulsar dos momentos. A arapuca está em algo que faz referência a saudades, pois não é isso que ela faz. Ela diz como correr feito água viva sobre o mesmo riacho que inunda a bacia do açude. A Claude demonstra que não é um riacho de verão, seco, ela é água em curso. E tinha muitos motivos para temer tal visita, as perdas do tempo, as mudanças do cenário, o olhar que, ao invés de se dirigir para fora como antigamente, apenas se dirige para dentro, para aquele mundo parado, estoque que não se move. Ao contrário, ela faz a dialética (que é sinônimo de movimento) sobre o espaço da Serra Verde e faz o tempo fluir em vários sentidos entre o passado, o agora e o futuro, muito além daquele mito estéril da física que diz ser o tempo apenas uma seta de um só sentido. Sabe por que não estou sendo exagerado nesta interpretação? Leia o texto novamente e senta a vida tal qual ela é: fluindo.

Claude Bloc disse...

Fico feliz por tê-los como amigosme. Suas palavras fazem a diferença. Me emocionam.

Abraço,

Claude

José Carlos Brandão disse...

Que imagens mais lindas, Claude. É um lugar paradisíaco. Deus seja louvado.
Abração.

raimundinho disse...

Gostei Claude, eu queria ter essa capacidade para escrever o passado com todos os seus valores.
O seu saudosismo somado ao seu modernismo, é o que faz aproximar esse passado tão bom, que fez e ainda faz a su7a felicidade.Que Deua conduza a sua caneta, sua cãmera e seus passos.
Abraço.
Mundim do vale.

Daniel Boris (Jacques) disse...

Não é só os lugares nem tão mesmos os momentos,tem que ser uma pessoa especial para ver,sentir e apreciar,as abelhas colhendo o nectar, o vento balançando o galho,as borboletas estalando as asas,a lua bebendo agua,o sol acordando o dia! E você minha irmã, ver,sente e eprecia isso em todos os lugares,porque você é uma dessas pessoas especiais, que tem sensibilidáde, apesar que a nossa Serra Verde é Sempre um cadim de nós.