Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

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... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


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sábado, 30 de outubro de 2010

E o pessoal? Onde anda? - José do Vale Pinheiro Feitosa

Hoje é sábado e estou aqui à espera do pessoal. Eu e mais quatro pessoas. Todo mundo está na festa do Salão de Outubro. Começa hoje e se torna visível em novembro. As artes que dizem plásticas por que não poderiam ser manufaturas, palavra já ocupada por outra atividade.

Estou aqui em poucas companhias, qualificadas por certo, mas não deixo de me sentir solitário, perdedor de algo que carreou tanta gente. Mas voltam. Chegarão com algum encanto de cores e forma, um entusiasmo de alma, além dos suores que não dizem nada a não ser quando relembrado a que serviu.

A cidade inteira se encontra no que dizem RFFSA, mas que prefiro chamar Estação dos Trens. Tão bela, destacada, indene por que os trilhos não permitiram a especulação imobiliária que certamente a sufocaria. E tem por presente a amplitude da Praça e seu Cristo Rei.

E quando a cidade vai para algo assim tão cedo, é certo que passará por aqui. Tomará umas e outras, beliscará alguma coisa para valorizar a alegria geral entre o ingerido e percebido com o olhar. Novidades existirão. Desde o quadro musical do Dihelson Mendonça aos rapapés falatórios do padrão formal da cidade e as luzes acenderão.

A cidade passeando através de alamedas de artes, de artistas que brilham, que se expõem. E o destino de todo artista é expor para se expor. Ninguém pode estranhar este realce, o peso da exposição é muito maior do que o silêncio a que a falsa humildade nos indicou como morte em vida.

E estou aqui esperando o momento que o povo chegará para contar as novidades. Reflito que a solidão de agora é prenhe de vida, a qualquer momento o mundo se abarrota de vozes e histórias, cantos e alegrias. Isso é muito diferente daqueles momentos de esvaziamento.

Quando no meio de tantos, uma chuva esparrama a multidão para todos os lugares. E de repente a praça fica vazia, a vista turva com a água que cai, os pingos substituem as vozes de antes. As luzes esmaecem. E aquela menina tão próxima do meu abraço sumiu. Só na próxima semana. E se lá ela estiver diferente.

Se no meio da semana um cisma de fim se aninhar na vontade dela? O meu encanto não mais funcionar? Que vazio este repentino deixar-me tem. Esta chuva que foi. Mas espere aí, estou falando da diferença. Eu e mais quatro pessoas aguardamos a multidão de retorno.

2 comentários:

Liduina Belchior disse...

José do vale,

Estou chegando da Estação de trem agora. Ouvi os discursos de abertura, entrega de medalhas,vi a exposição de quadros...Tudo muito bonito.

Mas a multidão de nosso solo delira por um Brasil melhor amanhã.
A onde exerce-se mais uma vez a cidadania coma a prática do voto.
Avante patrícios!!!!

Abraços: Liduina.

socorro moreira disse...

Você que esperou novidades
Eu que corri pra contá-las...
Tanta gente
Tanta ausência
Tanto perfume sem o cheiro
da proximidade
Mas estavam lá...
Os interessados na cultura do nosso Crato.
A voz altiva de Edilma...
e o meu coração vibrando com cada palavra.
Voce faz falta , presença amiga
Você é lotado no espaço da princesa do Cariri.

Abraços.