Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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Colaboração:Claude Bloc


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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Vida itinerante de uma bancária - por Socorro Moreira



Capítulo I


16 de Setembro de 1974.
Estou a caminho da cidade Iguatu, para assumir minhas funções de bancária.
Enquanto o trem balança nos trilhos, meu pensamento voa, querendo adivinhar meu novo destino.
Deixei para trás minhas turmas de alunos, e isso me deixa pesarosa. A impressão que sinto é de que nasci para ensinar Matemática. Mas, todos me considerariam louca, se trocasse as vantagens de ser funcionária do Banco do Brasil, por um giz e um apagador. Mesmo assim, sinto que a minha vocação natural foi contrariada.
O trem é um meio de transporte lento... Passa estrada, passa casa, passam lembranças e sentimentos. André Caio e Victor ficaram na companhia da minha mãe, do meu pai, e do pai. Só  irei revê-los, no final de semana... Uma dor estranha de irresponsabilidade materna, me oprime.
E lá cheguei. Estava em companhia de Aldenir Silvestre, Anderson Xenofonte, Rafael, cratenses, do meu concurso, que também assumiram na mesma Agência.
Atravessei a ponte do rio  Salgado que margeia a cidade. Chegamos, na terra dos sapos.
Apresentei-me ao Sub-Gerente, e fui designada para trabalhar na retaguarda, somando papéis de caixa, e contabilizando partidas de extracaixa.
Importe, era a palavra inicial... Rasguei tanto as primeiras partidas, que pedi ao chefe que descontasse o material estragado, no meu primeiro salário. Até que desarnei, e fui pegando agilidade.
Desde o princípio, sonhei com uma transferência para a cidade do Crato.Um genro de Seu Pierre, que morava em Brasília, foi o intermediário.
A experiência de voltar a dormir num a cama de solteiro foi inesquecível. Comecei a gostar, embora sentisse muita falta da família. Uma mãe mocinha (21 anos) deixa o filho cochilar no peito, mas não consegue segurar o sono. E os meus foram praticamente desmamados naquela época. Voltaram às mamadeiras, salvos pelo carinho dobrado da avó: Dona Valda!
Parecia que o tempo não corria... Comecei a preencher as noites, ensinando Matemática, no quarto pedagógico do Colégio São José. Ensinar é um vício!
Durante o dia sofria o drama das diferenças contábeis. À noite brincava com os números, enquanto ensinava, e assim passaram-se 3 meses. Chegou minha transferência para o Crato.
E essa notícia tão alegremente recebida marcou minha vida.
Fica para o próximo capítulo, meu tempo de trabalho, na Ag. do Banco do Brasil, em Crato!

* Atendendo o pedido de Jair Rolim 

Um comentário:

Anônimo disse...

Socorro, gostei da maneira como você contou seu início no Banco do Brasil. Estou esperando os outros capítulos.

Abraços


Magali