Criadores & Criaturas



"Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
"

(Carlos Drummond de Andrade)

ENVIE SUA FOTO E COLABORE COM O CARIRICATURAS



... Por do Sol em Serra Verde ...
Colaboração:Claude Bloc


FOTO DA SEMANA - CARIRICATURAS

Para participar, envie suas fotos para o e-mail:. e.
.....................
claude_bloc@hotmail.com

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O caso soterrado por uma bolinha de papel - José do Vale Pinheiro Feitosa

Esta é a primeira vez que abordo o assunto aqui. No primeiro semestre ele foi exposto e a campanha de José Serra o usou à exaustão. Há dois dias o assunto foi soterrado, em razão dos incidentes aqui em Campo Grande, entre uma bolinha de papel e um rolo de fita crepe. Trata-se da apuração da Polícia Federal sobre a quebra do sigilo fiscal de sua filha, genro e de figuras do PSDB, que inexplicavelmente fora vazado para a Folha de São Paulo.

Fora a nota do PSDB que põe tudo no colo da campanha da Dilma, nenhuma outra pessoa da campanha de Serra e nem o próprio acrescentou nenhum fato novo. O mais completo do ponto de vista deles é a própria nota do PSDB. Mas aí o tema se torna relevante, foi abafado pela tomografia, mas é puro fio de eletricidade desencapado e aparentemente por um erro de Eduardo Jorge (EJ como é conhecido) que é o arrecadador financeiro da Campanha Serra.

A advogada dele teve acesso ao processo ainda na fase final de apuração e “vazou” para o jornal Folha de São Paulo que fez a matéria com a mesma volúpia do caso da bolinha de papel. Resultado, a chefia da Polícia Federal resolveu dar uma nota com os principais fatos da apuração e o problema passou a ser esquecido rapidamente pela “imprensa amiga”.

O que revela a apuração até agora: quem encomendou a quebra ilegal do sigilo foi o repórter Amaury Jr. a pedido do jornal o Estado de Minas Gerais. O Amaury fora escolhido pela capacidade de investigar crimes financeiros e por já ter feito reportagens que denunciavam esquemas milionários de corrupção no colo dos tucanos, especialmente de gente próxima a Serra.

A motivação da investigação era de uma reação a um suposto esquema montado por Serra ainda governador de S. Paulo e em disputa com Aécio Neves pela candidatura do PSDB. O esquema seria montado pelo Deputado Marcelo Itagiba, ex-policial federal, que montara um esquema de segurança para Serra no tempo dele Ministro da Saúde. Iriam apurar os “podres” de Aécio Neves para impedi-lo de disputar com Serra.

Há quem aponte algumas matérias feitas na Folha de São Paulo como a primeira evidência do esquema Itagiba: uma possível agressão de Aécio numa namorada aqui no Rio. Finalmente o Aécio desistiu e a contra-ofensiva ao esquema de Serra foi desmontada pelo jornal O Estado de Minas. O Amaury Jr. foi contatado por Luiz Lanzetta, que tinha uma empresa prestadora de serviço para Dilma. Ele (o Amaury) tinha notícias de que o esquema Serra estava com as miras voltadas para Dilma.

Nisso alguém teve acesso ao conteúdo da investigação de Amaury e vazou para a Veja. A revista divulgou e assim nasceu a idéia força da campanha tucana do vazamento dos dados fiscais da filha do candidato. Em nenhum momento a campanha petista usou as informações, mas a oposição tomou o campo todo.

Mas aí a trama desvendou-se: mais do que uma deslealdade da campanha Dilma, o problema era a briga entre dois bicudos de alto escalão. Agora ninguém entende bem os motivos de EJ reacender a vela ao diabo, promovendo a nota da PF que só serve para piorar as relações entre Serra e Aécio. Logo agora que Serra necessita tanto das Alterosas.

3 comentários:

jose nilton mariano saraiva disse...

Zé do Vale,
É verdade que essa "praga" (Eduardo Jorge) é cearense ???

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

Não consegui achar esta informação.

abraços

José do Vale

jose nilton mariano saraiva disse...

"O cearense Eduardo Jorge Caldas Pereira, de 58 anos, é um fenômeno da vida pública. Sua trajetória no Congresso Nacional é incomparável. Aos 22 anos, militante dos movimentos de esquerda, passou num concurso para datilógrafo no Senado. Em menos de dois anos se tornou peça-chave na elaboração do Orçamento da União. À época, o então senador Mem de Sá chegou a fazer um discurso em plenário louvando o brilhantismo "daquele datilógrafo". Sua reputação lhe rendeu carta branca para implantar o Prodasen, o serviço de processamento de dados do Senado, e sugerir a criação de cargos, como o de assessor parlamentar. Paralelamente, passou a colecionar amigos e informações. Dono de memória invejável vangloria-se de declamar artigos inteiros da Constituição e do regimento interno do Congresso sem titubear".
(Revista VEJA - Edição 1 658 - 19/7/2000)