Depois que conscientemente o povo cearense lhe impôs a mãe de todas as derrotas, num indesmentível e retumbante indicativo de desaprovação absoluta ao seu medíocre desempenho no Senado Federal (e literalmente expulsando-o da vida pública), o chefe tucano cearense Tasso Jereissati apressou-se em anunciar sua disposição de pendurar as chuteiras e dedicar-se aos netos (o que já deveria ter feito há muito tempo).
No entanto, como o poder se alimenta e se revigora de hipocrisia em estado latente, nem bem sentou a poeira da acachapante derrota o senhor Tasso Jereissati resolveu exercitar sua até então desconhecida verve humorística ao anunciar, em reunião solene com a tucanada depenada, que se engajará na campanha presidencial de José Serra objetivando algo surreal: fazer com que o intragável presidenciável tucano obtenha mais votos que Dilma no Ceará. Só pra refrescar a memória, no primeiro turno o candidato oriundo de São Paulo conseguiu míseros 16,36% da preferência do eleitorado cearense, contra 63,3% de Dilma (particularmente, apostamos no aumento dessa diferença, no segundo turno).
Sem carisma, sem cacife e, sobretudo sem voto (como comprovadamente demonstrado nas urnas), o senhor Jereissati deveria, sim, se conscientizar que sua vez já passou, que seu reinado já era, e que o povo cearense cansou da sua arrogância e prepotência.
Foto de Pachelly Jamacaru
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Colaboração:Claude Bloc
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Um comentário:
Meu caro José Nilton, meu xará.
Sempre fui averso a discussões sobre a dança dos políticos e seus lugares nas efêmeras hostes da nossa forma de fazer política. Claro que não condeno quem gosta de fazê-lo. De antemão, não quero abrir nenhuma discussão neste sentido com o caro conterrâneo. Aliás, admiro sua luta sempre sensata e muito bem posicionada nas grandes questões da nossa vida sócio-política. Nunca gostei de vê-lo mal compreendido por cabeças vazias de tolerancia e de respeito pelo diferente.
A finaldade desta é para concordar com o amigo de que o senador Tasso Jereissati já cumpriu seu papel como homem público, responsável que foi, num dado momento de nossa história, por liderar um pensamento dito renovador na forma de fazer política em nosso estado.A própria esquerda cearense, cito o PC do B participou de sua campanha e de seu governo. Lembra do Dr. Eudoro Santana, seu secretário no seu primeiro governo?
Gosto, por dever de justiça, e com muita isenção, até porque como você, não preciso imediatamente de políticos para respirar, de observar as suas danças. O tempo político é muito estimulante.Num dia é isto, noutro é aquilo, e assim caminha a humanidade...
Então, para terminar, acho que todos aqueles que de alguma forma contribuiram para o processo de mudança sempre necessária, visando um passo a frente nos procedimentos da coisa pública, merecem um pouco de compreensão. Isto não significa gostar, mas de reconhecer que apesar ds fraquezas humanas, nós, os homens, somos os construtores do mundo da vida.
O senador Tasso Jereissati perteceu a um bloco histórico que foi ultrapassado pelo atual.
Eu entendo assim: o problema não é de personagem mas do bloco histórico.
Sei que o meu caro não vai concordar comigo, e não foi pra isto que lhe escrevi, mas o nobre senador não significa a imagem do mal na política cearense.
Evoé os novos a vista...
Com admiração.
Zé Nilton
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