A Stela Siebra andou relembrando a Serra da Boa Esperança, indo ao fundo da nossa alma interiorana. Profundamente interior, no sentido exato da palavra em oposição a este exterior que tudo mudo, do exarcebado individualismo. Ao ouvir a lembrança da Stela logo me veio à memória uma das canções brasileiras mais belas e mais cantada por sopranos, tenores e barítonos. A música é do genial Jayme Ovalle e a letra de um poeta maduro, capaz de laudas de canto e de sínteses como esta. A música é AZULÃO com letra de Manoel Bandeira:
Aqui interpretada por Isabel Bayrakdarian (soprano nascida no Líbano de família armênia, e cidadã canadense)
Vai, Azulão, Azulão
Companheiro, vai
Vai ver minha ingrata
Diz que sem ela o sertão
Não é mais sertão
Ai voa, Azulão, vai contar
Companheiro, vai
Aproveitei para mostrar como a música de Jayme Ovalle é objeto dos grandes do canto, trouxe esta versão pelo barítono francês Gerard Souzay.
A outra lembrança que a Stela desperta é GUACIRA, aqui na voz de Orlando Silva. Uma canção tão bela quanto a FELICIDADE do Lupicínio Rodrigues. Música de Hekel Tavares e Joracy Camargo. Vejam só que letra mais flor perfumada:
Adeus, Guacira, meu pedacinho de terra,
Meu pé de serra que nem Deus sabe onde está.
Adeus, Guacira, onde a lua pequenina
Não encontra na colina
nem um lago pra se oiá.
Eu vou me embora, mas eu volto noutro dia
Virgem Maria também há de me ajudar.
E se ela não quiser, eu vou morrer cheio de fé,
pensando em ti.
Um comentário:
Preciosidades !
Na sequência eu pediria Maringá .
Sou de todas as saudades : das minhas , dos outros, e de tantos lugares.
A música faz essa viagem nos sentimentos. Acorda-os , e nos faz lembrar que estamos vivos, apesar de tantos despropósitos.
Fechando com Maria Alaô, eu te desejo uma boa noite, bons sonhos, e mais lembranças desta natureza.
As folhas que o vento leva são versos despregados do nosso caule.
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